Alice

Seattle - 18:30
Depois daquela cena no elevador eu não vi o Sr.Alencar o resto da tarde, o que foi muito bom. Pego a minha bolsa e saio da minha sala, infelizmente terei que ir ate a sala do Sr.Alencar. Vou até a sua sala e antes de entrar bato na porta.
-Estou indo embora Sr.Alencar.
-Sente-se Srta.Almont, preciso falar com você. - Ele fala sem tirar os olhos do celular em sua mão.
Me sento de frente pra ele e por algum motivo minhas mãos estão tremendo.
Esse homem mexe com o psicológico de qualquer mulher de tão gostoso.
-O que aconteceu no elevador ninguém pode ficar sabendo. - Ele fala e desliga o celular.
-Claro, eu não vou contar pra ninguém, era só isso?
Ele se levanta e se aproxima de mim, me levanto e encosto em sua mesa me afastando dele.
-Sabe Srta.Almont, você é bem eficiente aqui na empresa.
Olho para ele sem entender aonde ele quer chegar.
— Em que outras coisas você também é eficiente?
- Ele pergunta e cola o seu corpo no meu.
Ok, isso esta ficando repetitivo.
-E..eu... - Tento falar, mas nenhuma palavra se forma.
-Esta sem fala Srta.Almont? O que te causa isso? Eu?
- Ele pergunta sarcástico.
Eu já falei que odeio esse homem?
-Na..Não...
Ele sorri e aproxima seus lábios do meu, quando eu vejo, sua boca prensa a minha e sua língua pede passagem que eu dou quase que imediatamente. Em um impulso ele me pega em seu colo e me coloca sentada em sua mesa. Seus beijos descem pelo meu pescoço, enquanto suas mãos estão apertando minha cintura. Minha única reação é fechar os olhos e aproveitar a sensação que ele me causa.
Enquanto ele desabotoa a minha blusa eu tomo um choque de realidade e pulo da sua mesa o deixando confuso.
— Isso não devia ter acontecido.
— Eu falo arrumando meu cabelo e minha roupa.
— Você tem razão, não devia. Pode se retirar Srta.Almont, tenha uma boa noite.
— Ele fala e volta a se sentar pegando o seu celular.
-Boa noite Sr.Alencar!
Saio de sua sala quase correndo e vou para o elevador.
Eu ia mesma t*****r com o meu chefe na mesa dele? Eu não sou mais virgem, mas me entregar pra ele assim tão facilmente em sua mesa, estava fora de questão.
Hoje já é Quinta, oque significa que amanhã é Sexta e eu vou poder relaxar a noite. Quando o elevador para no térreo, saio do mesmo e vou ate a Giulia.
-Oi, já esta indo? - Eu pergunto.
-Ainda não, hoje eu saio às oito.
-Ata, nós vemos amanhã?
-Com certeza. Boa noite Lice!
-Boa noite Ana!
Saio da empresa e chamo um táxi para ir pra casa.
[...]
Sexta
12:05
Pego a minha bolsa e saio da minha sala para ir almoçar. Quando o elevador para no térreo, Ana e eu saimos juntas para almoçar em um restaurante Italiano.
-E então, está gostando do trabalho? - Ela pergunta quando o garçom se retira após anotar nossos pedidos.
-Estou, é puxado, mas é bom.
-E sua relação com o Sr.Alencar? Ele é um babaca grosso igual todos dizem?
-Na maioria das vezes eu não o vejo muito, ele sempre me passa oque eu tenho que fazer pelo computador, mas quando nos falamos ele é super profissional e frio.
— Mas vamos confessar que ele é muito gostoso e deve ser um Deus na cama!
— Ela fala suspirando.
— Nunca pensei nisso
— Minto.
-Com certeza você já deve ter fantasiado com aquele homem Alice, ele é um pedaço de mau caminho.
-Ele é bonito sim, mas com certeza é um i****a no quesito relacionamentos. Pra ele as mulheres devem ser apenas um brinquedinho de uma noite.
-Nisso você deve estar certa. Mas eu bem que queria passar uma noite com ele.
-Que tal mudarmos de assunto?
-Sim, claro! Que tal uma boate amanhã a noite? Você chegou esses dias em Seattle e ainda não saiu para se divertir, me sinto na obrigação de te levar para uma das melhores boates de Seattle.
