A dona do chefe

Luísa ON:  Meu nome é Luísa Mello, tenho 20 anos e sou do interior de Minas Gerais. Acabei de conseguir uma vaga no curso de Medicina na UFRJ, e depois de muitos dias de luta enfim tive o meu dia de glória. Sempre foi o meu sonho cursar medicina, ajudar as pessoas, ser útil e não apenas um rostinho bonito. E essa chance, essa vaga, era o início de um sonho e de uma nova fase.  Hoje em dia moro com o meu pai, minha "boadrasta" e minha irmã mais nova, que por sinal é meu clone e meu xódo. Apesar da nossa diferença de idade ser de apenas cinco anos, vejo ela como um bebê, embora atualmente esse bebê já esteja se interessando por garotos e beijo na boca. A Juliana, minha "boadrasta", se casou com o meu pai quando eu tinha apenas 7 aninhos, e desde então temos uma relação ótima, ela cuida de mim como uma filha e é assim que me sinto dela. Meu pai, há meu pai... É o homem da minha vida! Sempre me criou com muito cuidado e carinho, fez e faz de tudo pra me ver feliz e segura, embora seja bem ciumento e machista quando se trata das suas filhas. Mas ninguém é perfeito não é mesmo? Já brigamos tanto por ele querer me proteger de tudo, que hoje tento entender antes de começar a discussão, mas as vezes o homem me testa viu?! Hoje era a minha última noite em casa, amanhã iria para o Rio pra conhecer a cidade, me adaptar, antes das aulas começarem. Estávamos jantando e fofocando sobre os vizinhos: Alice: O Caio terminou com a nossa vizinha, e começou a me seguir...  Eu: Mas demorou né? Todo mundo já estava comentando que ela vivia dando perdido nele Juliana: Esses relacionamentos de hoje em dia, no meu tempo, o namoro valia mais! Pai: As pessoas não se respeitam, as mulheres conquistaram a tão sonhada liberdade, que as vezes Eu o interrompi mais que depressa. Eu: E lá vamos nós para mais um discurso machista.. Minha irmã e a Ju riram, e ele mais que depressa me respondeu: - Não é sobre machismo, é sobre respeito. As pessoas perderam isso, tanto as mulheres quanto os homens... Me preocupa muito você naquela cidade perigosa, sozinha, tenho medo de você se perder lá. Eu: Pai, estou indo para estudar, claro que pretendo conhecer pessoas, mas não estou indo para curtir a vida a doidado Alice: Af, que inveja Ju: Sua hora vai chegar também Alice, calma... Eu: É calma, você ainda cheira a mucilon. Rimos e acabamos o jantar falando sobre a viagem, faculdade, e acreditem ou não, até namorados. Bruno ON:  Eu sou o Bruno, ou melhor, agora sou o BG. Depois que meu pai, o grande traficante Garcia, e minha mãe morreram em um acidente de moto fugindo da polícia, estou no comando do Alemão e continuando o legado do meu pai. Nesses últimos meses, tenho feito meu trabalho, bebido e transado. Tento pensar o mínimo nos meus pais, porque agora eu sou o dono dessa p***a e preciso ser referência não só pra comunidade como pra minha caçulinha, Bianca. Bianca é tudo que eu tenho e amo, amo pra c*****o, mesmo com ela sendo teimosa e me deixando cheio de dor de cabeça.  Como se eu não tivesse muita coisa pra resolver, eis que a princesa decide fazer faculdade, e o pior que a filha da p**a é inteligente mesmo e conseguiu entrar pra uma das universidades mais cabulosas daqui. Eu tô cheio de orgulho, mas me preocupa ela nesse vai e vem pro asfalto, querendo ou não, ela é conhecida e além do morro meu pai nos deixou como herança uma par de alemão. Bianca ON Sou a Bianca, a irmã mais nova do BG. Mais nova, mas não criança como ele pensa. Já tenho 19 anos e o Bruno me trata como se eu tivesse 12, principalmente agora que é somente nós dois. Sinto muito a falta dos meus pais, choro quase todos os dias, mas me conforta saber que tenho o meu irmão. Ele agora assumiu o lugar do nosso pai, pra todo mundo ele é insensível, sem piedade, mas só eu conheço o Bruno que é carinhoso, do jeito dele, e que é capaz de mover mundos por quem ele ama. No outro dia... Luisa ON: Já tinha me despedido da minha família, e estava na fila para entrar no avião. Meu coração parecia que ia entrar em colapso de tão forte que fatia, e minha garganta já estava com vários nós. Decidi que seria forte na frente deles, não deixaria transparecer o quanto estava me doendo deixar eles ali, e ir pra outra cidade onde não conheço nada nem ninguém. É claro que eu estava ansiosa e cheia de expectativas para essa nova fase da minha vida, mas também estava triste por não ter eles comigo todos os dias. Espero que tudo isso valha a pena.