Paty
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Estava tão casada tudo que eu preciso agora é um bom banho e cama. Estava tirando minha roupa quando alguém bate na porta. Quem será a essa hora?
- Só um minuto. - estava pegando o roupão quando Cae entra. - O que faz aqui? Como ousa entrar sem minha permissão!? - fecho meu roupão, não antes dos seus olhos passearem pelo meu corpo.
- Precisamos conversa Patrícia.
- Não temos nada pra faltar Caetano.
- Você precisa saber o que aconteceu. Eu não te abandonei, seus...
- Caetano eu já disse que te perdoo agora chega você que se redimir do que fez tudo bem. Mas eu não quero você na minha vida. Não mais. Por favor entenda isso, e me deixa seguir minha vida.
- Não.. por favor me escuta. Eu não te abandonei.
- É? E você chama me largar sozinha de madrugada e no frio de que? Você não tem noção do que eu passei naquele dia. E nos dias seguintes.
- Eu não...
- Você podia ter ao menos ido ao meu encontro para me dizer pessoalmente que não ia ficar comigo ou com nosso filho. Não ter mandado uma mísera mensagem Caetano. Você me abandonou sabendo o que ia fazer com nosso filho, por uma droga de mensagem. Você é um hipócrita se acha que vou passar por cima disso. E ficar com você. Se acha que chega agora e dizer que me ama resolve tudo.
- Eu não consegui sair de casa por que os seus pais ligaram para os meus dizendo que você não estava em casa. - não acredito que ele vai usar essa desculpa - Não sei como descobriram que íamos fugir. Eu estava saindo de casa Paty, já estava no carro. na mesma hora me colocaram dentro de um avião para os Estados Unidos. tomaram meu celular. Eu tentei fugir duas vezes mais ficou difícil sem dinheiro eles não me davam pra nada tudo era comprado pela minha avó. - suas palavras saiam atropeladas umas pelas outras - Liguei uma vez para Belle. Mais não consegui nem ao menos terminar a ligação. Minha mãe tomou o celular.
- Meus pais nem deram por minha falta Caetano. Quando eu voltei pra casa eles estavam dormindo ainda. Não tem como eles terem feito isso. Essa desculpa não cola.
- Como eles descobriram que íamos fugir Patrícia? Só pode ter sido seus pais.
- Meus pais não fizeram isso. Ele estavam dormindo. De manhã não falaram nada.
- Seu pai te obrigou a fazer um ab0rto, acha mesmo que ele não seria capaz? Ele foi me vê junto com o meu pai. Você sabia disso? Ele disse para eu parar de tentar ir até você, se por algum acaso eu continuasse a tentar fugir pra ficarmos juntos, ele ia tirar tudo de você, nem mesmo seus estudos ele ia pagar. Não ia mais te ajudar com um centavo se quer, o meu disse que ia fazer o mesmo, eu só parei de tentar te encontrar por que sabia que você não podia ficar sem nada. Bebê, eu jamais te abandonei eu fui obrigado a isso, eu não podia te sustentar ou te dar o nível de vida que estava acostumada. - suas palavras faziam eco na minha mente. Ele tenta se aproximar, eu recuo. - Bebê só Deus sabe o que passei longe de você, quando soube que eles conseguiram fazer você ab0rdar o bebê, meu mundo interior caiu. Passei meses me odiando por não ter lutado mais por nós. Por não sair gritando aos quatro ventos o que eles estavam fazendo com a gente. Mas o que eu poderia fazer, eu era um menino Patrícia, não podia me sustentar sozinho tão pouco você e o bebê. Íamos morar a onde? Viver de que? Sem família sem ninguém. Não ouve um só dia em que eu não desejei que tudo tivesse sido diferente. – ele levanta a manga da blusa e me mostra uma data, tatuada no pulso, pelo lado de fora. Era a data do aborto. – O dia mais doloroso da minha vida. O aniversário de morte do nosso filho. Fiz ela no ano seguinte, junto com a promessa de que eu iria fazer de tudo para volta pra você sem que aqueles narcisistas mandassem na minha vida. Ou na nossa. – lágrimas rolavam do meu rosto.
