Ryan Lansworth.
•Há um mês atrás.•
- Ou você se casa, ou a herança ficará com os gêmeos. Fim de discussão, Ryan. - o meu pai diz me analisando do outro lado da mesa.
- Eu possuo um império bilionário, você sabe que eu não preciso e nem quero saber dessa herança. Porquê essa chantagem, agora? - o questiono e ele suspira se acostando a sua cadeira de couro.
- Ryan, essa é uma herança de família. Você sabe que o seu avô era duque, a nossa linhagem é real, e essa é uma herança pertencente à linhagem real, do qual estava em minha posse e agora tem que ser sua, pois você é o meu herdeiro. - ele fala e eu suspiro me acostando a cadeira de couro.
- Não importa a quantidade de dinheiro que possuímos, mesmo não necessitando da herança, é a tradição, e você é o meu único filho. - ele faz menção. - E caso você não siga a tradição, os gêmeos do seu tio, darão cabo dela. Você conheceu o seu avô e cresceu sabendo dessa história. - ele diz e é só o que me faltava.
- Eu tenho vinte e quatro anos, tenho compromissos à mais com que me preocupar, um império bilionário por administrar e agora o senhor quer que eu me prenda à uma mulher, por conta de uma herança de quando a monocracia ainda vigorava? Por favor, pai. - falo inconformado, e ele se levanta pegando num papel, e colocando em frente de mim.
- Eu estou morrendo, Ryan. - ele diz e a confusão mental que se instalou é insana.
Morrendo?
- Como assim, morrendo? - questiono pegando na p***a do papel. - O que essa m***a, significa? - questiono indignado. Isso não é verdade, n******e ser verdade. - Me responde, pai! - exijo e ele suspira se sentando.
- Sente-se, Ryan. - ele diz me encarando atentamente. E por mais que a minha v*****e agora, seja de sequer não ouvir a resposta a minha questão, o obedeço.
- O que isso significa, pai? - o questiono e ele dá um meio sorriso.
- Mantenha à calma, Ryan e me escute. - ele diz.
Mantenha a calma... Como se isso fosse possível.
Você falou que vai morrer, p***a! Com que raios quer que eu tenha calma?
- Então fale. Desde quando o senhor está doente? À quantos médicos foi para ter essa p***a como diagnóstico? - questiono, porém ele me interrompe.
- Desde à última vez que eu tive uma parada cardíaca. - ele diz, e é impressionante sentir o mundo desmoronar todo encima de mim, de maneira tão repentina.
- Eu estive com você. - eu menciono. - Como? Como eu não soube? - o questiono indignado.
- Eu não queria que você soubesse, nem antes, nem agora. Mas você é tão teimoso quanto eu e a sua mãe, que não tive escolha. - ele diz, e continuo perdido e sem reação.
- Tive várias opniões médicas e o diagnóstico é o mesmo. - ele diz, e eu me levanto passando a mão pelo meu cabelo, tentando entender, raciocinar, como deve ser.
- Quanto tempo? - questiono em meio a minha confusão.
- Seis meses. - ele fala, e parece que carrego agora o peso do mundo em minhas costas.
- Mas que p***a! - esbravejo, e m*l noto de quando deixei a garrafa e os copos de whisky se partirem no chão.
- Ryan, se acalme. - ele manda.
- Como é que você quer que eu me acalme? - o questiono e agora está difícil segurar às lágrimas. - Você está morrendo, está me dizendo que em seis meses você pode morrer, e está me pedindo calma? - questiono sentindo uma dor inexplicável.
- Ryan! - ele acentua a voz se levantando. - Apenas me escute. - ele exige, e depois de segundos em relutância, o obedeço.
- Eu não queria contar isso para você. Mas eu não tenho alternativa. - ele diz. - A questão da herança é muito importante, e não tem à ver apenas com poder, e nem dinheiro. - ele diz. - A pessoa na posse dessa herança, mesmo nós não estando mais na era monocrática, possui imensas influências, tanto nas potências mundiais, na vida política democrática, e você sabe que o seu tio, não é de boa rês, quanto menos os seus primos. - ele diz e eu suspiro frustrado.
- Eu sei o tipo de filho que tenho, e sei muito bem que se casar é a última coisa que você pensaria em fazer, mas é necessário. - ele fala e eu suspiro.
- Percebi, eu vejo o que faço. - o respondo e ele sorri. - Mas isto... - falo pegando no papel. - Não tem outra solução? - o questiono.
- Uma cirurgia, do qual eu não farei. - ele diz.
- E porquê não? - o questiono inconformado.
- Essa é uma doença rara, não há muitos cirurgiões especificados para ela, e a taxa máxima de ser bem sucedida é de 2%. - ele fala. - Ou seja, eu não vou adiantar a minha morte. - ele diz com uma naturalidade, que chega a ser um tanto irritante. - Temos que tratar de tudo, o mais rápido possível. - ele acrescenta.
Gianni Kale.
- Vai se fu... - a Wilka arranca o celular dela da minha mão, antes que eu acabasse a minha bela fala no áudio que estava mandando para o Igor.
- Gianni! - ela reclama, guardando o celular na bolsa, enquanto caminhamos rumo ao avião.
Porém eu me distraio observando uns homens, que se parecem com seguranças entrando num jato e outros olhando em nossa direção minuciosamente, que até me arrepiei.
Porquê estão nos observando logo com o tanto de gente, por aqui?
Enfim, sei que não é impressão minha, mas vamos fingir que é.
Com certeza esse jato deve ser de alguém realmente importante, com o tanto de homem assustador que tem ali...
Alguém da máfia, por exemplo...
Prontos, parei com a minha fic.
Só não entendo o porquê de estarem nos olhando... têm a maior cara de gringos, por tanto tenho certeza que não estão escandalizados ou perceberam os meus insultos, ou será que eu estava falando muito alto?
- Wilka, é impressão minha ou aqueles homens estão encarando a gente? - a questiono e ela toda discreta, os encara.
- Estão olhando para nós. - ela confirma, e eu aproveito que estava filmando tudo para o meu canal, e filmo eles, vai que queiram nos s********r e assim.
- Eu hein... - falo entrando no avião, e vamos aos nossos lugares.
- Você acha que eles eram seguranças de alguém da máfia? - a questiono e ela ri.
- Você tem que parar de ler esses seus livros. - ela diz rindo e eu reviro os olhos, já pegando na sacola de chocolates que compramos no aeroporto. - Mas de certeza, de alguém muito importante, são. - ela confirma.
- O Igor respondeu, ele mandou cumprimentos pra você. - ela diz toda boba e o reviro os olhos.
- Para de ser sonsa menina. Acho melhor você bloquear ele. - falo colocando filme, na tela à frente de meu assento já.
- Para Gianni! - ela diz, se assentando na poltrona ao meu lado. - Quero ver, quando você começar à namorar. - ela fala e eu reviro os olhos.
- Oh, então já estão namorando, outra vez? Minhas felicitações. - falo comendo chocolate e ela revira os olhos.
- Todos os homens traem, uns escondem melhor que os outros, mas todos traem, o amor é assim. E você verá quando chegar a sua vez. - ela diz e fico até enjoada.
- É por essa e por outras que eu só caso, se for por uma troca de interesses, com os deveres já bem estipulados, como no livro Uma n***a Sem Igual, da Nirva Shirley, por exemplo. Porque se é isso que você chama de amor minha amiga, eu deixo só para você. - falo já colocando os fones para assistir os filmes.
Desse drama, já estou farta. Ela não ouve mesmo e depois quem tem que lidar com o chororô sou eu.