Um
Hiana
Assim que desço do ônibus dou uma olhada ao redor tentando absorver toda a imagem à minha frente, mas não consigo, essa cidade é muito grande.
A minha irmã me disse que o Colin irmão do Natan viria me buscar na rodoviária, mas acho que deve ter acontecido algum imprevisto porque não vejo ninguém que bata com as descrições que minha sobrinha de nove anos Brenda me deu.
Moreno, alto, forte, lindo!
A Brenda as vezes pode ser muito exagerada, a primeira e única vez que o vi, foi no casamento da minha irmã com o Natan, eu era apenas uma criança, e ele não era lá esses bonitos não, era um garoto magrelo e muito i****a, que jogou um sapo enorme em cima da mesa em que eu estava sentada junto com as outras damas de honra.
Não que eu também fosse lá essas maravilhas naquela época, eu usava um aparelho ortopédico na coluna, e todo mundo me chamava de robô por causa disso, mas por fim, o aparelho consertou o meu desvio na coluna, além de me proporcionar uma postura perfeita e uma cinturinha de dar inveja.
(......)
Bem! Já está perto da meia noite e eu já estou cansada de perguntar para os garotos morenos que passam por aqui se eles se chamam Colin, como eu tenho o endereço da casa, pego um uber e depois de um tempo eu chego na frente de um prédio, e fico me perguntando porque eu não tinha feito isso antes, com certeza o garoto deve estar ocupado com alguma coisa da faculdade.
Assim que entro no corredor escuto um alto barulho de música, vou me aproximando olhando os números dos apartamentos, e adivinha de onde está vindo a música? Do número que está escrito no endereço.
Bato na porta, e um cara com uma calcinha de mulher na cabeça e um sutiã estendido no ombro segurando um copo de bebida na mão me atende.
— Colin? - pergunto torcendo internamente para que ele não seja esse garoto pervertido.
— Porque sempre as mais gostosas tem que procurar por ele? - O cara diz, está completamente bêbado.
— Udson me dá aqui o meu sutiã! Oi! - A garota me cumprimenta me analisando de cima a baixo com cara de nojo.
— Eu tô procurando o Colin. - explico pra eles.
— Porque eu não me surpreendo? Aff! Serve aquele? - a garota de cabelos castanhos diz revirando os olhos e aponta para o lado.
Assim que me viro pra direção que a moça está apontando vejo um garoto moreno com o braço fechado de tatuagem, bebendo a bebida de um copinho minúsculo que está enterrado nos peitões de uma garota.
— Bebe! Bebe! Bebe! Bebe! - um grupinho ao redor dele grita sem parar.
Ele mete a língua no copo e não sei como, mas ele consegue esvaziar todo o copo.
— Uaaau! - algumas garotas gritam manhosas o encarando sem parar. — Papai Colin arrasa!
As garotas estão eufóricas e ele agora está beijando e enfiando a cara nos p****s da garota.
"Nojento!"
— Aiii papai Colin! Mais tarde! - a dona dos p****s no qual foi depositada a bebida fica gritando manhosa.
E finalmente o garoto se vira pra mim e me analisa de cima a baixo com cara de tarado.
— Ooooi! Eu sou o Colin! Mas pra você é papai Colin- Diz com o maior sorriso cafajeste no rosto.
— Eu sou a Hiana! - O sorriso dele se desfaz.
— Ah sim! Fica de boa aí! - Ele se vira e volta a dar atenção para um grupo de garotas que aparentemente fazem o fã clube dele e fica dançando no meio delas, até o momento em que eu avanço os passos e me aproximo dele, pelo menos ele já tem beijado umas três.
— Onde vai ser o meu quarto? - pergunto e ele revira o olho pra mim e aponta pra uma porta fechada.
— Ali! Mas ele está ocupado agora! Se é que me entende. - Ele diz com um sorriso sínico no rosto e volta a dançar com as garotas, e eu simplismente odiei esse garoto nojento.
Vou para a porta do quarto e alguns minutos depois um casal sai de lá, e eu entro com a minha mochila, tranco a porta forro o chão com o meu lençol e me deito fazendo a minha mochila de travesseiro, eu não vou dormir nessa cama nojenta hoje.
( … )
No outro dia acordei cedo e fiz minhas higienes matinais, peguei meu panfleto, iria conhecer a faculdade e saber quais disciplinas iria me interessar para fazer no meu primeiro módulo.
