CAPÍTULO 1

1937 Words
Charles Ricci Sonho on — Corre enquanto você ainda pode! — Não, eu não vou deixar você. — falo sentindo o desespero passar por todo meu corpo. Nunca pensei na minha vida que estaria nessa situação novamente. — Eu não vou conseguir correr, vai... — Não! Eu não vou deixar você. — falo decidido. — Vamos! — escuto alguém gritar e sei que estão se aproximando. — Vai, você consegue vamos. — falo tentando puxar o seu braço. — Eu não consigo mais, pode ir, eu vou ficar bem. — um sorriso brota dos seus lábios, mas eu sinto que não vai ficar tudo bem. — Achei! — viro-me para o lado rapidamente, e antes que eu possa falar mais alguma coisa, uma ventania começa, e tudo desaparece. Sonho off — Não! Arqueio o meu corpo rapidamente, estou todo suado, e o meu coração está acelerado enquanto a minha respiração está a ponto de falhar, nem acredito que esses malditos pesadelos ainda me perseguem, após tanto tempo. Suspiro e olho para minhas mãos tremulas, é como se eu estivesse revivendo aquele momento. Merda! Sento-me na cama e olho para o relógio em cima do criado mudo, passam das cinco horas da manhã, sei que não vou mais conseguir dormir, agradeço, pois pelo menos dessa vez já está próximo do horário de levantar para o trabalho. — au, au — Ônix o meu cachorro abre a porta do quarto e pula na cama se dentando ao meu lado. — Já falei que não é para sair entrando assim. — reclamo com ele. Ônix vira a barriga para mim fazendo graças. — Você quer brincar? — pergunto fazendo carinho na sua barriga. — au, au. — ele late e me lambe. Aceno. — Tudo bem, mas agora não posso brincar, porém, está com fome? — pergunto. — au, au. — responde dizendo que sim. — Levanta que eu vou alimentar você. — saio da cama e ele me segue. Quando o encontrei Ônix, ele era apenas um filhote, estava sozinho jogado no canteiro de uma estrada perto da minha propriedade, lembro-me que passei direto por ele, não ia parar o meu carro, pois imaginei que outra pessoa pudesse ajudá-lo, mas um som de trovão se ouviu do céu, e vi algumas nuvens se formando, sabia que se ninguém passar a tempo ele ficaria todo molhado, então um sentimento de preocupação bateu forte no meu peito, respirei fundo e parei o meu carro, quando me aproximei dele, e o segurei nos meus braços, vi que a sua pata estava machucada então o trouxe para casa, eu só ia cuidar dele por alguns dias, até levá-lo para algum abrigo, porém quando percebi, já havia dado um nome e ele já estava dormindo na minha cama, e bagunçando as minhas roupas. Claro que no começo eu brigava com ele, mas passado um ano, só reclamo de pirraça mesmo. Os únicos que sabem que eu tenho um cachorro é meu irmão Thomas porque é um grande enxerido já que esta sempre tentando se meter na minha vida. Lembro-me das palavras do Thomas: ‘’Charles não vá matar o pobre animal’’. Os meus pais também sabem, pois eles já vieram aqui em casa e me pegaram dando banho nele, é Ônix só aceita tomar banho em casa, e que seja eu a dar, não gosta de empregados fazendo isso nele, o ultimo que tentou ele quase mordeu, acredito que seja porque sou eu que cuido dele desde filhote e ele se apitou. E claro um amigo próximo, nem o meu irmão Liam sabe que eu tenho um cachorro, bom pelo menos acredito que não já que faz mais de um ano que não vem aqui em casa, quando nós vemos é sempre na casa dos nossos pais, ou nas nossas empresas, meu irmão sabe que eu odeio receber visitas, então ele respeita a minha privacidade. Pelo menos ele respeita. Tenho dois irmãos, Liam é o mais velho, ele tem uma personalidade um pouco parecida com a minha, pois, gosta que os assuntos da sua vida fiquem em sigilo, então não fica querendo saber da vida dos outros. Ao contrário do Thomas é tipo aquele irmão inconveniente que gosta de tirar todo mundo do sério, vive vasculhando as nossas vidas para poder dar os seus milagrosos conselhos, que ninguém pediu. Sei que ele não faz por m*l, mas tem horas que me irrita, ainda que faça de maneira moderada, bom pelo menos comigo. Pois sabe que não tenho paciência para seu jeito irritante. Após alimentar o Ônix vou tomar um banho, a água gelada que escorre pelo meu corpo é como se fosse um alimento para minha alma, o frio me mantém vivo, acendendo cada célula do meu corpo mostrando que juntos somos uma fortaleza. Sempre fui um homem de muitas barreiras, construí em volta de mim mesmo uma fortaleza, uma ao qual ninguém poderia atravessar, mas descobri da forma mais dolorosa da vida, que as barreiras podem aparecer rachaduras ao decorrer do tempo, então as refiz de aço, pois essa ninguém ira ultrapassar novamente. Após sair do banheiro entro no meu closet, visto o meu terno preto, seguido da camisa, gravata e sapato social da mesma cor. Olho-me no espelho arrumando os meus cabelos, após terminar de me trocar, desço para tomar o meu café da manhã. Moro numa residência privada, no meio do mato como o meu irmão Liam costuma falar, sou cercado apenas por uma grande cachoeira, e grandes árvores por todo local, lembro-me que quando comprei essa residência, o que mais me chamou a atenção foi não ter nenhum vizinho bisbilhoteiro por perto, achei bem melhor assim, pois não confio nem na minha sombra, piorou alguém morando próximo da minha casa. Os únicos que ficam na propriedade são os empregados da mansão