A sua Luna já é uma Luna

Capítulo 01

(8 anos depois de prestar juramento de fidelidade à Alcateia Meia Lua) 

Lucinda P.O.V.

Sentada em seu acampamento, esperando em silêncio pelo cobertor da escuridão, com seus odores disfarçados para não serem detectados pelos lobos selvagens que estavam se preparando para atacar, para que não os cheirassem quando chegasse a hora de resgatar as três lobas jovens que haviam sido sequestradas de sua matilha apenas alguns dias atrás, enquanto eles estavam fazendo compras na cidade humana próxima.

Este era o trabalho deles. Eles eram uma Unidade Especialista em Resgate. Thomas era o líder do grupo, ele era o irmão mais novo do atual Beta, e havia também West, Chris, Max e Dean, e Lucinda era a reserva deles. Ela trabalhava com eles há 6 anos, ela sabia como fazer seu trabalho, assim como eles. Ela nunca entrava sem lobos e indefesa, não que ela fosse indefesa.

Lucinda era altamente habilidosa em combate corpo a corpo, podia arremessar com precisão mortal qualquer uma das dúzias de lâminas presas em suas coxas e corpete de couro. Além disso, ela carregava um arco composto que tinha pontas de flecha prateadas, e ela nunca errava seu alvo. Ela treinava mais e por mais tempo do que qualquer pessoa na Alcateia Half Moon. 6 horas por dia, 6 dias por semana, quando não estava em missão para o Alfa Corey e a Luna Lindy.

Ela conseguia se defender sozinha, cada m****o de sua equipe sabia disso, quando ela se candidatou para se juntar a eles, eles tinham suas reservas sobre ela, porque ela não tinha lobo, mas rapidamente perceberam o quanto ela era uma boa contribuição para a equipe. Ela era quieta e leve nos pés, não cheirava como uma loba, o que às vezes significava que ela poderia ser usada como isca para uma armadilha, embora o Alfa Corey não aprovasse isso profundamente, então só era permitido quando absolutamente necessário e sua segurança estava garantida.

Neste momento, todos estavam sentados conversando baixinho entre si. Quando Lucinda virou a cabeça ao ouvir uma voz feminina áspera, "Olá". Lucinda olhou ao redor, não viu ninguém nem nada, isso era muito estranho. Agora ela ouvia um som rosnando e rindo. Ela franziu a testa e estava prestes a perguntar à sua equipe se eles também tinham ouvido alguma coisa, eles deveriam estar ouvindo. Eles eram todos lobos e sua audição era muito mais apurada do que a dela.

"Eu não estou lá fora, Lucinda... Eu ainda estou dentro de você."

Lucinda congelou, sua atenção instantaneamente capturada, ela estava ficando louca, "o quê?" ela pensou, se levantou rapidamente.

"Eu sou sua loba Ky'ra". Então um uivo enorme ecoou em sua mente, ela estremeceu. Era tão alto e parecia muito agressivo.

"Onde você esteve?" Lucinda sempre acreditou que era sem lobo e aos 26 anos, porque não acreditaria? 

"Esperando você ficar forte o suficiente."

"Eu sou forte, tive que ser."

"Eu sou mais forte, mais rápida, serei sua protetora agora."

De repente ela podia ver uma loba cinza escura se aproximando dela em sua mente, e ela se aproximava sorrateiramente, seu pêlo parecia macio e sedoso, seus olhos brilhavam em um verde brilhante, Lucinda podia sentir o poder emanando de Ky'ra em direção a ela "Vamos correr livres em breve. Lua cheia e eu estou livre." ela rosnou, parecia irritada de estar presa dentro de Lucinda e incapaz de sair naquele exato momento.

"Ok." Lucinda nunca havia experimentado nada parecido antes. Ela sentiu Ky'ra recuar para o fundo de sua mente e se acomodar ali. Era a sensação mais estranha, como se houvesse um peso em sua mente. Ela podia senti-la, e quando tentou falar com ela novamente, recebeu um rosnado "durma agora".

Lucinda não discutiu, ela se perguntou se todos os lobos eram tão agressivos com seus contrapartes humanas.

Sua atenção voltou para a floresta ao redor e sua equipe. Todos estavam olhando para ela, com os olhos arregalados, e ela percebeu que eles haviam se afastado dela, as mãos prontas para a luta. Thomas estendeu uma mão aos homens, um gesto que ela reconheceu, era para que eles se afastassem.

"O que?" ela perguntou a eles, sem entender por que de repente estavam prontos para lutar contra ela.

"Lucinda, você acabou de receber seu lobo?" Thomas perguntou, sua voz soava suave e não ameaçadora.

Lucinda franziu a testa para ele, ele estava falando com ela em seu tom de persuasão, o que diabos estava errado com ele?

"Sim, o nome dela é Ky'ra. É muito estranho. É sempre assim?" ela perguntou, todos eles tinham lobos. Na verdade, agora ela percebeu que os lobos de West e Dean estavam à mostra.

