Cobra venenosa

1069 Words
Hunter Hunter estava na academia de luta tarde da noite, com a raiva fervendo dentro de si, depois de remoer bastante, o que aconteceu. Ele precisava descontar essa energia negativa em alguém ou algo, e as luvas de boxe pareciam as melhores opções. Ele começou a bater nas luvas com força, socos e chutes rápidos que ecoavam pelo salão vazio, e a todo momento, o loiro imagina o rosto daquele que Hunter considerava um amigo. "Uma cobra venenosa que não percebi e acabou me destruindo", ele pensou. Depois de alguns minutos, uma leve sensação de alívio começou a se espalhar pelo seu corpo, mas ainda faltava algo. Seu corpo estava suado e a cabeça permaneceu perturbada. Viver com essa verdade estava o matando. Ele precisava lutar contra alguém de verdade. Olhando em volta, percebeu que a academia estava praticamente vazia, mas, por obra do destino, naquele momento, Tomás passa pela porta, sorridente, cumprimentando um dos poucos que estavam ali. Hunter, riu de tanta raiva. A maratona de socos de poucos minutos, não serviram de nada. Pior, o loiro achava que ali, material o i*****l. Então, Tomás se aproximou. Hunter não lembrava que o desgraçado também frequentava aquele lugar. — Irmão. — disse ao se aproximar. O sorriso no rosto só aumentou a vontade dele de acabar com o babaca. — Pensei que estaria com a família, a essa hora. Hunter, ofegante, riu de desgosto, pegou sua garrafa d'agua e bebeu quase que por completo. — É uma surpresa para você? — a pergunta foi dita com uma carga pesada de raiva. — Preciso treinar um pouco. A vida está me cobrando muito. — Está chateado com algo? Tomás sabia como andava a vida matrimonial do casal, afinal, rotineiramente, transava com a esposa do amigo. Óbvio que, em alguns momentos, se sentia m*l por isso. Contudo, para se conformar, ele dizia que era uma forma de pagar, quando Hunter era um completo i*****l com ele e Emília. — Não! — o sorriso de deboche nem foi percebido. O ódio de Hunter crescia a cada segundo. — Quer lutar? — Apontou para o ringue. — Claro. — o coitado nem sabia onde estava se metendo. Uma das coisas que mais irritava Hunter era saber que o babaca agia como se nada tivesse acontecido, dava conselhos amorosos e agora, ele sabia que a cobra com quem cresceu fodia a sua esposa, quando ele não estava olhando. Hunter esperou que o traíra se preparasse. Ele subiu no pódio e tentou pensar direito ou o mataria. Hunter suspirou, fechou os olhos e se concentrou. Tomás era magro e atlético, aceitou o desafio de imediato por já ter feito isso outras vezes, só que agora a motivação era outra. Hunter ficou feliz pela oportunidade de esgotar seu ódio naquele que era a fonte do problema. Assumindo uma postura de combate, Hunter encarou Tomás e dirigiu um soco poderoso que o encostou nas cordas. O traíra pareceu confuso, mas Hunter continuou avançando, enquanto desferia uma série de golpes. Tomás tentava revidar, mas Hunter era rápido e habilidoso, usando seu conhecimento em artes marciais para desviar dos golpes e pressionar seu adversário. A luta seguiu intensa, com ambos os lutadores trocando golpes poderosos e esquivando dos ataques. Foi uma luta rápida, mas Hunter conseguiu vencer no final. Tomás cansado e ofegante, estendeu a mão em sinal de respeito. Hunter aceitou a saudação, pois sabia que se continuasse, mataria ele. — O que deu em você? — Tomás, já sem as luvas, o confortou. — Que bicho mordeu você. — Uma cobra venenosa muito desagradável. — respondeu ríspido, fazendo uma cara que deixou Tomás sem reação. — Você trabalha demais. — Talvez seja esse o problema. — Hunter continuou. — Trabalho demais e esqueço que não vivo no paraíso. — Problemas em casa? Isso o deixou ainda mais puto. — Não quero falar sobre isso. — Somos amigos, sabe que pode contar comigo. Hunter gargalhou. — Tomás... — encarou o homem, que estava confuso. — Você já faz demais. Muito obrigado. Enquanto isso, Sarah estava esperando, ansiosa, a volta do seu pai, da cirurgia. Ela não conseguiu comer, nem descansar, depois de um dia cansativo. Passou todo tempo rezando e olhando as horas. Parecia um pesadelo no qual ela não conseguia acordar. Seu pai tinha que tirar um tumor na cabeça, uma cirurgia arriscada, e ainda por cima, poderia deixar sequelas. Ela estava sozinha, desesperada, sem saber o que fazer. Se saísse bem dessa situação, ainda tinha que ralar para conseguir o dinheiro para a faculdade. Ela amava fazer moda, criar design e tudo mais, e esse curso não tinha nas universidades gratuitas, por isso estava com a corda no pescoço. O relógio parecia ser seu maior inimigo. O sono chegou, mas ela não conseguiu dormir. Estava em uma sala de espera, junto com outras pessoas, a cadeira não era confortável e mesmo que fosse, dificilmente ela conseguiria fechar os olhos e descansar. “ Isso é mesmo uma merda. ” Ela pensou.“ essas coisas só acontecem comigo. Não há folga. Sempre tenho que lutar contra a realidade e meu sonho. Quando acho que estou a salvo, vem uma péssima notícia e me dá uma rasteira.” Sarah se condenou por estar pensando assim. Essa não era hora de lamentar, mas ela não conseguia se segurar. “Como vou reverter isso? Como arranjarei dinheiro para cobrir custear da faculdade? ” Para não acabar pegando no sono, ela pegou de telefone e buscou por ideias. “Encontrar mais um emprego? Pedir dinheiro ao banco?” essa última opção seria a pior que faria, pois os juros seriam o olho da cara. Sarah avistou o médico que fez o procedimento em seu pai, levantou com um pulo, e foi até ele. - Então, senhor... desculpa, esqueci seu nome. – Deu um sorriso de nervoso. - Fique calma, tudo o correu bem. – A tranquilizou. – Seu pai está sendo levado para o quarto e estou confiante de que ele ficará bem. Alegre e agradecida, ela tomou a liberdade de abraçar o homem que ela nem conhecia. Depois, se envergonhou. O médico, então, a levou para o quarto onde seu pai estava. Ela o viu com a cabeça enfaixada, dormindo, e encheu os olhos de agua. Ela sabia que esse momento era decisivo, pois ele poderia não acordar. Por isso, se apegou a Deus e rezou para que tudo acabasse bem.
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