e os meus seguranças, porém sempre que chego em casa é como se não tivesse ninguém no local, pois todos desaparecem como fumaça. Estou chegando na sala de jantar, quando vejo a empregada terminando de colocar o café na mesa, a senhora Lee tem cerca de sessenta anos, é uma mulher muito querida pelos meus pais, e sempre esteve do nosso lado desde que éramos pequenos, não é atoa que quando falei que ia me mudar, ela arrumou as suas malas e disse que vinha comigo. — Bom dia senhor Ricci. — ela fala com um sorriso amigável. — Bom dia, senhora Lee. — responde seco. — O senhor não desceu para lutar hoje, então trouxe o seu café para sala. Aceno em positivo, ela sabe que sempre tomo café na academia de luta que tenho dentro da propriedade. — Obrigado. — agradeço, pois se tem uma coisa que apreendi foi a tratar bem os funcionários. — Pode se retirar. Ela acena e sai. Após finalizar o meu café da manhã vou para empresa, se tem uma coisa que eu nunca permito que aconteça é chegar atrasado, pode está tendo uma grande tempestade lá fora, sempre chego no horário, e não aceito que os meus funcionários atrasem também, pois acredito que isso é falta de comprometimento com a empresa. Muitos já foram demitidos por causa desse simples detalhe, como eles costumam dizer, já no meu caso, é como se fosse um desastre mundial. Passo pela recepção e a minha secretária Maya já está me esperando. — Bom dia senhor Charles, posso passar a sua agenda? — pergunta entrando comigo em minha sala. Aceno com a cabeça. Ela começa a me passar todas as reuniões que vou ter hoje, as empresas Ricci têm várias propriedades, somos uma grande linha de investimentos e estamos, estamos sempre nos rankings das empresas mais ricas dos Estados Unidos e do mundo, e isso é ótimo para o nosso nome, pois somos conhecidos como uma potência mundial, claro que isso também nos faz correr alguns riscos, assim como passamos há anos atrás, digamos que temos uma grande lista de inimigos, e já precisamos sujar as nossas mãos, ainda que ninguém saiba que foi feito por nós mesmo. — O senhor John Nolan ligou um pouco antes do senhor chegar, disse que tem uma informação valiosa ao senhor. — ela fala, após terminar de me explicar tudo que vamos fazer hoje. John é um dos poucos amigos que tenho, a sua família é grande aliada nos negócios, e os nossos pais se conhecem há muito tempo. — Pode retornar a ligação dele, e colocá-lo na linha comigo. Ela acena em positivo. — Tudo bem senhor, vou colocá-lo na linha dois. Com licença. — ela se retira. Alguns segundos depois estou na ligação com Jonh. — Qual informação? — pergunto indo direto ao assunto. — Bom dia para você também Charles. — ele fala com ironia. — Você disse que tem algo valioso para me contar, então agradeço se for logo ao assunto, pois os negócios não esperam. — Você poderia sorrir um pouco sabia. — Não estou preocupado com sorrisos, agora me diga o porquê me ligou ou eu vou desligar, pois o meu tempo vale milhões de dólares e você sabe que eu não estou disposto a perder um real nessa ligação. Ele suspira. — Como sempre em horário de trabalho é uma máquina de fazer dinheiro, bom, na verdade, até fora dai. — fala irônico. — Agora vamos ao assunto, uma empresa grande empresa esta prestes a falir de vez. — Qual? — pergunto. — A rede de hotel do senhor Smith, dizem que ele sofreu um golpe milionário, bom pelo menos é o que ele acusa, já seu antigo sócio fala que eles desfizeram a sociedade e pegou o que era dele por direito. — Pouco me importa a briga deles, quero somente saber qual o valor do desfalque. — Eita! Calma eu já ia chegar lá. — reviro os meus olhos. — São em torno de setecentos milhões de dólares perdidos. Um sorriso brota nos meus lábios, pois isso é uma ótima notícia. Os hotéis Smith eram os mais requisitados do país, agora com esse desfalque milionário, fica difícil se reerguer, não pela perde de milhões e sim porque o nome ficou manchado no meio da alta sociedade, já que ninguém vai querer fechar negócio com uma empresa com um sócio duvidoso. — Ele falou sobre vender o hotel? — pergunto sondando o terreno. — Não, mas meu pai conversou com ele por telefone, sabe que eles são grandes amigos, o velho está com a cabeça a mil, não sabe o que fazer e... — O problema dele não me interessa. A única coisa que me importa é a compra do hotel, poupe-me de escutar os lamentos dele com o seu pai. — Eita! Ter um pouco de empatia aos outros não faz m*l a ninguém. — Terminou? — pergunto mudando de assunto, já sem paciência por essa ligação. — Charles sendo Charles, à noite passo na sua casa para saber como foi com o velho Smith. — Vou estar ocupado. — Vai está com alguma p**a ou com as filhinhas do Allen? — pergunta. — Se bem que nenhuma delas você levaria a sua casa. — Não é da sua conta. — Charles... Desligo a ligação totalmente sem paciência, pois as minhas fodas não são da conta dele. Volto ao meu foco principal que é comprar mais uma empresa, e acredito que essa será a mais fácil, pois até o senhor Smith sendo um homem de negócios sabe que dificilmente vai conseguir se reerguer por muito tempo. Então eu serei a sua salvação porque dificilmente ele vai encontrar alguém com uma proposta melhor, na verdade, é possível que nem encontre. Continua...
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