Capítulo 3: Às vezes, a família não te decepciona.

1184 Words
Acordei com discussões e gritos. Eu estava no sofá, sem camisa, apenas com um lençol sobre mim que estava grudado na pomada que alguém passou em mim. Que droga? Tentei me sentar, mas instantaneamente fiquei tonta e senti a queimação no meu peito. Então tudo voltou para mim. A surra, o cheiro de queimado na minha pele e alguém que chamavam de meu irmão me salvando. Eu tinha outro irmão que eu não conhecia e parecia que ele também não me conhecia. "Que diabos está errado com você, Dylan?" Meu irmão gritou com meu, quer dizer, nosso pai. "Você deixou eles machucarem sua filha assim. Torturá-la como você faria com alguém que tentasse matar o alfa. Ele sabe disso?" "Se acalme, Draco." Papai respondeu sem emoção. "Ela aguenta. Se ela não aguentasse, estaria morta e seria um boca a menos para alimentar." "Bem, estou feliz em saber que é tudo o que eu sou pra você." Rosnei, tentando novamente me sentar usando o sofá para me levantar. "Além disso, por que diabos tenho um irmão mais velho que eu não conheço? Você, sua esposa e seu filho do meio são todos uns idiotas e deveriam morrer." "Cale a boca, sua vadia." Sylvia gritou de onde estava sentada do outro lado da sala. "De agora em diante, ela será chamada de Sylvia ou v***a louca." Moonlight sussurrou. Ela ainda estava se recuperando de tudo. Eu concordei com ela e me concentrei em enviar um pouco da minha energia para ajudá-la. Nossa ligação é de dois sentidos. "Digamos apenas que não temos pais. Não parece que tínhamos de qualquer maneira." Ela concordou comigo. Olhei para ela e vi dois guardas ao seu lado e mais dois ao lado de Dennis. Ambos pareciam piores para o desgaste, com hematomas, sangue e olhares furiosos que alegravam meu coração. Os guardas não pareciam familiares, então devem ser do bando do meu irmão. Senti um peso cair ao meu lado. Virei lentamente a cabeça e dei a primeira olhada no meu irmão. Seu cabelo era curto e castanho, com olhos azuis impressionantes. Ele tinha os olhos e a altura de Dylan, com mais de um metro e oitenta. Eu estava na parte mais baixa da escala de altura, mas depois de algumas "quedas" eu estava bem com isso. Alturas são um saco. "Olá, irmã." Draco disse sorrindo para mim. "Você precisa de mais alguma coisa enquanto esperamos os alfas conversarem com o seu?" Dylan levantou e se aproximou. "Você está envolvendo o alfa? O que há de errado com você? Ninguém nessa matilha se importa com uma v***a fraca." Rosnei para ele. "A única v***a fraca que vejo aqui é a que vejo em frente ao nosso patético pai." Draco riu, encobrindo os gritos repugnantes de Dennis e Sylvia. "Ela é definitivamente minha irmã. Eles estão lidando com as coisas da maneira deles antes de garantir que ela possa sair para sempre. Ela está indo comigo." Olhei para ele chocada. "De verdade? Você... quer... Você quer me levar?" Ele me abraçou de leve. "Somos família e a família fica junta. Sinto muito por não ter vindo antes. Eu não fazia ideia de que você existia." "Se você não tivesse saído do bando, você teria sabido." Sylvia gritou. Ela tentou se levantar, mas um dos guardas a empurrou de volta. Ele nem sequer a olhou. Draco a ignorou e olhou para Dylan. "Vá sentar. Recebemos sinal verde para levar minha irmã conosco." Ele olhou para mim com um sorriso nervoso. "Ninguém falou o seu nome. Qual é?" "Gemma." Sorri e estendi a mão. "Prazer em conhecê-lo. Agora eu posso me trocar e pegar minhas coisas? Preferiria que seu alfa não me visse assim." Ele ficou corado e acenou com a mão. "Claro, sem problemas. Tenho mais algumas coisas para resolver aqui. Fique à vontade." Ele não deve entender o quão m*l eu fui tratada em todos os aspectos. Eu literalmente tinha três conjuntos de roupas, um colchão no chão do armário na sala de armazenamento, apenas um cobertor fino e dois pares de sapatos que tinham mais furos do que solas neste ponto, no meu quarto. Ele queria algum tempo extra para ter uma conversa com nossa família de merda. Eu estava lhe dando mais tempo ao colocar roupas de verdade para que meu irmão mais velho não precisasse me encarar em um lençol. O sutiã causava atrito na minha queimadura, então dei uma boa olhada e o tirei. Desci as escadas para ver Draco espancando Dennis. Entre os socos, ele o atacava verbalmente por ser um fraco que bate em uma garota amarrada. Sentei no primeiro degrau e esperei. Aproveitei o espetáculo enquanto esperava. Draco se levantou e encarou Dylan e Sylvia, que estavam sentados lado a lado. "Seu alfa quer vocês dois ilesos porque vocês são importantes para ele. Eu não tenho certeza por quê, já que nenhum de vocês faz algo para ajudar essa matilha." "É porque Sylvia é a melhor amiga da Lua, que conhece todos os segredos obscuros do casal de poder." Interrompi sorrindo. "Mas ela conta para o Dylan, que revela tudo quando está bêbado e transando com sua amante que acabou de fazer dezenove anos." "Você está morta." Dylan rosnou para mim. Fiquei um pouco chocada com sua ameaça, já que normalmente ele apenas ignora quando estou sendo machucada e nunca me ameaçou antes. Draco acenou para os guardas e um deles deu um tapa forte na cabeça de Dylan. Eu não consegui conter minha risada. Recebi alguns olhares ameaçadores, mas não me importei. "Você conhece os segredos, ou temos que pegar a mestre?" Draco olhou para mim. "Eu sei o suficiente para que meu silêncio me mantenha viva, por enquanto." "Toc, toc" veio da porta da frente. Draco foi abrir e decidi falar o que tinha a dizer para ir embora com a consciência tranquila. Estava gostando dessa nova atitude. Só esperava que a nova alcateia fosse melhor. "Agora que estou deixando essa alcateia ridícula, tenho algumas coisas para dizer e vocês vão ficar sentados e ouvindo. Não estão animados?" Perguntei com o maior sorriso no rosto. "Primeiro, vocês são os piores pais. As mentiras que contaram sobre mim apenas para se sentirem melhor foram pura tristeza retorcida. Eu tinha cinco anos e vocês disseram para a Lua que eu os espancava. Sylvia, você sabe o quão patética isso fez você parecer?" Eles tentaram argumentar, mas levaram um tapa na cabeça dos guardas. Continuei a repreendê-los por torturar uma criança, deixá-la passando fome e pelo dano emocional que me causaram. "Nada disso vai me abalar. Eu sou uma mulher forte demais para isso." Rosnei. A luz da lua se intensificou e rugi para eles usando o último de meu poder. "Vocês são insignificantes e sempre serão. Eu, por outro lado, só posso melhorar a partir daqui. Lembrem-se disso enquanto decido como revelar lentamente os segredos que serão a morte dessa alcateia e de vocês." Começaram a aplaudir atrás de mim, me fazendo pular. "Bom trabalho, irmãzinha. Estamos prontos para ir embora. Vamos deixá-los se lamentando por sua perda." Assenti e segui-o para fora.
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