Assim que abri a porta do quarto fui tomada por um cheiro forte de álcool, lógico deve ter rolado muita chuva de bebida e banhos com a mesma na sala, mas agora estava tudo vazio e silencioso e uma bagunça enorme.
Fui tateando com meus pés entre as garrafas e copos de bebida para não fazer barulho quando fui surpreendida com uma garota levantando do sofá com o rosto amaçado, cabelos bagunçados e uma cara enorme de ressaca, foi direto para a porta e saiu.
Quando me virei para o sofá vi o garoto moreno no qual se auto-intitula com um apelido ridículo de papai Colin dormindo profundamente, revirei os olhos e fui para a faculdade.
(....)
Colin
Cara essa vida estourada não tá mais dando pra mim não! Eu até tento fugir dela, mas ela não quer fugir de mim, então quando eu estava ontem mergulhado com a cara nos livros, ouço a campainha bater, era os caras com várias caixas de bebidas e algumas garotas praticamente gritando e implorando para serem comidas, não deu pra recusar, e em pouco tempo a reunião se tornou uma enorme festa com gente que eu nem conhecia.
Quando tocaram a campainha, de princípio imaginei ser a garota que o Natan me obrigou a aceitar como inquilina, o pouco que me lembro dela no casamento dele com a minha cunhada Hana não é legal, lembro que ela parecia um ciborgue com umas placas de ferro na coluna, ela era bem feia, por isso lhe dei um filho de presente.
Um enorme sapo que encontrei no esgoto!
Mas eu não pude fazer nada, meu irmão me ameaçou, disse que o apartamento era dos nossos pais e ele também tinha direito e que eu deveria aceitar a tal garota aqui e que jamais eu deveria dar em cima dela, que eu tinha que respeitá-la, porque a mesma era irmã da Hana e blá blá blá.
Como se eu fosse querer alguma coisa com aquela ciborgue! Nem sei como alguém tão bonita como a minha cunhada pode ser irmã de alguém tão feia.
Mas enfim! O que me deixa irritado, é saber que não terei mais minha tão amada privacidade, ter alguém invadindo o meu espaço é péssimo, eu sou um cara ativo e tenho muitas necessidades para serem satisfeitas, eu gosto de trazer garotas pra casa, comê-las nos quatro cantos da casa, menos no meu quarto é claro! E ter uma garota morando no meu apartamento dificulta e muito os meus planos.
Mas o pior não ficou por aí! Eu quase tive um infarto ontem quando vi a garota mais gostosa que já vi na vida se aproximando de mim, cara eu morri de t***o! Quis ela no mesmo instante, então fui correndo me apresentar e já ver se conseguia ela de quatro pra mim pelo menos no final da noite.
Mas para a minha completa desgraça ela me falou seu nome e meu sorriso assim como meu ânimo se desfez.
Ela me jogou um balde de água fria quando se apresentou como Hiana.
Quando foi que a ciborgue se transformou na maior gostosa?
E p***a! Eu prometi pro Natan que não ia sequer relar um dedo nela e eu não gosto de desapontar o meu irmão, ele foi pai e mãe pra mim desde que nossos pais morreram, eu considero e amo ele e a minha cunhada mais que tudo, a Hana sempre cuidou de mim como se fosse seu irmão mais novo, sempre dizia que a falta que sentia da irmã que morava do outro lado do país era extravasada em mim, e como retorno, os mesmo sentimentos eu tenho pelos meus lindos sobrinhos Breno e Brenda.
Mas é sério cara! Eu tô com muito ódio! É difícil até listar o quanto a vinda dessa tal Hiana para o meu apartamento tá sendo complicada, de várias maneiras, em diversos aspectos.
Ela é uma inquilina mais do que indesejada!
E eu terei que a aturar por um longo tempo!
E é pensando nessa grande tragédia que eu lavo o rosto e tomo um banho, escovo os dentes, visto uma das minhas roupas descoladas, eu sou muito vaidoso, e as nenens gostam.
Pego minha mochila e junto o material com o trabalho que eu não terminei por conta da festa, saio chutando um monte de garrafa vazia de bebida e saio em direção a faculdade, ao chegar já sou invadido com um monte de abraços, até selinhos das mais ousadas, acenos e gritos das que estão longe me chamando de "papai Colin."
É isso aí nenens!
O pai chegou!
E tá on-line e roteando!