sob um novo olhar

ele não é tão rui assim

Ana

Sabe o que mas me encantou nessa clínica? Além desse jardim lindo ,eu me encantei com as pessoas como a dona Cleusa ela sempre fala do tempo dela de adolescência ,e olha que ela já tem 76 anos,mas eu gosto de ouvir as histórias dela e sempre ela me diz sobre um baile onde ela conheceu o grande amor da vida dela,e foi nesse baile que ela beijou ele a primeira vez,e ela ainda disse que soube naquele momento que ele seria o amor da vida dela.

Essa história é linda e sempre me emociona,porque os olhos dela brilha falando,as vezes penso no meu primeiro beijo ,o que eu pensei que fosse o único beijo pro resto da minha vida , só que infelizmente não foi,olho sempre para o portão daqui e penso em sair, mas aí eu lembro do acidente e de tudo que aconteceu que o medo me prende aqui.

— nossa dona Cleusa ficou lindo!

Digo isso e ela sempre se emociona e eu também,mas está na hora dos remédios dela então uma enfermeira vem buscar-la, não pensa que Tatá da conta de tudo,sozinha.

Estou guardando as minhas coisas quando ouso os passos do doutor ,já até sei o que ele quer.

E é como pensava ,mas posso tirar proveito,afinal o doutor Federico nunca nos deixou fazer um baile mesmo eu insistindo muito,mas só que ele concordou.

Fiquei até impressionada,que quando o seu Francisco me obedece,fico sorrindo comigo mesmo,e ele o doutor me agradece e os meus olhos estão nos dele, e quando os nossos olhares se encontra o meu coração dispara já é a segunda vez.

Não sei mas o que é o amor ou se apaixonar por alguém,eu só sei o que é a dor, mas na hora da palestra eu não podia deixar de olhar a gentileza dele de nós deixar fazer o baile,mesmo eu fazendo chantagem ,mas se eu pedisse ele deixaria por que vejo no seu olhar algo diferente.

Quando chego ao meu quarto e me preparando pra dormir, eu olhava todas as minhas artes e a que mas me doe ,e a da vela porque eu fiz ela em homenagem ao senhor que eu matei.

— Ana , trouxe as suas preciosas

Limpo as minhas lágrimas...

— obrigada Tatá,eu posso tomar elas depois? quero ficar acordada mas um pouco.

Ela toca no meu rosto, Tatá é minha amiga e não apenas uma enfermeira.

— não se culpa vou lhe dizer isso sempre!

— me deu vontade de sair hoje!

Ela deu um sorriso

— só que sinto que meu lugar é aqui ,aí depois do que a dona Cleusa falou na palestra eu soube que aqui é realmente o meu lugar.

— Ana, a dona Cleusa nem lembra o que disse!

— lembra sim,porque o que está no nosso coração nunca é esquecido!

— se você está falando, não vai dormir muito tarde ouviu?

— pode deixar,e o doutor já foi?

— não,quer falar com ele?eu chamo!

— não,boa noite!

Porque perguntei dele? Ana,tem que esquecer aqueles olhos. Deito na minha cama e fico pensando no dia de hoje ,como foi engraçado ele não é tão r**m assim, fecho os meus olhos deitada na cama e fico pensando em tudo que aconteceu e é quando ouso passos e logo viro de lado na cama e fecho os olhos.

Quando a porta se abre é ele porque escuto a sua voz falando do meu quadro, quando ele fecha a porta tomo os meus remédios pois está na hora de dormir.

E agora sim é um novo dia, e já levantei animada tomei um banho e fiz uma maquiagem,e fui a primeira a chegar no refeitório e olha só quem eu encontrei:

— doutor!

— Ana,hoje foi a primeira gostei de ver!

Diz ele sorrindo com uma camiseta polo,e com os seus óculos ele está vindo pra perto e novamente o meu coração acelera e estou sem reação.

— bom dia! Advinha hoje irei tomar café com os meus melhores pacientes, por isso que vi cedo,e também quero ter tempo pra planejar o tal baile,afinal eu prometi tenho que cumprir.

— bom dia! Mas eu que irei organizar!

Digo seria ,porque eu que quero deixar tudo como dona Cleusa me disse.

—ok,sem problemas podemos organizar juntos o que acha?

Fico muda e ele está me encarando esperando uma resposta e na hora que eu iria falar os outros pacientes chega, então viro pra dá bom dia e não digo nada ao doutor que me olha ainda,e o olhar dele está me intrigando eu juro.

sabe que toma café na companhia dele até que não é tão r**m assim,ele é engraçado,o seu João foi o que mas gostou dele, as vezes ele ver que estou olhando pra ele e rapidamente desviro o olhar.

— pacientes foi uma maravilha tomar café da manhã com vocês,mas está na hora da consulta.

E assim o seu João vai primeiro, e depois vai um de cada vez,eu sou a última,e porque estou nervosa,as minhas mãos estão suando novamente e trêmulas.

— então Ana vamos até o seu Museu triste?

Diz ele bem baixinho perto do meu ouvido, e eu pareço uma b***a de nervosa,mas olho nos olhos dele e vou até o seu ouvido e bem baixinho digo:

— sim,ele está a nossa espera!

Ele me segue ,e quando abro a porta dou passagem pra ele, que entra olhando tudo e se senta no meu sofá.

— então Ana como se sente?

Respirei fundo e olhei em seus olhos.

— não sei doutor,ao abrir os meus olhos um sorriso saiu dos meus lábios,e eu pensei que o dia hoje seria extraordinário.

— ainda são 10:00, ele ainda pode ser extraordinário,mas porque mudou de idéia?

— quando uma vela se acende é porque o escuro se encontra e precisamos dela pra clarear,e se a vela nunca for acessa por mas que você tente aceder ela.

As lágrimas tomam conta do meu rosto mas os meus olhos ainda permanece nos dele que tira os seus óculos e limpa as lágrimas que estão nos olhos dele também.

— desculpa!

Diz ele colocando os óculos novamente

— sinto que nunca vou conseguir acender essa vela.

Me levanto e pego o quadro que fiz da vela,ele se levantou também e está próximo a mim e diz próximo ao meu ouvido.

— as vezes queremos tudo da nossa forma,mas esquecemos que a escuridão vem sem avisar e se você não conseguir acender uma vela , lembre-se que você tem a claridade da lua e das estrelas, e elas vão te levar a ver a claridade nos seus olhos que só você precisa ver ,pode ser menor que seja elas estarão lá.

Ele segura o quadro que estava nas minhas mãos:

— essa vela ,ainda pode ser acessa é só você fazer uma bela pintura nela.

Virei de frente pra ele e olhando nos seus olhos eu digo:

— obrigado doutor!

Ele sorrir e se senta novamente e diz:

— nossa consulta ainda não acabou!