"Oh, nós a vimos, ouvimos, Lucinda. Ela tentou tomar o controle sobre você imediatamente?"

"O quê? Não, nós apenas conversamos, eu acho que nos apresentamos."

"Ela parece feliz para você?"

"Na verdade, não, ela está irritada por ter que esperar pela lua cheia."

"Oh, eu fiquei irritado, todos nós ficamos." ele indicou para todos voltarem e se sentarem novamente.

"O que aconteceu?" ela perguntou, claramente ela perdeu algo.

"Oh, apenas a aparição repentina, seus olhos brilharam em verde e seus dedos se transformaram em garras enquanto ela rosnava de forma bastante agressiva."

Lucinda olhou para baixo e observou suas mãos. Não havia garras ali agora. "Isso não é normal?" ela perguntou.

"Não." West franziu a testa para ela, "de jeito nenhum."

"Bem, ela está dormindo agora." Lucinda deu de ombros. Não havia muito que ela pudesse fazer a respeito.

Dando uma olhada no relógio, ela percebeu que estava quase na hora de ir, mencionou isso para eles e então abaixou seu capuz preto e levantou a gola alta sobre sua boca e nariz, de forma que apenas seus olhos claros cor de mel pudessem ser vistos, todo o seu traje era preto, incluindo seu arco composto e aljava de flechas. Todas as suas facas eram pretas. Dessa forma, ela estava completamente escondida na escuridão da noite, protegendo-os como faria esta noite.

Todos ficaram de pé, os meninos usando roupas facilmente removíveis para quando precisassem se transformar e lutar na forma de lobo, e aqui em seu acampamento havia uma bolsa extra cheia de roupas caso seus lobos tivessem que emergir deles sem aviso e rasgar suas roupas.

Ela já havia visto todos eles nus em algum momento. Embora não tivesse interesse em nenhum deles, eles eram agradáveis de se ver, sua equipe treinava muito, precisavam, nessa linha de trabalho. Furtividade e agilidade eram imprescindíveis, mas habilidades de combate precisavam estar no topo, por sempre terem que lutar. Às vezes era na forma humana, mas geralmente acabava em lutas entre lobos.

Ela salvou cada um deles em mais de uma ocasião com uma flecha ou lâmina bem cronometrada contra um lobo inimigo. Essa era sua parte do trabalho, observar e ajudar de longe, manter os olhos abertos para mais inimigos e lidar com eles da forma mais silenciosa possível.

Lucinda estava empoleirada acima deles em uma colina com uma linha de visão clara, os observando descerem para o pequeno vale abaixo. Os vagabundos não apenas podiam ser sentidos pelo cheiro daqui, mas também podiam ser ouvidos. Ela podia claramente ouvi-los zombando das garotas cativas que eles haviam acorrentado em uma árvore lá embaixo. Lucinda contou sete reféns femininas, uma dúzia de lobos vagabundos e quatro veículos. Eles podem não ter uma verdadeira matilha, mas claramente esses vagabundos eram bem organizados, bem financiados e já tinham feito isso antes.

Cinco especialistas em furtividade altamente treinados contra uma dúzia de vagabundos. Ela não gostava muito das chances, mas já tinha visto eles agirem assim antes. Lucinda se perguntou de onde vinham as outras garotas, não importava realmente, apenas um pensamento passageiro, porque elas seriam resgatadas juntamente com as suas próprias. O Alfa Corey descobriria a qual matilha elas pertenciam, faria contato e organizaria para que elas fossem buscadas ou transportadas de volta à sua própria matilha. Se algumas fossem vagabundas, provavelmente teriam a oportunidade de se juntar à matilha.

Ela examinou a pequena clareira e em seguida, as árvores atrás dela, viu movimento, várias pessoas se movendo. Uau, sua visão estava ótima essa noite, mais nítida e a noite parecia mais brilhante e clara, ela podia sentir Ky'ra levantar a cabeça em sua mente, melhorando sua visão. Ela sorriu, privilégios de ser um lobo, ela supôs. Seu lobo resmungou para ela "é melhor mesmo".

Focando no movimento com a visão aprimorada de seu lobo, ela viu meia dúzia de homens descendo a colina oposta a ela, indo em direção ao vale abaixo. Provavelmente a equipe de coleta das lobas sequestradas. Lucinda pegou uma flecha e a encaixou, mirou no grandalhão que os liderava em direção ao vale. Ele era tão grande que tinha que ser o líder. Ela nunca tinha visto um homem tão grande antes. Ela observou enquanto ele se agachava ao lado de uma árvore, provavelmente para avaliar o vale antes de entrar. Até mesmo as equipes de coleta estavam cautelosas com os vagabundos.

Um tiro de aviso, ela pensou, puxando totalmente a corda de tração, inspirou uma respiração calma e, ao soltar o ar, deixou a flecha voar, observou com um sorriso enquanto ela se cravava na árvore a apenas 5 centímetros de seu rosto, pedaços de madeira se soltaram e sabia que ele teria levado alguns respingos de madeira no rosto.

