Capítulo 15

1570 Words
Ela voltou deitar, ele foi a farmácia meio perdido, exagerou nas compras, pegou uma vitamina para tpm, seis tipos de absorventes diferentes, adesivo para cólicas, repelente, os remédios da lista, frutas e caldo de cana. Ao chegar foi jogando tudo em cima da cama - E aí como está se sentindo? - Não acha melhor ir ao médico? - Comprei frutas na beira da estrada. - Posso fazer macarrão, a única coisa que sei cozinhar. Ela foi olhando as sacolas, pegou os absorventes - Eu só preciso tomar remédio e logo melhoro. Obrigada, não precisava de tanto! - Pode ir à praia, eu vou ficar bem. Justin estava lendo alguns rótulos entretido - Não vou conseguir me divertir com você doente sozinha. Ela tomou banho de novo quase que gelado, tomou os remédios e voltou deitar, não conseguiu comer nem a metade do pão, ele estava a servindo, arrumou a cama, foi se aproximando com o adesivo nas mãos - Vamos colocar na sua barriga, ele aquece sozinho, isso é muito interessante. Ela notou que ele estava olhando a ilustração confuso - Pode me dar, eu coloco sozinha. A verdade é que ele estava pensando onde exatamente colocar, já que a barriga dela era um pouco maior que a ilustração e ele não entendia de cólicas. Olívia era toda grande, tudo bem distribuído, cintura marcada, quadril largo, s***s fartos, bumbum grande. Ela colocou no pé da barriga sozinha, curioso Justin ficou sentado perto olhando, pediu pra colocar a mão só pra ver se estava quente, logo sorriu massageando a barriga dela - Tem vergonha do seu corpo? - Ou só a minha presença te incomoda? Deitada com os olhos fechados resmungou tirando a mão dele de perto - Não e não. Me deixe dormir por favor! Ele deitou próximo ligou a televisão, voltou massagear a barriga, vinte minutos depois a acordou tentando colocar o termômetro embaixo do braço, a febre já tinha baixado. Olívia dormiu a tarde toda, só acordou para comer uma omelete que ele fez um pouco sem sal. No final do dia o pessoal voltou da praia, a porta estava encostada, Theo quem foi lá primeiro, viu os dois dormindo próximos e não os acordou. Lola chegou preocupada e curiosa, bateu na porta apreensiva, acordou os dois, Justin disse que podia abrir, Lucca foi entrando com aquele olhar de deboche - Dormindo essa hora? Justin apalpou o rosto de Olívia sentindo a temperatura - A noite foi puxada. E vocês quase que nem vem! Vamos ver se a febre não voltou. Começaram conversar, ele colocou o termômetro nela, Lola sentou próxima, simpática se ofereceu para fazer uma sopa, os homens saíram do quarto, a sós Olívia foi contando o que aconteceu na noite anterior, disse que iria embora quando voltassem de viagem, porque com certeza viver sob ameaças não iria a levar a lugar nenhum. Lola ficava meio perdida no meio do fogo cruzado, aconselhou Olívia a conversar com ele, antes de partir, porque mesmo magoado ele era honesto e faria a coisa certa. Com saudades dos pais, pediu pra usar o celular de Lola, se emocionou dizendo que era muito difícil estar tão perto e ainda longe, Justin a pegou chorando - O que foi agora Olívia? - Lola acho que não vamos sair jantar fora! - A menos que convença essa daí. Lola saiu rindo foi preparar uma sopa, disse que não ia influenciar em nada, ele fechou a porta começou mexer nas coisas escolhendo roupa - Então, quer conversar? - Não quero que fique assim a viagem toda. - Sei que está doente, mas poderia se esforçar um pouco? - Depois daqui eu vou… Ela interrompeu séria com afronta - Tudo bem querido, vamos aproveitar a viagem e impressionar seus amigos. Achando estranho o tom de voz ele começou falar que ela não precisava fazer muito, apenas agir como um casal, trocar afeto, confessou que estava perdendo a cabeça, Olívia levantou sendo irônica - Claro, trocar carinho. Ainda que muito calma, ela não era boba, já estava irritada e cansada, ele se arrumou e saiu pra ir no mercado, ela começou se arrumar na força do ódio, vestiu calça jeans e uma camiseta dele, a rasgou para fazer um nó e deixar mais agarrada, passou maquiagem, trançou o cabelo, quando saiu do quarto ele a olhou surpreso, ao ponto de todos perto notarem. Educada foi falando com todos, perguntou o que iriam fazer, Alana começou falar que deviam votar sobre sair ou ficar em casa, a votação estava empatada, Olívia não se pronunciou, estava encostada no balcão só prestando atenção, Theo estava animado falando sobre uma balada, disse