Profano

conversa.

Lorenzo

Tive que sair um pouco cedo da casa paroquial.

Tinha percebido que tinha muitos imigrantes nas ruas, principalmente os Haitianos e conversando com alguns membr0s da paróquia iriamos ver um prédio para tentar compra pra ajudar essas pessoas.

Não podia demorar, pois ainda iria celebrar uma missa.

Verificamos o prédio, ele precisaria uma reforma urgente.

Ele tem 6 andares com 10 aptos em cada andar, daria pras pessoas ficar ate encontrar algo pra fazer e depois irem pras suas próprias casas.

Vou conversando com as senhoras que me levaram la.

Teriamos que fazer uma festividade pra recadar fundos.

Chego na igreja e ja vou me arrumar para celebrar a missa.

Durante a missa converso com os fiéis, e falo dos planos para ajudar essas pessoas em situação de rua.

****

Depois que a missa acabou e os fiéis foram embora, passo pra casa paroquial e vejo alguém sentada em um banco na praça de frente da igreja.

Os cabelos pretos e brancos são familiares.

Me aproximo e fico olhando, é a mesma moça da noite passada, ela ta abraçando as pernas, como era o nome dela?

- Isabella?- ela olha pra mim, os olhos dela estão vermelhos

- Padre? O senhor é dessa paróquia?

- O que aconteceu?

- problemas- ela se senta e me sento do lado dela

- foi por causa de ontem a noite?- ela suspira

- também

- Venha vou fazer um chá pra gente, se quiser pode se abrir

- Ok!-vamos pra casa paroquial, entramos e fomos direto pra cozinha, coloco a agua no fogo e separo um chá de camomila pra ela se sentir mais calma.

Coloco mel na mesa e o chá na frente dela, ela fica mexendo no chá e coloca mel.

-Você quer conversa?- digo e fico olhando pra ela. Isabella dar um longo suspiro

- As coisas são complicadas padre, e sinceramente não quero ser julgada mais que ja to sendo!- Isabella fica mexendo o chá e depois toma e faz um careta- agora eu sei porque não gosto de chá!- acabei rindo

- Vamos fazer o seguinte, so vou escutar e se quiser no final do um conselho pode ser?- ela suspira

- Pode ser!- fico olhando a Isabella, esperando ela fala-Ontem quando nos encontramos tinha saido de casa tarde da noite

- Sim, por isso que seu pai veio atras de você?

- Isso e acabei mentindo pra ele, não tinha saido pra compra nada. Foi bom é, promete que não vai me julgar?

- Não tenho motivos pra isso Isabella, mas acho que você ter saido tarde da noite foi por um bom motivo

- Não sei se o senhor vai achar que e um bom motivo.

- Então diga!

- Bom é que tenho uma amiga que é filha dos amigos do meus pais

- Sim?- ela fica mexendo o chá e toma mais um gole e faz de novo uma careta

- Ela gosta de uma pessoa e pra terem privacidade deixei no meu quarto e sai.

- Então ela e o namorado estavam tendo relação no seu quarto?

- Elas, essa minha amiga é lésbica, a gente faz tipo uma festa do pijama e pra deixa elas mais avontade saio, nunca vi problema, e nunca ninguém tinha visto-ela suspira- mas ontem quando desci pra lhe ajudar, meus pais souberam e teve a maior briga por isso- Isabella abaixa a cabeça e funga um pouco- porque tem pessoas que não entendem que as pessoas se amam? So porque elas tem o mesmo sexo, ela são julgadas, mortas é horrível isso!-ficamos nos olhando

- infelizmente tem gente que deturpa o que é o amor- ela franze a testa

- como assim?

- As pessoas acham que so o que é corretor é o normal, o que vemos por ai. Mas eles esquecem quem realmente amou a gente não julgava os outros, não tinha preconceito e quem o procurava era acolhido

- quem?

- Jesus, Jesus amou a todos. Quem procurava Jesus ele acolhia, foi prostitutas, pessoas doentes, ladrões. Ele não julgava ninguém, mas Deus deu o livre arbítrio pra todos, mas infelizmente muitos mataram em nome de Deus.