-Eu vou adorar, estava mesmo pensando em sair para me divertir amanhã. Se você quiser pode ir se arrumar no meu apartamento amanhã.
-Pode ser, estarei lá.
— Ela fala e o garçom chega com os nossos pratos
[...]
18:30
Pego minha bolsa e saio da minha sala indo para o elevador. Hoje o Sr.Alencar saiu mais cedo, então não preciso informa-lo que estou indo embora.
Depois de me despedir da Ana, pego um táxi e vou pra casa.
[...]
Assim que termino de tomar banho, vou ate a cozinha e preparo um pouco de estrogonofe. Depois que termino de comer, lavo o prato, escovo os dentes e vou ate a minha cama. Antes de deitar na cama tropeço em uma caixa que estava em baixo dela e caio deitada na mesma.
Sento na cama e vejo no que eu tropecei, pego a pequena caixa e a coloco no meu colo. Imediatamente meus olhos marejam, nessa caixa estão as únicas coisas que eu ainda tenho dos meus pais. Quando eles morreram, eu senti o meu mundo desmoronar, agora com vinte e quatro anos a dor continua a mesma, acho que é impossivel superar a morte dos pais. Abro a caixa azul com dourado em meu colo e pego a primeira foto que aparece. Esta eu, meu pai e a minha mãe em frente a nossa antiga casa, estamos sorrindo pra câmera, nesse dia era meu aniversário e meu pai me deu a câmera que registrou esse momento de presente. Até hoje eu tenho essa câmera e faz exatamente três anos que os meus pais morreram em um acidente de carro por um motorista desgraçado que estava bêbado, a dor continua a mesma e na mesma intensidade. Pego as outras fotos e cada foto que vai passando uma lágrima cai, sentir saudade é horrível.
O que eu mais queria era ter eles aqui comigo, me apoiando e me aconselhando. Respiro fundo tentando conter as lágrimas e fecho a caixa a colocando de volta em baixo na cama.
Me deito na cama e entre as lágrimas adormeço.
[...]
Sábado
18:15
Estou sentando no sofá assistindo Anatomy quando a campainha toca, pauso a serie e me levanto.
-Oi Ana! Entra ai!
-Oi! Vamos nos arrumar?
-Ainda são seis horas, ta cedo.
— falo com preguiça.
-Não esta cedo nada, nós vamos demorar para nos arrumar. Agora vai tomar um banho que depois eu vou.
Desligo a televisão e vou para o banheiro.
[...]
Quando termino de tomar banho, saio do banheiro vestindo apenas um roupão de banho e um conjunto de lingerie vermelha.
— Escolhi esse vestido para você, vai ficar incrível!
- Ela fala.
O vestido é preto cheio de brilho, vai uns três dedos acima da coxa, e tem um decote médio.
— Boa escolha.
- Falo e tiro o roupão para colocar o vestido.
— Menina que corpo é esse!
- Ela fala.
Sinto meu rosto esquentar e visto o vestido fingindo não ter ouvido o que ela disse.
— Coloca esses saltos!
- Ela me entrega um par de saltos pretos.
-Depois eu coloco, vai tomar banho.
-Aonde fica as toalhas?
Vou até o meu guarda roupas e pego uma toalha pra ela.
— Toma!
- Jogo a toalha e a mesma pega.
[...]
Assim que a Ana sai do banheiro, ela veste um vestido vermelho do mesmo comprimento que o meu e com um decote maior.
-Vamos para a maquiagem! Nós vamos arrasar hoje.
Me sento em uma cadeira de frente para o espelho e ela começa a minha maquiagem.
Alguns minutos depois ela termina.
-Prontinho!
Me levanto da cama e me olho no espelho. A maquiagem é um esfumado preto nos olhos e um batom nude nos lábios.
-Você arrasou!
— Eu sei, você esta muito gata.
- Ela fala e me olha.
-Quer ajuda na sua maquiagem?
-Não precisa flor, eu sei me maquiar.
Enquanto ela se maquia eu passo perfume, desodorante e creme na pele.
Quando estamos totalmente prontas já são 21:00.
-Vamos? - Ela pergunta
-Vamos!
Saímos do meu apartamento e pegamos um táxi.
-Hoje vai ser demais!
- Fala Ana enquanto entramos no táxi.