Capítulo III

1142 Words
Camily Totalmente em choque. É assim que me encontro. Que ele é um babaca eu sei, mas a esse ponto ? Jamais vi ele nesse estado, tão fora de si, tão doido. Eu sei que ele não me respeita como mulher, nisso eu já sabia bem, mas agora levar uma *prostituta pra nossa cama ? AÍ já é demais. E o pior de tudo é que se eu não tivesse saído ele teria comido ela na minha frente. Sentei no sofá da sala ainda em choque e ali permaneci a noite inteira. Os gemidos e o barulho da cama ecoavam tão alto que aposto que os vizinhos ouviram. Preciso dar um jeito e sair daqui, preciso respirar. Já era manhã cedo quando finalmente cai na real que precisava levantar daquele sofá. Uma coisa que percebi é que Joshua anda com o sono pesado. Que *bosta de mafioso tem o sono pesado ? E se entra alguém atirando ? Bem provável que eu tenha que defender nós dois. Subi pé por pé as escadas. Abri a porta do quarto esperando encontrar os dois ao menos com uma coberta, mas não. Estavam lá, totalmente pelados e Joshua exibia uma *b***a de dar inveja, confesso. Já a outra não vou nem comentar. Peguei o casaco que Joshua jogou na cadeira ontem e lá estava a carteira dele, bingo! Corri pro quarto de hóspedes, coloquei uma roupa que sempre deixo lá e abri a porta com a chave. Nesse prédio só tem homens da máfia, é tipo um condomínio só de mafiosos, o que eu acho ridículo e tenebroso. Às vezes escuto alguns gritos e barulhos estranhos, mas também o que esperar deles, né? Discretamente sai pela porta e o guarda nem me olhou direito, apenas pequeno portão de acesso com a chave e saí. Detalhe: tranquei os dois no apartamento. Eu até poderia ter ateado fogo, o que não faltou vontade, mas como tenho amor à vida preferi deixá-los vivos, sou uma pessoa generosa. Peguei o primeiro táxi que vi passar e pedi que me levasse até a floricultura. Não sabia se Mel ou minha mãe estariam lá, ultimamente não consigo notícias de nenhuma das duas, ele me priva até disso, mas precisava tentar. Quando cheguei lá avistei minha mãe de longe. Confesso que me deu uma vontadezinha de chorar mas segurei ao máximo as lágrimas. Não quero que ela veja o quão infeliz eu estou. Entrei na loja e logo que ela me viu abriu um sorriso enorme, corri para abraçá-la. _ Filha.. a quanto tempo.. estava tão preocupada com você. O que houve ? Eu até poderia dizer a ela que meu casamento se baseia em cárcere privado e um marido que come outras na nossa cama e na minha frente, mas achei melhor contornar a história. _ Ultimamente Joshua anda muito ocupado, por isso não estava conseguindo vir vê-la, mas estou bem mamãe. Abracei ela mais uma vez, o cheirinho de mãe é definitivamente maravilhoso, e o da minha mãe em especial é melhor ainda. Deu pra ver nos olhos dela que não acreditava nas minhas mentiras, mas resolvi fingir que não vi nada. Ela me levou para a cozinha, algumas coisas mudaram desde a última vez que vim aqui, incluindo um escritório improvisado cheio de brinquedos que foi montado. Por falar nisso ainda não tive a oportunidade de conhecer as gêmeas, espero um dia ter esse prazer. Não guardo nenhum rancor da Mel, muito pelo contrário, a quero muito bem. E não tiro a razão dela de não querer o Joshua, ele é um i*****l de carteirinha. Sentei com ela e comemos um bolo, ela me contou todas as novidades, me falou sobre a convivência com os Moretti e em como as pequenas estão cada dia mais lindas. Minha mãe sempre quis ser avó, uma pena que talvez eu não dê esse prazer a ela.. Ficamos por horas conversando, cada minuto com a família vale mais que horas em lugares sem eles. Quando me despedi dela foi com uma dor imensa batendo no meu peito. Caminhei algumas quadras, antes de voltar eu faria algo que queria fazer a muito tempo, e melhor ainda, com o cartão do Joshua. Passei em algumas lojas e em alguns restaurantes. Parei em um restaurante e comi até não dar mais suhi, coisa que nunca consegui fazer pois nosso dinheiro era meio curto, e meu querido marido prefere comer p*****a do que me levar pra comer fora. Cada um gosta de um tipo de peixe né? Depois dali passei em uma loja de doces, comprei alguns chocolates e resolvi caminhar até o apartamento. Demoraria um tempinho chegar até lá, mas eu estava totalmente sem pressa. Estava passando por um salão quando me vi no reflexo. Boca suja de chocolate, cabelo ressecado que nem palha, literalmente que nem palha. Bom, acho que não teria m*l algum em dar uma reparada no visual, meu marido pode bancar né? A atendente torceu um pouco o nariz ao me encaixar, mas fez logo que eu paguei duas vezes o valor. Não era necessário, ela ia me encaixar do mesmo jeito, mas fiz questão de torrar mais um pouco do cartão dele. Fiz o cabelo, as unhas das mãos e dos pés. Saí de lá mais loira ainda. Já percebi que ele não curte minha cor de cabelo, mas dane-se. Quando estava entrando no prédio o soldado que faz a guarda do condomínio me olhou com os olhos arregalados. Me fiz de tonta e subi até o apartamento rezando dez ave maria. Abri a porta com cuidado pra não fazer barulho e entrei, se eu tivesse alguma sorte provavelmente ele ainda estaria desmaiado naquela cama. _ Eu não vou falar nada, apenas lhe avisando que terá consequências ! Ouvi a voz grossa dele ecoando pela sala escura devido as cortinas que taparam as janelas. Acendi a luz e lá estava ele, me olhando com cara de paspalho, sentado na poltrona sem camiseta, somente com uma garrafa de cerveja na mão. Joshua me encarou e eu contive o olhar dele por um tempo. Peguei a carteira e joguei no peito dele. _ Espero que você tenha bastante dinheiro. Ele ficou me olhando curioso e fiz questão de completar. _ Já que você pode gastar com prostitutas, pode gastar comigo, já que sou obrigada a aturar você. Ele ficou me encarando por um tempo, e logo abriu um sorriso meio estranho, coisa que não havia visto até agora. Ele levantou e se aproximou de mim. Por alguns segundos pensei que ele fosse quebrar aquela garrafa na minha cabeça e me picar com os cacos, mas ele simplesmente me deu as costas e foi para o quarto. A atitude dele foi tão estranha que me deu calafrios. Um homem como ele quando é desafiado não deixa barato, mas.. o que ele pretende agora ?
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