- a igreja católica foi uma!

- Sim, não to tirando a culpa, durante séculos isso aconteceu,infelizmente o homem quer o que Deus tem, poder.

- As vezes não entendo isso,sei que a minha família tem poder, mas eles não usam pra fazer o mal

-Cada um faz aquilo que acha correto,infelizmente nem sempre é o correto!

- Isso é verdade!- ela abaixa a cabeça- As vezes so queria esquecer as coisas sabe? Tipo tira a memória da minha cabeça, não queria ter brigado com meus pais.

- Sente e converse, converse também com a sua amiga, diga pra ela sentar e conversa com os pais dela. Se eles amam ela vão aceita ela do jeito que ela é. Como Deus ama cada um dos seus filhos, Deus não abandona ninguém!

- isso é muito bonito, muito poético, mas na prática não é assim

- porque você diz isso?

- Padre so olhar ao redor, crianças são estupradas e mortas, guerras, tem pessoas que não ligam pro próximo, so pensam em si mesmo, traições entre varias outras coisas- me aproximo dela

- Isso é verdade,mas não é Deus que fez isso.

- Padre sera que lemos a mesma bíblia?

- Você ja leu a bíblia?

- já, meus pais me obrigaram,o velho testamente ta cheio de guerras, acho que so melhora no segundo testamento.

Ate porque dentro do Vaticano tem varias outras coisas, e eu não acredito na Bíblia, ate porque foi escrita por homens, escrita não foi escolhida o que colocar em um livro que uns fanáticos querem que a gente engula guela a baixo.

- Você é bem cética

-Não sou cética, sou realista.

- Você so não esta vendo o que Deus criou!- me levanto e estendo a mão- vem comigo?- Isabella pega na minha mão e fomos pro jardim que fica da parte de trás do casa paróquial, me agacho e ela faz o mesmo-toque na flor- Isabella toca-sente a textura, o cheiro, Deus deu cada coisa pra gente, ele dar todo amor pra nós, basta so nos pararmos pra ver e senti.

Não tiro a sua razão em pensa certas coisas, todo ser humano e falho, a momentos que ate a melhor das pessoas falha em alguma coisa, ninguem é 100% perfeito, so Deus-Isabella fica me olhando-As pessoas ainda não entenderam que elas tem que amar o próximo,muitas vezes elas so querem as bênçãos, mas elas não querem lutar por elas e não querem sofre as consequências.

Um exemplos você mesma, você tentou ajudar uma amiga, mas não pensou nas consequências. Não pensou que os seus pais ficariam preocupados com você.

- Isso é muito bonito, mas não entendi- suspiro, nos levantamos e sentamos em um banco proximo

- Vamos lá, imagine que você e uma mãe

- Não quero ser mãe

- so to dizendo pra você imagina

- ta

- Com certeza vai querer o melhor pros seus filhos, certo?

- sim

- Então, mas se um dia um deles fazerem algo de r**m, tipo roubar uma loja e ser preso. Você abandonaria ele?- ela fica me olhando

- Não

- Pois é, mas você iria deixa ele sofre as consequências não é?

- sim

- pois é, você deu a vida e fez o melhor pra ele ser uma boa pessoa, mas ele não foi no caminho que você sonhou, ele se desviou, fez uma besteira. Assim que é Deus, ele dar a vida, cuida, mas infelizmente o ser humano se desvia do caminho- Isabella fica me olhando depois ela olha pro jardim- Sente com seus pais, mostre o seu ponto de vista, seja sincera com eles como foi comigo tenho certeza que eles vão entender.

- Será?

- Vão sim,eles amam você!-ela fica me olhando

- obrigada padre, vou fazer isso- ela se levanta- Vou voltar pra casa e conversa com os meus pais- ela tira um cartão do bolso e me entrega- Esse e meu número, se o senhor precisa de algo qualquer coisa, a qualquer hora pode me ligar ou manda mensagem

-Ok!-ela sorrir, me levanto e deixo ela na praça, ela entra em um carro e sai.

Olho o cartão, ja vi esse nome antes

Isabella Rothschild Aragão.