Capítulo 6

1606 Words
Irritada ela rasgou a calcinha na mão e jogou no lixo, largou tudo bem escondido, os papéis sujos e a calcinha, começou fazer a maquiagem, para passar boa impressão a todos, ele se vestiu, arrumou suas coisas, tudo certinho, começou amontoar as dela, enfiando na mala, abriu a porta do banheiro sem nem bater - Vamos logo Yasemin, para a porcaria da lua de mel, a onde não vou precisar ouvir sua voz ou seu choro irritante. - Pra que tudo isso? Quer chamar a atenção de quem? - Parece uma odalisca e não é no bom sentido, tira tudo, agora. Ela estava com a pele bem feita, sem nenhuma imperfeição, nos olhos sombra esfumada dourada e marrom, delineado marcado preto, estava contornando a boca com um lápis nude, ficou o olhando pelo reflexo do espelho - Não! Vai dar mais trabalho tirar, do que fazer. - Todo marido normal, quer a esposa bonita. Ele sorriu cínico - É, mas você é feia com ou sem maquiagem. Entrou no banheiro, pegou a bolsinha dela - Vamos logo! Já chega. Foi pegando as maquiagens e guardando - Quando sair do quarto, vai sorrir e dizer que estamos ansiosos para a viagem. - Se reclamar de qualquer coisa, seu pai não vai ganhar o dinheiro e a sua irmãzinha doente, vai ficar na pior, por sua culpa. Saiu do banheiro, colocou a bolsinha nas coisas dele, já fez tudo de caso pensado, foi tomar café da manhã na frente, sem ela, Kadir chamou sua atenção, dizendo que era falta de educação com a esposa, Rafiq garantiu que ela não ia se importar. Porque estava um pouco tímida ainda, perguntou se era bom, dar presentes na lua de mel ou só quando chegassem em casa, fingiu estar realmente animado com o casamento e Yasemin. Ela terminou de se arrumar, colocou um vestido longo bege, de alças, por cima um cardigã cinza e o véu, cobrindo os cabelos, deixou a mala arrumada, saiu do quarto cumprimentando quem encontrou, toda sem jeito envergonhada, Samya a encontrou no caminho, a puxou de canto falando baixinho - Como foi a primeira noite, com seu marido? - Está tudo bem? Yasemin sorriu constrangida - Eu não sei, se ele ficou contente comigo. Ficou emotiva, Samya a abraçou - Mais é ele que precisa te deixar contente, sem pressa ou grosserias. - Se o Rafiq não te tratar bem, como o livro manda, você pode falar pra mim. - Agora é parte da minha família e olha... Colocou a mão dela em sua barriga - Quando menos esperar, vai estar grávida, trazendo mais luz a nossas vidas. - Que alá lhe abençoe logo, com essa dádiva e que venha um filho homem. - Para o meu marido ficar muito contente e facilitar a vida de vocês. Rafiq estava indo ver porque ela estava demorando, as encontrou no corredor, se aproximou sorrindo - Ahh te encontrei, vamos luz da minha vida. Beijou a mão dela sutilmente - Precisa comer bem, antes de irmos viajar. Foram até a sala de jantar, tinham muitas frutas a se perderem de vista, a mesa toda decorada, com flores, louça de festa, toda desconfortável perto dele, Yasemin apenas deu bom dia, comeu uma maçã e comeu um pedaço de pão caseiro, já estavam atrasados, ele quem foi pegar as malas, colocou no carro, ela estava se despedindo agradecendo a nova família. Perguntou se o pai, não iria se despedir, Kadir falou que não ia dar tempo, mas oportunidades, não iriam faltar, para ela rever os irmãos e a família. Entraram no carro, acenando, ela não sabia para onde iriam, perguntou mexendo no celular - Quantos dias vamos ficar fora? Tirou o véu e o cardigã - Tenho aula, não posso ficar faltando atoa. Levantou a mão para tirar uma foto sozinha, ele estava dirigindo, em instantes tomou o celular da mão dela, jogou na porta no lado do motorista - Não vamos a viagem nenhuma, você não vai fazer o que quiser e pisar em mim. Pegou o véu do colo dela, jogou no rosto - Não sou um tapete, sou o seu marido e exijo respeito. - Vai se vestir, como os costumes mandam. - Discreta, sem vulgaridade, vai cobrir o cabelo o tempo todo, não vai até a portaria, sem o véu. Ela começou rir provocando, passando o véu nas mãos - Agora quer seguir os costumes? - Você é o camelo e se acha o beduíno, é burro, ignorante e um grande hipócrita. - Eu não vou pagar esse mico, você já sabia, que eu não usava. Ele estava saindo da cidade, entrando em uma rodovia - Então vai ficar sem o celular, até decorar as regras do nosso contrato e seguir todas elas, fielmente. Abaixou o vidro do seu lado - Vai me obedecer, por bem ou por m*l. Pegou a bolsinha dela, debaixo