Me sentei na cama. Eu não consegui a creditar que meus pais tiveram essa coragem. Minha mãe me viu chorar por dias todas as noites, pela minha perda. E ela não me disse nada. Que foi tudo uma armação dele para nós separar. Me fizeram acredita que ele tinha me abandonado por medo do pai realmente deixa ele sem dinheiro. Talvez se eu soubesse que Cae me amava poderia ter lutado mais ter resistido. Felipe poderia está aqui.
- Meus pais jamais fariam isso Caetano. Eles achavam que não estava na hora de ter um filho. Eu tinha 17 anos mais daí, arma contra nós dois. Isso e c***l, minha mãe sabia que eu estava sofrendo pelo bebê e por você. Não. Isso não seria coisa ética, Isso é...
-Eles sabiam que se a gente ficasse juntos teríamos o bebê Patrícia. Eu já tinha 19 você faria 18 em meses não iriam mais mandar nas nossas vidas. Seu pai sabia que se não tivesse nós separado eles jamais teriam te obrigado a fazer aquele ab0rto.
- Não... - digo em meio ao soluços. Não me lembro a última vez em que chorei. Fazia anos, parecia que todas as lágrimas do meu corpo tinham secado.
- Eu jamais te abandonei Bebê eu jamais deixaria você por dinheiro nenhum nesse mundo eu tentei. Tentei fugir, tentei entrar em contato. Me fizeram terminar aquele ano em um colégio militar regime totalmente fechado. Quando sai dela eu te liguei. Sua mãe disse que você estava bem, feliz e que eu não deveria estragar isso. Por que você já tinha sofrido demais por minha causa.
- E você acreditou nela?
- Nem mesmo por um segundo. Mas o que eu poderia fazer? Jurei que me formaria e assim que estivesse vivendo do meu próprio dinheiro viria atrás de você, eu não queria realmente te fazer sofrer de novo. Por algumas vezes eu fraquejei e tentei entra em contato. A saudade doida demais. Mas eu não podia vim sem realmente poder ficar, Belle as vezes me dava notícias suas mais tudo sempre muito vago. Por que não contou pra ela?
- Eu tive vergonha... Não sei medo. Talvez.
- Eu nunca estive feliz longe de você Paty, nunca... - ele se aproxima.
- Não posso Cae, não agora. Me deixa sozinha. Por favor...
- Bebê...
- Por favor Caetano saí. - ele se levanta. Ates de abrir a porta.
- Eu sempre te amei Patrícia. E sempre vou amar.
Meu coração estava doendo demais. Saber que meus pais armaram essa coisa toda, era terrivelmente doloroso. Eu sabia que eles eram contra um filho naquele tempo, mais se eu não estivesse destruída por dentro talvez eu poderia lutar mais. Talvez. E por isso eles quiserem nós separar. Por que sabiam que íamos ficar juntos com o bebê.
Era isso que minha mãe queria falar sobre Caetano, sabia que de alguma forma descobriria a verdade hoje, que ele me contaria tudo. Como ela pode, ela me viu chora sozinha por noites abandona por Cae e sofrendo pelo meu filho. Se ao menos ele tivesse comigo ao meu lado passando por tudo que passei seria um apoio que eu precisava, saberia que não estava sozinha.
Depois de um bom banho e acabo por finalmente consegui dormir. Na manhã seguinte consegui distrair minha mente no café da manhã, Belle começou a jogar uvas em nós o que gerou um brincadeira bem engraçada. Algumas vezes me pego olhando para Cae. Mais evito o máximo possível não quero voltar a tocar no assunto agora com ele. Eu preciso esclarecer certos pontos com meus pais primeiro. Preciso saber o porquê deles terem feito isso.
Depois do café fomos aos preparativos para o almoço Belle queria churrasco. O que eu considero bem pitoresco. Até que não foi uma má ideia, estava bom.
Algumas vezes me perdia em pensamento e quando voltava em si já estava olhando na direção dele. Sei que o que ele me contou faz todo sentido, ainda assim eu não queira acreditar que meus pais fizeram isso comigo. Não querer o bebê. Já era terrível, tramar a nossa separação por que? Qual o sentido disso?