Capítulo 46

1451 Words
Ela disse que de ambos, Justin se aproximou, a pegou pela mão reparando que estava quase chorando - O que foi? Tudo bem? - Olívia? Ela sorriu tentando disfarçar - Uhum, eu tô meio emotiva hoje, desculpa. Ele acariciou suas costas afetuoso, beijou seu rosto - Vamos almoçar, quer um copo d'água? - Está se sentindo indisposta ou? Ela quase não correspondeu toda sem jeito - Vamos comer, eu tô bem, não é nada. Vai indo na frente, por favor. Melanie estava próxima - Nós vamos trocar o Marcelinho e alcançamos vocês. Meio sem entender ele beijou Olívia na boca sutilmente - Vou pedir uma coisa mais leve pra você, o que acha de parmegiana ou patinho com salada? Frango? Ela disse que não queria frango, agradeceu, assim que ele se afastou, Melanie sorriu pensativa - Ele te olha com aquele jeitinho apaixonado. O que mudou entre vocês? Em tão pouco tempo? Olívia sorriu envergonhada - Ahhhh eu acho que estamos mais próximos, sabe? É que... Começou rir, Melanie perguntou surpresa - Transaram? - Mas, espera! Não estão juntos a um tempo? Entraram no banheiro para trocar o Marcelinho, Olívia começou falar toda sem jeito - É que não tinha acontecido, eu não me sentia pronta. Sou uma boba, nunca tive namorados e não sou experiente, bem diferente dele né? - Me sinto sempre insegura, quando vai rolar, é tipo normal isso? Quando você era nova, se sentia assim? Melanie caiu na gargalhada - Nova tipo adolescente? - Você era virg em? Quando Olívia disse que não, Melanie colocou o menino em seu colo - Olha acredite se quiser, eu não sou nenhum parâmetro de nada. Escolhi me guardar, queria casar e só ter um homem, eu cresci com isso na cabeça. - Minha mãe era dançarina e sempre namorou muito, digo muito mesmo. Eu nunca tive pai, perdi minha mãe de forma trágica, feminicidio, um cara mais novo se apaixonou loucamente por ela e não aceitou o fim, desfigurou seu corpo todo e a torturou. - Eu nunca quis muito namorar, tinha medo. Tive um namoradinho que praticamente me traiu e ele ia embora pra jogar futebol, estávamos em fases completamente diferentes da vida, foi minha primeira decepção. Eu só ficava raramente de beijos, com quem confiava muito. Depois de longos anos, comecei um namoro virtual, era um super amigo meu, cheguei no meu limite, de tudo! - Fui fiel, parceira, acreditei que íamos ter uma família, uma vida, ele não me ajudava sabe, ganhando em dólares e eu me ferrando aqui no Brasil. - Eu estava muito sozinha e cansada, meus avós me criaram e era difícil, me manter e ajudar eles, fora que eu não dava um beijinho a anos e era vir gem, com mais de trinta. Foram saindo do banheiro, Melanie continuou falando - Resumindo, vamos logo que esse menino aí está faminto. - Meu noivo começou desconfiar de mim, porque as pessoas começaram falar que eu estava dançando com homem. Me interessei por outro, meu corpo pedia desesperadamente, mas não aconteceu nada demais, sempre passando vontade, até que terminei em um surto pelo telefone. - Eu o avisei que se desconfiasse de mim, me acusando, eu ia dar pro primeiro que quisesse. O Vini era cadeirante e meu paciente, estava se recuperando de um acidente, eu não tive medo de me entregar por isso, fui na casa dele no meio de um temporal e dei. Olívia começou rir super curiosa - Continua depois? Eu não tô acreditando nisso. E eu me achando super ultrapassada porque só tive um e meio aos vinte e sete! Eu nem tinha esperança de ser mulher de um homem só, mas acho que não gostaria de me relacionar, com quem não gostasse de mim, afetivamente, tipo fazer por fazer. Estavam chegando na mesa, Melanie disse que contaria tudo, todos estavam conversando rindo, Justin puxou a cadeira para Olívia, perguntou baixinho se ela estava melhor, começou conversar só dando atenção pra ela. Quando começaram servir os pratos, Marcelinho se levantou e foi ficar ao lado de Olívia, sentou em seu colo e comeu junto, dividindo olhares críticos das pessoas ao redor, alguns acharam falta de educação dele, Melanie o chamou várias vezes, mas não adiantou, sem dar a menor importância para os julgamentos, Olívia apenas pegou um talher exclusivo pra ele e dividiu seu almoço rindo muito. Logo Vinícius brincou dizendo que