do banco, jogou pela janela no mato, na beira da estrada - Vamos a um hotel, aqui perto, para fingir que estamos viajando. Ela começou gritar lhe dando tapas - Nãoooooo! Para agora. As minhas coisas! Tirou o cinto de segurança, se virou para trás nervosa - Vou obedecer, por favor, paraaaaaa! Começou chorar aos prantos - Me desculpa! Para o carro. Ele continuou dirigindo ignorando o desespero dela - Como não confio em você, vai ficar no mesmo quarto que eu. Ela voltou a sentar, cruzou os braços fula, silenciou chorando, pensando que não ia obedecer nada e fazer da vida dele uma tormenta, quando chegaram ao hotel, ele colocou o celular dela no bolso, ainda dentro do carro - Se vista, vamos logo, ou vou te devolver, dizer que não é boa. Ela colocou o véu de qualquer jeito - E eu vou dizer que me maltratou. Porque eu descobri seus segredos! - Tinham coisas da minha mãe, naquela bolsa, você está tomado por um gênio r**m. Tentou abrir a porta - Eu não mereço nada disso. Abre agora! Ele jogou o cardigã em cima dela - Se esqueceu disso, tudo é culpa sua, consequências, aprenda a lidar com elas, seja mais madura e responsável. - O sucesso desse casamento, só depende de você. - Quanto mais rápido, engravidar, melhor, para ficar bem longe de mim. Foi descendo do carro, pegando as malas, ela não colocou o cardigã, ficou sentada muito brava, ele a chamou para ir logo, foram entrando distantes, ela permaneceu completamente calada, andando atrás, observando tudo. Subiram de elevador, era um hotel mais simplório, todos ficaram olhando para eles, por causa do véu dela, ela tirou na porta do quarto, colocou em cima da cama, foi olhar a janela, ele continuou indiferente, começou a mexer no celular, estava conversando com o sogro. Todos estavam escondendo que a irmã de Yasemin, estava no hospital internada, ela passou mau depois do casamento e acharam melhor ocultar isso pra ela. Rafiq também estava preocupado com a namorada, a viu postando foto em uma festa, que durava o dia todo, ficou se roendo de ciúmes, foi até a varanda - Yasemin, vou sair e te deixar a vontade, um pouco. Mostrou o celular dela - Almoce no quarto e não saia daqui, depois vou te mostrar as regras. Ela nem respondeu, se virou de costas, ele saiu pensativo, queria explicar um pouco da situação a Gemima, já tinha pensado em como mentir, foi até em casa, se arrumar e foi atrás dela, na festa, a pegou de surpresa, chamou para conversar, ela estava como sempre, com uma roupa curta, decotada, bebendo, começou questionar o que ele estava fazendo lá, não o beijou nem abraçou. Ele estava sendo paciente, disse que ia embora sem resolver a situação deles, só então ela cedeu, foi até o carro conversar, ele começou falar sobre o trabalho, a convenceu ir pra casa, compraram muita comida e guloseimas para o almoço, já que ela odiava cozinhar, estava parecendo um dia normal na rotina de casal deles. Ela só achou que iriam voltar, com algumas provocações questionando se ele a amava, o levou para a cama, o deixou excit ado e foi tomar banho, ele foi atrás, a colocou para chupar embaixo do chuveiro, go zou na boca e rosto dela, a deixando irritada. Ela o achou um pouco diferente, parecia distante, ficou quieta o ignorando, foi deitar na sala, mandando um áudio para uma amiga, dizendo que estava arrependida de ter ido embora da festa. Ele estava achando graça, arrumando a comida, colocou uma surpresa pra ela no prato, um anel solitário, cobriu com outro prato, sentou e a chamou, para conversar, começou almoçar sozinho. Ela demorou um pouco, sentou a mesa mexendo no celular - Vai ficar comigo o resto do dia né? Ou o seu pai não vai deixar? - Eu tô precisando de você. Ele ficou a olhando fixamente sério - Amor, você tem que me entender, quer um futuro ou não? - Eu quis abrir mão de tudo e você me fez desistir. - A única coisa que você precisa saber, é que eu te amo. - Assim que possível, vamos nos casar, ter a nossa casa com tudo do bom e melhor, que merece. Ela interrompeu - É eu sei que te abri os olhos Rafiq, mas esperava uma atitude sua, é um homem, precisa se impor. - Seu pai não quer te ver feliz? - Temos criações diferentes, mas você vai viver bem comigo, é isso que importa. Ele sorriu cínico - É bem fácil falar né, quando sou eu que me moldo, pra caber no seu modo de viver. - Aceitaria se converter? Usar o véu? Andar com roupas mais discretas?
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