Narrado por Beatriz Dou voltas e mais voltas ao envelope. Estou com um pressentimento estranho em relação ao que estará aqui dentro. Serão boas notícias? Ou serão más notícias? — Bem, Beatriz, se não abrires nunca saberás. Falo para mim mesma. Estou enfiada numa das casas de banho do trabalho, o meu horário já acabou, mas achei mais seguro abrir aqui o envelope, longe de olhares indiscretos e principalmente, longe do olhar da minha tia Adelina. Não entendo porque o homem tão bem frisou essa parte, que não podia passar pelas mãos da minha tia Adelina. Acho que a minha tia é odiada até na China. Rio com o meu pensamento. Coloco o dedo no selo e o parto e sinto um aperto no meu peito. Abro o envelope e vejo uma folha lá dentro com a mesma textura do envelope. Tiro, abro a fo