Capítulo 4

1978 Words
No dia seguinte, somos acordados cedo por Beta Mateo. Entrando em nosso carro, seguimos ele enquanto ele dirige para as áreas externas da pequena cidade. A casa é mais uma cabana com uma grande varanda na frente e uma entrada de cascalho; é aconchegante, embrenhada entre as árvores. Saindo do carro, eu entro, junto com meu pai. Beta Mateo destranca a porta de madeira verde antes de entregar as chaves para meu pai. "Você tem certeza de que quer morar tão longe assim? Há vários lugares vazios na cidade que podem atender melhor às suas necessidades." "Não, isto é perfeito. Obrigado, Beta." Responde meu pai. "Estamos no mesmo patamar, e honestamente, você faz isso há muito mais tempo do que eu. Você provavelmente poderia me ensinar uma coisa ou duas. Apenas me chame de Mateo e bem-vindos à Alcateia." Diz Beta Mateo para meu pai antes de dar um tapinha em seu ombro. Ele desce os degraus para o gramado antes de parar ao meu lado e cheirar o ar. "Você cheira diferente da maioria dos lobos." Ele me observa, me estudando e eu me enrijo. "O que você quer dizer?" Fiquei orgulhosa de mim mesmo por soar normal, embora por dentro meu estômago esteja atado em nós. E se ele puder sentir a diferença em mim assim como seu Alfa? "Não sei, apenas diferente. Eu posso sentir que você é uma loba, mas seu cheiro não é muito forte. Além disso, algo mais, seu cheiro me lembra alguém." Ele diz, franzindo a testa como se estivesse tentando descobrir quem. "De qualquer forma, vou deixar vocês se instalarem. Não se esqueçam, as corridas da Alcateia são obrigatórias e acontecem todas as sextas-feiras às 6 horas em ponto. Eu sei que vocês estão dispensados esta semana, mas seria bom se apresentar aos outros membros da Alcateia. Somos uma comunidade unida, e o restante da Alcateia se sentirá mais à vontade com novos membros que comparecem. Algo para pensar." Mateo diz para meu pai, que acena. Eu subo os degraus com uma caixa na mão, vinda do caminhão. "Faremos o possível para estar lá na sexta-feira." Minha mãe assegura, me encarando enquanto sobe os degraus da varanda em minha direção. Eu aceno antes de entrar. Uma lareira gigante ocupa a maior parte da sala. Seus tijolos pretos escuros se estendem até o teto e cobrem uma parede inteira. O piso é de algum tipo de madeira maciça. Está tingido de marrom escuro, quase tão preto quanto os tijolos. O lugar inteiro cheira a algo que esteve trancado por um tempo. Minha mãe corre de cortina em cortina, abrindo-as e abrindo um pouco as janelas para deixar a brisa do lado de fora entrar e o ar estagnado e com cheiro r**m sair. Eu escapo da sala e vou para o que parece ser a cozinha. Pelo menos não é tão desatualizada quanto o resto da casa aparentemente. Bancadas de pedra de granito, eletrodomésticos de aço inoxidável preto e até mesmo uma pequena ilha de cozinha ficam no centro. Vou gostar dessa sala. Alguns dos homens de Alfa Ezra ajudam a trazer os móveis e meus pais desembalam. Carregando uma caixa do caminhão para a parte de trás da casa, encontro meu quarto, o menor, ao lado do banheiro e com vista para a floresta ao redor da casa. O quarto dos meus pais fica no corredor e tem suíte. No geral, eu gosto. Depois de arrastar tudo para dentro, vou para meu quarto e começo a montar a estrutura da minha cama, e um dos membros da Alcateia me ajuda a trazer o resto das minhas coisas para o meu quarto. As colocando ao longo da parede que tem a janela com vista para a floresta. Passamos o resto do dia desempacotando, limpando e deixando o lugar um pouco mais acolhedor. Quando a noite chega, estou exausta e adormeço antes mesmo de poder jantar, só para acordar no meio da noite. Indo para a cozinha, acendo a luz, pego um copo de água, subo em um