No coração do mafioso

Capítulo 1

_ Ai, socorro! Pare por favor... Eu não aguento mais...

_ Cale a boca sua c****a imunda! Eu paguei caro por você e não vou deixar você sair dessa com facilidade! Eu acho bom você parar com essa choradeira antes que eu perca o resto da minha paciência!

Anne Livy costumava ser uma menina linda, dessas que chamam a atenção de qualquer homem por onde passava. Morena de olhos verdes e um corpo perfeito, costumava passear pelas ruas de Paris sempre alegre, com os seus cabelos encaracolados até a altura do bumbum.

Quem a ver hoje, m*l a reconheceria. Anne Livy não é nem a sombra da menina que foi. No auge dos seus dezesseis anos, Anne Livy foi obrigada a se casar com Augustus. Um homem corpulento, de quarenta e poucos anos, rude e violento. Obrigava a pobre da Anne Livy a trabalhar até tarde nos afazeres domésticos de sua mansão e depois, a estuprava e surrava para que ela jamais tentasse abrir sua boca para contar o que vivia.

Como se Anne Livy tivesse para quem contar. Ela era proibida de sair de casa, nem fazer as compras para casa ela tinha permissão de ir. Comprava tudo por aplicativo e pedia entrega. De família, ela só tinha sua madrasta, Vivian. Uma mulher inglesa, incrivelmente bela. Mas Anne Livy não podia contar com ela jamais, afinal foi a madrasta quem a vendeu a esse homem.

Vivian havia ido a Paris para estudar. Lá ela conheceu Gustavo, um homem bondoso e gentil. Gustavo era viúvo e tinha uma filha de apenas quatro anos, Anne Livy. Vivian logo se apaixonou por ele e pela menina. Mas conforme os anos passavam e Vivian não conseguia engravidar, Anne Livy se tornava uma frustração na vida de Vivian. A menina passou a representar o fracasso da mulher e, quanto mais linda Anne Livy ficava, mais seu rancor pela menina aumentava já que a pequena era a cópia de sua mãe falecida.

Vivian não suportava a ideia de que Gustavo olhasse para a menina e se lembrasse da mãe e tudo aquilo que viveram. Seu ciúmes era tamanho que ela sempre inventava desculpas para que a menina fosse castigada. Quando o pai de Anne Livy morreu ela só tinha dez anos e ficou sob a guarda da madastra.

Quando a menina fez dezesseis anos, Vivian a levou em uma casa para homens. Lá Anne Livy foi obrigada a colocar um biquíni e foi embriagada. A exibiram como uma mercadoria anunciando que ela era uma virgem e sem família, para não dar problema a quem arrematasse.

Anne Livy foi leiloada como mercadoria e vendida para Augustus. Um homem muito rico e muito influente em Paris.

A madastra de Anne Livy, Vivian, ganhou uma boa parte do dinheiro da venda por ter levado a menina para lá, além de ter negociado com Augustus para garantir que ela fosse dele. É que Vivian já o conhecia pois já tinham se divertido muito juntos e ela sabia do quanto ele era rico e violento. Seria perfeito casar Anne Livy com ele já que a menina teria o pior dos castigos e ela, Vivian, ganharia uma boa grana com isso.

Depois que Anne Livy foi embora com Augustus, Vivian vendeu a casa do pai de Anne Livy, pegou todo o dinheiro e foi embora de Paris, deixando a menina nas mãos daquele homem.

Para não levantar suspeita sobre o fato de Anne Livy ser menor de idade, Augustus se casou no civil com ela. Uma cerimônia sem nenhum convidado, simples e seca, somente para disfarçar, afinal, ele não podia deixar que descobrissem sua podridão.

A menina por sua vez, era tratada feito escrava. Ela era obrigada a limpar, lavar e cozinhar para ele. Se ela não limpasse tudo direitinho, ele a espancava, tinha de lavar e passar as roupas dele com perfeição ou ele pegaria o ferro quente e colocaria na palma das mãos de Anne Livy. E quando a noite chegava, ela torcia para que ele ficasse na rua com alguma mulher que conhecia ou se interessava pois se ele voltasse sozinho e bêbado, ela era estuprada.

Graças a Deus que pelo menos aquele homem usava camisinha ou então ela já teria engravidado dele ou até mesmo pego alguma doença.

Todos os dias eram iguais para a menina por pelo menos 2 anos. Até que um belo dia as coisas começaram a mudar.