Capítulo 1
LAURA MENDES
Sou acordada pelo despertador que começa a gritar às exatas 7:30 da manhã. Aquele toque escandaloso faz com que eu lembre que preciso levantar para cumprir as minhas obrigações e ajudar a colocar comida na mesa, me chamo Laura e aqui minha história começa.
Reluto contra a minha própria realidade e continuo por todo o tempo que posso na minha agradável cama, infelizmente o significado de todo o tempo possível, dura menos que desejo, já que a minha mente insiste em lembrar que os meus boletos estão para vencer.
Ao lembrar da minha triste realidade, levanto da cama o mais rápido que posso, apenas assim para que eu acorde de vez. Assim que deixo a cama, enrolo os meus pés no cobertor que me aquecia e cai ao chão.
— Tudo bem, não precisa fazer isso, eu já acordei. Cama m@l educada. — Resmungo.
Tentei ficar tranquila, mas não é nada legal levantar e ser jogada ao chão por seu próprio cobertor, mas tudo bem, levanto do chão e caminho até o banheiro.
— Bora! Preciso tomar banho para animar e trabalhar.
(…)
Ao fim do meu expediente fui chamada no escritório do meu chefe e tive a pior notícia que poderia ter nesse momento.
— Como assim demitida. Sr. Bruno? — Falo, surpresa.
— Sinto muito Laura, mas acredito que você tenha percebido o quanto nosso movimento diminuiu após a inauguração da farmácia em frente. Fizemos o possível para te manter conosco, mas no momento não conseguiremos manter o seu salário.
— Não posso perder meu emprego.
— Infelizmente a decisão está tomada. Mas pode ter certeza que assim que melhorar o movimento vou te chamar novamente, eu prometo. Você é uma excelente funcionária e eu não tenho o que falar de você. O motivo desse desligamento é unicamente por corte de gastos. — Ele explica o motivo da demissão.
— Eu não posso esperar o movimento melhorar. Sr. Bruno, não posso ficar desempregada, minha família precisa de mim, trabalhando. — Falo, sincera.
— Entendo seu descontentamento, Laura, mas pense comigo, você ainda terá um tempo, vamos acertar os cinco anos com você e isso te dará o direito ao auxílio por alguns meses. Quem sabe até lá nosso movimento volta o que era antes, pensemos positivo, queremos ter você de volta em breve. — Ele fala, calmo, enquanto tento não surtar.
— O Sr. já viu o quanto é difícil encontrar emprego nessa cidade. Eu não posso ficar por conta desse auxílio, preciso de outro emprego para ontem. — Falo, chateada.
— Sinto muito Laura, de verdade. Mas espero que você volte quanto antes a trabalhar conosco. Enquanto isso, preciso que você passe aqui na sexta-feira para assinar sua rescisão. — Ela fala, angustiado.
— Tudo bem, obrigada por tudo, eu passo aqui na sexta. — Falo, decepcionada, e caminho até a porta de saída.
— Laura, você é uma boa funcionária, logo vai conseguir outro emprego. E se não conseguir, assim que melhorar o movimento vou te ligar para você voltar. — Ele fala, sincero.
Assenti com a cabeça e fui embora chateada e completamente desesperada por dentro.
(…)
Isso não podia ter acontecido, o que farei agora.
Preciso conseguir um novo emprego urgente ou as coisas vão ficar feias para o meu lado.
Retorno para a casa, converso com minha mãe e meu irmão, que me dão muito apoio.
— Não fique tão preocupada, logo você consegue outro emprego, aproveite esses dias para descansar um pouco. — Luís tenta me tranquilizar.
— Seu irmão está certo, faz quase dois anos que você não tira férias minha filha, aproveita e descansa, Deus sabe o que faz, nós que não sabemos o que falamos. — Minha mãe fala, tranquila.
Ela beija minha testa e se levanta, fico na sala sozinha com meus pensamentos.
Fiquei perdida em meus pensamentos por alguns minutos, depois de algum tempo chamo por Letícia e a levo até a casa da amiguinha, prometi mais cedo que a levaria para se despedir, já que daqui a pouco ela irá viajar com minha mãe.
Depois que voltamos, deixei Letícia arrumada para seu passeio.
— Agora vai se arrumar porque o caminho para casa da Samantha é longo. — Luís fala, tranquilo.
— Você vai hoje para a casa da Samantha? É muito longe, minha filha, porque não deixa para ir amanhã, já está tarde. — Minha mãe fala, preocupa.
— Ainda são sete horas, mãe. — Luís sorri.
— Mas a Samantha mora do outro lado da cidade, até ela chegar já é meia-noite. Que horas ela voltará para casa. — Abraço minha mãe e beijo sua bochecha.
— Não se preocupe, mamãe, o Luís vai ver uma garota, ele vai me levar. E eu não venho hoje, dormirei lá já que agora sou uma desocupada e desempregada. — Falo rindo com chateação.
— Não fala assim minha filha, daqui a pouco você consegue outro emprego, confie. — Ela fala, carinhosa.
— Espero que sim ou vou ter que me pr0stituir por aí.
— Laura! — Ela fala em repreensão.
— Desculpa, mamãe, vou tomar banho e já venho Luís. — Falo, tranquila.
— Não demora ou vou te deixar aqui. — Luís sorri ao dizer.
— Se fizer isso, eu vou te bater. — Grito enquanto corro para o banheiro.
— Se tiver muito sem graça na casa da mina, eu vou colar lá na Samantha mais tarde, vê se ajeita uma mina responsa lá para mim. — Luis fala, rindo.
— Toma vergonha, vai ficar de boa com a menina que está. — Falo, sério.
— Amanhã você trabalha Luis, nada de chegar tarde. — Minha mãe fala, firme.
— Tranquilo, mãe, vai ser só uma resenha com alguns amigos. Mas estou brincando, após ver minha gatinha venho embora. — Ele fala, calmo.
— Que bom, porque essas resenhas na casa da Samantha costumam acabar tardiamente. — Ela alerta.
— Hoje é segunda mãe, vai terminar antes das seis da manhã. — Ele sorri.
— Deixe de ser sem vergonha, rapaz, sossega. — Ela fala, firme, os dois conversam até que eu termine de me vestir.
Assim que termino de me produzir nos despedimos de Letícia e da minha mãe, elas seguem viajem para o passeio até a casa da minha avó, e eu e Luís seguimos para a casa de Samantha.