banquinho e olho pela janela da cozinha. Este lugar é silencioso, ao contrário do nosso último lugar, que ficava em uma estrada movimentada. Eu gosto do silêncio, menos gente para evitar e é mais confortável sem vizinhos bisbilhotando nossas vidas. Porém, enquanto lavo meu copo, um movimento lá fora faz meus olhos se voltarem para a borda da floresta. Eu piscando, me perguntando se meus olhos estão me enganando, enquanto me inclino para a frente. Um lobo n***o enorme está parado na floresta, me encarando diretamente. Eu esfrego os olhos antes de me aproximar e olhar mais de perto. Minha respiração embaça a janela. Só que o lobo agora sumiu. Pensando que devo ter imaginado ou que minha mente está me enganando, sacudo essa experiência estranha e saio da cozinha, apagando as luzes. De volta ao meu quarto, volto para a cama. Puxo meu edredom roxo com as genéricas flores de lavanda até o queixo e me aninho no travesseiro até encontrar conforto. Tento adormecer, mas o lobo que vi continua se repetindo em minha mente. Quem era aquele? Estamos bem distantes. Talvez sejam as patrulhas verificando o lugar. De qualquer forma, eventualmente sou arrastada de volta para o sono. Os próximos dias passam em um borrão e se ajustam a uma rotina confortável. Segunda-feira chega e eu me visto com meu jeans e minha camiseta azul antes de pegar minha mochila e colocar meus livros escolares nela. Minha mãe e meu pai vão se encontrar com o Alfa Ezra hoje antes de receberem suas novas funções. Estacionando em frente à minha nova escola, um sentimento de apreensão se instala no meu estômago. Minha mãe me olha pelo retrovisor. "Posso fingir estar doente até a próxima semana?" Imploro a ela e ela ergue uma sobrancelha para mim. "Você ficará bem, e pelo que parece, eu posso estar trabalhando aqui. Apenas mantenha a cabeça baixa e se comporte, Kat." Ela me adverte, e eu aceno. Com um suspiro pesado, abro a porta de trás e saio do carro. Olho para o prédio de tijolos que, sem dúvida, será como o último, uma decepção e um lugar de tormento caso descubram que eu não tenho um lobo, o que, graças às corridas obrigatórias da Alcateia, não vai demorar para acontecer, e mais uma vez serei motivo de risada na escola. Vou direto para a secretaria e sou recebida por uma mulher na casa dos trinta e poucos anos; ela tem cabelos castanhos lisos que vão até os ombros e óculos redondos grandes equilibrados em seu nariz perfeitamente reto. Seus olhos cor de avelã me observam ao entrar. Um sorriso caloroso me recebe e eu dou um pequeno sorriso de volta. "Você deve ser Katya?" "Sim, estou aqui para pegar meu horário." Digo a ela, me aproximando da mesa da secretária. Ela olha para os papéis antes de pegar uma pasta manila e me entregar. "Seu horário e um mapa da escola estão aqui, além de um cartão da biblioteca e a combinação do seu armário." Ela explica. Eu abro, olhando para o horário. Meu estômago afunda quando percebo que eles têm treinamento todas as tardes, exceto às sextas-feiras. Eu me pergunto se minha mãe sabe que até mesmo os alunos treinam todos os dias por duas horas. Duas horas de treinamento normal e uma hora de treinamento com nossos lobos todas as terças e quartas. Ótimo, simplesmente ótimo. Nem mesmo vou passar um dia aqui antes que todos descubram, e serei banida. Deveria ser adivinha. Eu sabia que descobririam mais rápido. Eu poderia muito bem recomeçar a arrumar minhas coisas, droga. Talvez eu possa ser dispensada na primeira semana, me pergunto. "Obrigada." Digo a ela antes de ir procurar meu armário. Eu digito a combinação enquanto percebo alguns olhares curiosos para a novata, mas ninguém é abertamente mau comigo, o que foi um alívio. Colocando minhas coisas no armário, pego meus livros para a primeira