Capítulo 3

863 Words
Quando os convidados chegaram, Anne Livy estava na sala principal de sua casa ao lado de Augustus. Ela não tinha permissão de se sentar ali, porém agora teria de agir como uma esposa normal e amorosa. Augustus já a havia instruído sobre como agir e o que falar para não dar bandeira sobre a real relação dos dois. E ela tinha pavor do marido, mais ainda de quando ele ficava bravo. O mordomo de Augustus abriu a porta e dois seguranças entraram seguidos por uma mulher que Anne Livy pensou ser um anjo ou alguma divindade. A mulher possuía um rosto muito branco com as maçãs rosadas, lábios carnudos levemente pintados de rosa. Os olhos de um azul escuro pareciam dois lagos profundos, cabelos loiros muito lisos e o corpo de uma dessas mulheres de televisão. A mulher entrou com um sorriso lindo no rosto e não parecia nem um pouco antipática. Aliás, ela parecia ser uma pessoa em quem Anne Livy poderia enfim confiar pois ela tinha um sorriso e um olhar amável, como uma mãe para com o seu filho. Pouco depois que ela entrou, um homem que não aparentava ter mais de vinte e poucos anos entrou dando instruções a mais três seguranças que o seguiam. No exato instante em que os olhos de Anne Livy e os do homem se cruzaram, quase não conseguiram mais desfazer o olhar. Anne Livy mesmo só voltou a si quando Augustus pigarreou duas vezes e ela percebeu o que estava fazendo de errado. Seu coração que havia se aquecido ao ver o homem, congelou instantaneamente ao ver o olhar do marido. O homem por sua vez deu um passo a frente e se apresentou. _ Eu sou Antony e essa é minha mãe, Ariadna. Agradeço o convite e a sua hospitalidade senhora e esperamos não lhe dar muito trabalho também. Antony era o único filho de Ferraz e Ariadna, portanto, o único herdeiro da máfia. Ele chamava a atenção por onde passava já que se tratava de um homem alto e muito forte, cabelos negros como os do pai porém tinha os olhos azuis da mãe. A boca era fina bem desenhada nos traços masculinos. Mas apesar da beleza de Antony, ele era conhecido entre os grandes mafiosos por ser extremamente implacável com seus inimigos. Diziam que ele era ainda muito mais perigoso que o pai. Mesmo assim Augustus se achou no direito de cortar qualquer tentativa de i********e pois sabia que o que Antony quisesse ele seria obrigado a ceder ou morreria, mesmo que fosse sua esposa o objeto desse desejo. _ Imagina, será um prazer ter vocês em nossa casa! - Augustus falou puxando a atenção do rapaz para ele e desviando o olhar de sua esposa. - Essa é Anne Livy minha mulher e espero que se sintam em casa. Dafne e Levy irão levá-los até seus quartos para que se acomodem. Anne Livy e eu daremos mais algumas instruções para o jantar. Nesse momento o coração de Anne Livy congelou pois sabia que seria castigada por ter olhado para o rapaz. Os convidados se afastaram e foram para seus quartos guiados pelo mordomo e a governanta. Anne Livy permaneceu imóvel na sala olhando eles se afastarem até que sentiu uma pancada forte no estômago, o suficiente para ela perder o fôlego e cair. Com dor e muito medo do marido, ela nem se atreveu a gemer pois sabia que se alguém escutasse, ela seria espancada até a morte. _ O que foi aquela olhada para o rapaz hein? Tu quer morrer sua c****a imunda? Só não vai sofrer as consequências como merece porque eu não quero que eles ouçam você gritar, mas espere até saírem e eu juro que te arranco os olhos! Anne Livy tremia. Só não sabia identificar se era medo ou dor. Ela não podia dar bandeira assim novamente ou isso causaria sua morte. Mas não conseguia afastar o olhar intenso daqueles olhos azuis que pareciam ter entrado em sua alma. Quando o jantar foi servido, ela não conseguiu comer. Seu estômago ainda doía pelo soco. Mas jamais daria bandeira. Ela aguentou calada a dor e tentou disfarçar o fato de não estar comendo. Mas Antony, que conhecia torturas e espancamentos como ninguém, percebeu. Sempre que podia olhava para Anne Livy de maneira disfarçada e viu as marcas nas palmas de suas mãos. Além disso, ela possuía olheiras que nem a maquiagem conseguia disfarçar. Seu rosto demonstrava os mais tratos de anos e seu corpo exalava medo. Ver tudo isso e imaginar que ela não estava se alimentando apenas porque olhou para ele fez com que Antony perdesse o apetite. Por mais duro que ele fosse, sua mãe o ensinou que um homem jamais deve tocar em uma mulher dessa maneira. Mas ele não podia fazer nada com o sócio do pai já que o acordo entre eles estavam beneficiando muito a família. Os negócios do pai aumentaram e os lucros também. Por maior que fosse seu ódio por aquele homem, ele não tinha justificativa para acabar com o sofrimento de Anne Livy. Era isso que ele estava dizendo para si mesmo no restante da noite.
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