que não poderiam ir embora sem conhecer, Olívia brincou - Tem bombeiro lá? - Um pronto socorro perto? - Porque do jeito que estou, é capaz de sair na ambulância. Muito da zueira ele começou rir - A hora que encher de fumaça, vai te dar uma crise de tosse, você vai ficar tão vermelha que vai brilhar neon na luz n***a. - Vão te dar água que passarinho não bebe. Pelo menos dá pra sentar no camarote. Ela disse que se não tivesse cadeira, banco, nem ia, uma das meninas concordou, Theo falou que só iria se Olívia fosse, ele se referiu ao companheirismo do grupo, perguntou se ela iria no dia seguinte estando melhor e que por ela, ninguém iria. Justin já estava sério e incomodado, disse que não queria mais sair, Olívia percebeu - Mas ontem foi né? Chegou caindo! O olhar dele novamente o denunciou, Lucca entrou na conversa mudando o foco, Justin se levantou foi sentar no quintal, o pessoal decidiu ficar por lá, começaram arrumar a mesa de fora, Olívia foi sentar perto de Justin - Trouxe o baralho? - Podemos jogar! - Ela gosta também, vou comer carne escondida. Você podia me dizer, o que exatamente as pessoas sabem da sua namorada misteriosa. Ele perguntou hostil o que ela estava fazendo cheia de graça querendo se aparecer, a repreendeu dizendo que era pra parar, a deixando toda murcha - Eu fiz o que você pediu. - Desculpa! Me explica, o que tô fazendo de errado? A ignorando foi pegar uma cerveja, ela foi ajudar na cozinha, ficou mais quieta de canto, os outros se reuniram no quintal, começaram jogar cartas, Olívia estava sentada no balcão da cozinha pensativa, Justin se aproximou encostou ao lado, segurou sua mão - Vamos lá fora, jogar comigo. Ou pelo menos fique perto! - Está brava? Olívia levantou frustrada - Não finja que se importa. - Você quer me machucar e está conseguindo! No quintal, ele a puxou de canto lhe prendendo entre a parede e seu corpo - Nem tudo é sobre você, se soubesse da metade das coisas que estão passando na minha cabeça Olívia. - A minha vida está bem longe de ser um filme, pura diversão e ostentação. - São poucos os momentos que tenho para viajar, reunir meus amigos e familiares. - Eu achei que ia ter uma companheira, alguém que ia chegar de peito aberto pra eu fazer o mesmo. - Ter uma vida, você não sabe o tamanho da responsabilidade que eu carrego. - Sei que não estou sendo a pessoa mais fácil de lidar, só peço para que entenda meu lado! - Nada tem sido como eu esperava, eu estou sozinho, triste. Ficou com os olhos marejados, ela também ficou sentida - Eu sei que não sou nem de longe a mulher que você esperava, menti e errei, tudo saiu do controle. Também estou triste e sozinha, só que em momento algum eu quis te prejudicar, estou vivendo coisas que nunca nem vi na vida ao seu lado e não tem nada de bom nisso. - Ontem você me assustou muito, quebrou meu celular, nem meu pai nunca levantou a voz comigo, eu nunca apanhei em casa. - Aquele dia no restaurante, você apertou minha mão, me repreendendo, comeu picanha só pra me pirraçar, desde o dia da trilha vem fazendo coisas que me deixam mau, seu cardápio elaborado não é pra agradar, eu já percebi, é pra testar, ferir. - Assim como hoje aqui, seu comportamento é tóxico e nem Daisy e muito menos eu, vamos aceitar isso. - Acha que ela vai se conter acatando seus olhares críticos? - Ahhhh claro, ela você trataria diferente! Sua flor. Onde estavam todos podiam ver, mais não ouvir, ele enxugou as lágrimas do rosto dela, se aproximou mais, beijou seu rosto sutilmente várias vezes - Desculpa por tudo isso, você tem razão. - Eu não sou esse tipo de homem! Trégua até o natal? - Eu mesmo te levarei embora, no momento certo. Se acalme por favor! Lola arregalou os olhos cutucando Lucca, disse que não estava entendendo nada, ele resmungou incomodado - Ela vai fazer de tudo pra tê-lo. Essa é uma história que não vai acabar bem! Olívia estava se acalmando abraçada com Justin - Eu não sou sua inimiga. Tô muito cansada, não gosto de ficar brigando. - Sei que não sou ela, mas posso ser sua amiga, como e quando precisar. - Menos bêbado, por favor. Ele se aproximou para beijar - Tem muita gente olhando, podemos dar um selinho, a cada duas horas. E eu vou tentar, não ficar bêbado novamente! Olívia quem deu, encostou seus lábios sutilmente, estavam de mãos dadas, ele disse que só precisava falar mais uma coisa importante!
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