aula, inglês. Enquanto fecho o armário, dou um pulo quando vejo uma garota me encarando, encostada no armário ao lado do meu. Seu cabelo escuro é curto estilo joãozinho e ela tem um piercing de argola dourada no nariz. Sombra escura nos olhos com traços roxos e pretos completa seu visual. "Oi, você deve ser nova por aqui, eu sou Jasmine." Ela se apresenta antes de pegar meu horário das minhas mãos. "Ah, Katya." Digo a ela, de forma desajeitada, enquanto espero que ela me devolva. "Temos a maioria das mesmas aulas. Você pode me seguir se quiser, e eu vou te mostrar por aí." Ela oferece, me devolvendo meu horário. Eu o coloco em cima dos meus livros. "Obrigada, seria ótimo." "Então você é da Matilha do Alfa Jackson, ouvi falar." Ela diz. Eu não respondo. A fofoca já começou, mas de novo, em comunidades da Alcateia, todo mundo conhece todo mundo, então não é surpreendente. "Meu pai é o terceiro no comando. Ele ouviu o Alfa Ezra e o Beta Mateo conversando, então você tem genes Beta?" Ela pergunta e eu assinto. Embora isso não adiantasse sem um lobo. "Sua mãe também tem uma boa reputação, a única guerreira feminina da matilha do Jackson. Como era morar lá? O Alfa Jackson é tão rigoroso quanto os rumores dizem?" "É, foi okay, assim como qualquer outro bando." Respondo com um encolher de ombros. "Sim, bem, o Alfa Ezra odeia o Alfa Jackson, fiquei surpresa ao ouvir que ele realmente deixou alguém se transferir. Seus pais devem ter uma boa reputação, não tivemos nenhum recém-chegado há alguns anos agora, o Alfa é muito cauteloso sobre quem ele deixa entrar. Houve até sussurros de que ele estava se arrependendo de sua escolha de permitir novos membros no bando, então seus pais devem tê-lo impressionado." Ela me diz. Ele não parecia desconfiado de nós. Ele não era nada como eu esperava, honestamente. Eu pensei que já estaria trancada nas celas ou banida agora, então suas palavras me deixam um pouco desconfortável. Jasmine para em uma porta verde e faz um gesto em direção a ela. "Esta é nossa aula de inglês, o Sr. Tonks é legal, mas não chegue atrasada. Ele odeia atrasos." Eu olho para dentro da sala de aula e, ao contrário das salas de aula do meu antigo bando, todos estavam conversando baixinho enquanto esperavam o professor chegar. No meu antigo bando, os alunos faziam o que quisessem e eram barulhentos e incontroláveis na maior parte do tempo, então fiquei um pouco surpresa em ver todos se comportando bem. Jasmine me leva até uma carteira vazia no fundo e eu me sento ao lado dela. Ela aponta para alguns grupos diferentes de crianças conversando. "Aquele grupo ali é seguro, como eu gosto de chamar. Eles não vão causar problemas." Ela avisa, apontando para um grupo de crianças conversando entre si. Eles parecem um pouco nerds, não que eu me importe. Eu também sou um pouco nerd. "Agora, aquele grupo ali, tente evitá-los, a loira se chama Angie e ela é uma verdadeira v***a, além de ser a abelha-rainha da escola, como você provavelmente já percebeu, apenas tente se manter no meio como eu faço e você ficará bem." Ela diz antes de apontar alguns outros grupos menores. Alguns minutos se passaram antes que o professor entrasse, que felizmente não fez alarde sobre a presença de uma nova aluna, em vez disso, começou a escrever no quadro branco antes de nos mandar copiar. O dia passa em um borrão e, na maior parte do tempo, faço o que Jasmine aconselhou e me mantenho quieta. Na hora do almoço, sentei no pátio com ela observando os alunos e os professores preparando os espaços para o treinamento. Náuseas me deixam sabendo que estou prestes a treinar por duas horas, quando de repente vejo minha mãe chegando ao campo junto com o Alfa Ezra.
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