ANA NARRANDO.
Anos atrás
Estou cansada dessa vida, me sinto aprisionada. Um casamento de fachada com um homem rude que não me dá valor. Eu sei que não me casei por amor, mas imaginava que com o passar do tempo isso poderia acontecer entre eu e Marco, mas nada acontece, ele só pensa em trabalho, chega em casa tarde deita transa só para se satisfazer e vira e dorme. Estamos casados a cerca de 1 ano e meio.
Isso me angustia. Não vejo mais sentido nesse casamento. Mas preciso ter paciência como falou a minha mãe, essa coisa de conto de fadas nesse nosso mundo não existe, então preciso aceitar a minha sina. Mas não posso negar que quando o vi pela primeira vez pensava que poderia acontecer, mesmo ele sendo distante, pensava que o amor poderia nos pegar. Ele é um homem bonito, mas tem um olhar frio, não tem piedade em sua alma, para ele matar é algo banal, e aquilo é como um combustível nas suas veias, por isso é tão temido.
De repente sou tirada dos meus pensamentos pelo meu marido.
— Ana, o que você tem hoje? Parece que está em outra dimensão, já falei com você duas vezes e você não me respondeu.
— Desculpa Marco, estou com muita dor de cabeça, mas me fale o que houve?
— O Giovanne precisou voltar para Roma, pois os pais encontram-se muito doentes e só tem ele, então o dispensei para que ele fosse até lá cuidar da sua família. Até ele voltar quem será o seu segurança é o Feliciano, homem de confiança. Muito bem treinado.
— Tudo bem. Eu não o conheço, mas depois você mostra quem é. - Estávamos na mesa tomando o nosso café da manhã.
— Vou mandar chamá-lo. - Ele grita chamando a Ângela, coitada chega correndo.
— Vá lá fora e chame o Feliciano, peça para ele vir aqui imediatamente. - Ela morre de medo dele.
— Sim senhor. - Ela então sai quase correndo, o meu marido não pede, ele manda e aí de quem não o atender. - De repente eu levanto a cabeça, entra na sala um homem lindo, cheio de músculos, enorme, deve ter pelo menos 1:90. Estava de óculos escuros e o tira e tem no rosto duas pedras de safira, um azul tão profundo. Confesso que me desestabilizou.
— Feliciano, aqui a minha esposa Ana, a partir de agora você será o responsável pela sua proteção. Obviamente que você terá escoltas, mas será a sua função ser a sombra dela, entendeu? A proteja como se fosse a sua vida que tivesse em jogo.
— Pode deixar senhor, darei o meu melhor pode ter certeza.
— Sabe se algo acontecer com ela sua cabeça vai rolar?.
— Sim senhor, não se preocupe, a protegerei com toda a minha atenção.
— Muito bem, agora pode ir, quando ela for sair a Ângela avisa.
— Ok senhor, um bom dia a todos. - Ele sai e por instante nossos olhos se cruzam e uma descarga de adrenalina percorre as minhas veias e eu nunca havia sentido aquilo por ninguém, meu Deus eu não posso sentir nada disso.
— Bom, agora eu preciso sair que tenho muitas coisas a fazer, não esqueça que amanhã temos um jantar na casa dos Lucchese é aniversário do Lucca então compre algo como abotoaduras e por favor não demore.
— Pode deixar, serei breve. - Ela sai e eu fico pensando no Feliciano, espero que o que aconteceu a pouco seja só fruto do impacto de ter visto ele pela primeira vez. Subo e vou me trocar. Fico me olhando no espelho quando acabo de me arrumar e me pergunto como uma mulher bela, como todos falam que sou, que deveria ter o homem que eu quisesse, vivi num casamento sem amor?
Sai dos meus pensamentos idiotas, afinal a minha vida não é isso. Pego a minha bolsa linda da Chanel e desço, a Angela vem ao meu encontro e me fala que já deixou o Feliciano a me espera.
Vou caminhando para o jardim e ele está me esperando com a porta do carro aberta agora, ele se encontra de paletó preto voltou a colocar óculos escuros.
— Senhora? - Ele abaixa a cabeça e indica a porta. Só aceno com a cabeça. Ele dá a volta no carro, põe o cinto e olha pelo retrovisor.
— Onde a senhora gostaria de ir?
— Por favor, vamos ao Sicilia Outlet Village.
— Sim senhora. - Eu gosto muito de ir lá, fica a cerca de 60 minutos do meu condomínio, mas apesar da distância é maravilhoso. É um Shopping ao ar livre, ele funciona como uma pequena cidade, onde as lojas se distribuem em formas de casa. Quando vou, passo horas andando, sempre vou com a minha mãe, tenho poucas amigas, mas hoje a minha mãe não poderia ir comigo.
O tempo passou rápido quando dei por mim já estávamos lá. Andar por aquelas lojas me distrai bastante, já que meus dias na maioria das vezes eram bem vazios.
Para numa loja e começo a vê abotoaduras, não costumo comprar esse tipo de coisas, as do Marco ele mesmo compra. Fiquei na dúvida, então chamo o Feliciano. Os outros guarda-costas ficam no entorno, sondando o local de olho em tudo.
— Pois não senhora?
— Gostaria de um favor, não costumo comprar abotoaduras, o meu marido sempre compra as dele, mas me pediu para comprar umas para dar de presente, o que você acha dessas? - Monstro 3 modelos e ele olha e escolhe a mesma que eu estava mais na dúvida.
— Obrigada, vou levar então esse aqui. - Falo com o vendedor.
E continuei nas minhas compras e ele carregando as minhas sacolas, depois fui para um restaurante enquanto um outro guarda-costas pegava as minhas coisas e levava para o carro e o Feliciano ficava na porta.
Mas uma vez percebo que os nossos olhos se encontram e vejo o meu coração acelerar. Não Ana, isso não pode acontecer, NUNCA.
Mais uma história maravilhosa para vocês...
Já me seguem no insta? Poxa ainda não? Vai lá Aut.GabiReis
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