Ela observou quando ele virou a cabeça rapidamente, procurando de onde veio. Ele olhou diretamente para ela, ela encarou de volta para ele, ainda sorrindo sob a gola alta, embora ele não pudesse ver isso. Ela percebeu que dois de seus homens saíram abruptamente, um para sua esquerda, o outro para sua direita, "boa sorte, rapazes", ela pensou, divertida, não era a primeira vez que ela era atacada e agora ela tinha uma loba. Isso poderia ser divertido, ela pensou consigo mesma. Ky'ra resmungou novamente para ela.

Seus olhos voltaram para o grandalhão, e ela observou enquanto ele pegava uma faca em sua perna, e a avaliou, "oh, você quer brincar, huh". Ela observou enquanto ele a lançava com muita velocidade. Aquele grandalhão tinha potência, ela se inclinou um pouco para trás e deixou-a passar direto por ela e se cravar na árvore atrás dela.

Lucinda a retirou da árvore e olhou de volta para ele. Ele tinha um sorriso no rosto. "Tsc tsc", ela pensou, enquanto testava o peso da lâmina, bem equilibrada. "Bom, não vou precisar usar uma das minhas".

Então, ela girou e rapidamente a lançou de volta para ele, embora não estivesse mirando para machucá-lo, apenas mostrando que ela era tão boa quanto ele, ou até melhor, acertou exatamente onde queria, na ponta do sapato dele. Viu o olhar muito zangado que veio em sua direção, sua audição agora também aprimorada por Ky'ra captou um passo leve à sua esquerda.

Ela pegou uma flecha e encaixou enquanto se virava e a lançou assim que seus olhos avistaram o homem vindo em sua direção, a flecha acertou bem no ombro esquerdo dele. Ele recuou, não gostando da flecha com ponta de prata e do efeito que estava causando nele. Seu lobo ficaria fora de ação até que ela fosse removida. Ela encaixou uma terceira flecha e se voltou para onde agora também podia ouvir o outro homem vindo. Ele era leve nos pés, estava perto o suficiente para ver a ponta prateada da flecha mirada diretamente nele. Ela o viu dar um passo para trás.

A cabeça dela virou para olhar aquele grandalhão na colina oposta, depois voltou para o que estava na frente dela. Era a forma silenciosa dela avisar que estava disposta a atirar no homem dele se ele não recuasse. Quando ele não se moveu para sair, ela soltou a flecha e atravessou a mão dele, a cravando na árvore atrás dele.

Virou e armou a quarta flecha, mirando diretamente naquele grandalhão, seu aviso era claro como cristal "Recue agora." ela disse suavemente "transmita isso a ele". Ela sabia que os dois homens dele estavam perto o suficiente para ouvi-la com sua audição aprimorada e fariam como ordenado.

A visão dela se voltou para o som abrupto de uma luta no vale. d***a, ela não tinha mais tempo para isso. Virou e saiu correndo para se posicionar melhor e começar a ajudar sua equipe, ela soltou três flechas em rápida sucessão, abatendo três trapaceiros, mortes instantâneas.

Viu um movimento e aquele grandalhão e o resto dos homens dele correrem para o vale e começarem a eliminar os trapaceiros também. Ele e seus homens não eram o problema dela, parecia. Também estavam ali para combater os trapaceiros. Ela não tinha nenhuma intenção de ajudá-lo também. Ela apenas se concentrou em sua equipe.

Ela observou a luta e entre sua unidade e a dele, eles fizeram um trabalho rápido com os trapaceiros. Houve uma discussão acalorada no vale entre Thomas e aquele grandalhão, para o qual ela notou que as outras garotas foram e se curvaram levemente. Então, seguiram as orientações dele. Ele também seguiu logo depois de terminar sua conversa com Thomas.

Ela estava observando ele e sua equipe. Ele voltou direto para a árvore com sua flecha cravada, a retirou e vasculhou a área, provavelmente procurando por ela. Ela esteve em movimento o tempo todo que a luta estava acontecendo no vale. Ele não tinha ideia de onde ela estava, não a encontraria facilmente pensou, rindo para si mesma quando ele não conseguia.

Ela franziu a testa quando ele quebrou a flecha em seu joelho e a jogou no chão. Que desperdício de uma flecha perfeitamente boa. Ela caminhou até o vale e pegou suas flechas dos lobos trapaceiros mortos, adentrou a floresta e coletou a ponta da flecha quebrada, depois retornou para sua equipe.

As garotas estavam todas cansadas e fracas, m*l alimentadas, claramente traumatizadas por abusos dos trapaceiros. Lucinda caminhou entre os trapaceiros e pessoalmente se certificou de que estavam todos mortos. Qualquer um ainda respirando, ela atacou com um golpe agressivo e mortal em seus corações. O a***o s****l de qualquer lobo nunca ficava sem punição de morte por suas mãos. Ela simplesmente não tolerava isso de forma alguma.