Justin estava querendo encomendar um herdeiro, Theo deu risada com ironia, ao ponto de outras pessoas perceberem, por sorte Justin não viu. Dom cutucou sua esposa sem entender o que estava acontecendo, depois comentou a sós que não estava entendendo o comportamento de Theo, desde a noite anterior, Fábia disse que nem era tão difícil de adivinhar, julgando a troca de olhares. Depois de almoçarem foram andar pela propriedade, afastadas dos outros Olívia e Melanie continuaram conversando muito, ao passar perto das parreiras de uvas, Olívia contou sobre a aventura da noite anterior, perguntou como poderia saber se estava indo no caminho certo, na hora h, confessou que o relacionamento começou sem pretensão e que tinha medo, de não alcançar as expectativas dele, não ser boa e estragar tudo. Melanie interrompeu - Querida o medo de perder alguém vem do seu abandono para consigo mesma, precisa estar completa para dividir sua vida. Quando você não se tem, fica na ilusão de que precisa segurar as pessoas na sua vida para não sofrer. - Olhe pra dentro, tome posse de si, se liberte, a única pessoa que sempre vai permanecer é você! Seja sua prioridade, mulher de um ou de dez homens, nunca mude sua essência por causa de alguém. - Quantas vezes a gente não se culpa, por coisas que não dependem só de nós? - Em relacionamentos é bem comum, por isso devemos nos relacionar com sentimento, só atração não sustenta, tem que ter física, química e muito mais. - Desculpa! Olívia ficou pensativa - Não, eu entendo, só achei que talvez pudesse me permitir ao menos uma vez na vida. Não quero só ir deixando, a vida passar. - Ainda não sei como ele faz eu me sentir de fato, o olho e vejo um embrulho, daqueles grandes com brilho e um laço gigante, ou um pedaço de bolo o primeiro da festa! Melanie disse que aquilo não deveria ser problema, falou muito sobre empoderamento feminino, até ajudou Olívia a ficar mais confiante, consigo mesma, seu corpo, deu dicas sobre se xo, dizendo sobre a importância de ter diálogo, o toque e o afeto. Voltaram para a beira da piscina, Melanie aproveitou para beber um pouco, ficou mais próxima de seu marido Vinícius, enquanto Fábia e Olívia olhavam Marcelinho, uma dentro da piscina e outra fora. O menino divertiu a todos, não parou um minuto, até às 17:00 quando saíram da piscina, começou chover forte, Melanie tinha ido pegar roupas no quarto, Olívia e Justin subiram com o Marcelinho no colo, ele derramou um Danone em si, sem saber em qual quarto estavam, Olívia foi para o seu e Justin foi avisar aos dois. Quando voltaram juntos, ela tinha dado banho nele, o colocou na cama sem roupa apenas coberto com lençol, ficou deitada próxima com receio dele cair ou acordar assustado. Justin se aproximou da cama rindo - Nossa tem um cara pelado com a minha namorada. Vinícius disse que as vezes era difícil lidar com o filho, mesmo tão pequeno, Olívia interrompeu segurando a mãozinha dele - Imagina, é um neném, não dá pra ficar brigando sempre por tudo. Eu não tenho frescura com nada, fazia tempo que não me divertia tanto com criança pequena! Justin começou mexer no cabelo do menino acariciando - Eu também não ligo, podem ficar tranquilos, temos o Ícaro em casa, que é o uma figura, ele sempre foi diferente e minha irmã brigava muito, eu não gosto disso, sempre fui muito cobrado, não quero um filho robô, como sempre fui. Vinícius disse que também teve uma criação rígida e que tentava sempre fazer diferente com o filho. Começaram combinar de saírem a noite, para uma balada, Lola chegou com Lucca, super surpresos com o pequeno sendo paparicado por Justin, também fizeram piadas sobre gravidez, Lucca faltou arrastar Justin pra fora, perplexo com o novo casal, tão íntimo e próximo, ele parecia incomodado com tamanha felicidade. Olívia ficou a sós com Lola, comentou apreensiva que estavam vivendo coisas novas, ao ver Lola parada apenas sorrindo, perguntou qual era a opinião sincera dela, antes de obter respostas, foram interrompidas, Justin voltou para o quarto, todos já iam começar a se arrumar. Ao ficarem a sós, ele sentou na cama, a puxou para se aproximar - Eu quero te falar uma coisa!
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