Capítulo 3

1285 Words
Derek "Continue vivendo na negação, então", disse Dean de forma irritada. Minha Deusa, meu lobo às vezes me deixava irritado. Encarei a montanha de trabalho acumulada na minha frente, odiando cada vez mais esse dia. Decidi começar com a escala de patrulha dos guerreiros que, de alguma forma, estava totalmente bagunçada. Levei a maior parte do dia para terminar, mas consegui fazer a programação para o mês inteiro, então não deveria precisar lidar com isso de novo. Vou deixar o Matt encarregado dessa tarefa a partir de agora. Passei o resto do dia trabalhando nos papéis relacionados à minha empresa, Anderson Trading Co. "Alfa? Você queria falar comigo?" Trish bateu na minha porta. "Entre", disse, meus olhos ainda grudados nos papéis na minha frente. "Está tudo bem?" Ela sentou na cadeira em frente a mim. "Sim, bem, na verdade não. Preciso da sua ajuda. Preciso de um assistente. Alguém que possa cuidar da minha agenda, das minhas mensagens e talvez até me trazer café. Você acha que pode contratar alguém?" Olhei por cima dos papéis. "Claro!", ela suspirou de alívio, jogando os cabelos loiros para o lado. "Alguma outra coisa?" ela perguntou. "Não, isso é tudo", a dispensei. Ela se levantou, sua estatura pequena m*l conseguindo ultrapassar minha pilha de papéis enquanto se dirigia para a porta. "Obrigado", acrescentei assim que ela saiu, vi sua mão acenando em sinal de reconhecimento. Ótimo. Uma preocupação a menos. Decidi que agora era uma boa hora para o almoço, talvez até para o jantar. Perdi completamente a noção do tempo novamente hoje. Fui para a sala de descanso ver o que conseguia encontrar. A sala de descanso era bem grande e podia acomodar a maioria, senão todos, os nossos funcionários de uma vez. Anexada a ela havia uma pequena cozinha. Nada muito extravagante, uma geladeira cheia de algumas marmitas esquecidas e questionáveis, armários cheios de tigelas e canecas descombinadas, e, é claro, um micro-ondas e uma torradeira com aparência muito surrada. Havia um armário cheio de alimentos não perecíveis e lanches aleatórios deixados para trás. Talvez hoje eu tivesse sorte lá. Peguei os itens com aparência mais comestível do monte e voltei para meu escritório para trabalhar. Será que peguei o número da Valerie ontem à noite? Pensei comigo mesmo a caminho de volta. Tirei o celular do bolso e vasculhei meus contatos, desapontado com a falta de resultados. Não, deveria estar pensando nela. Preciso escolher minha companheira destinada. "Precisamos encontrar a Valerie. Ela é nossa companheira", insistiu Dean. "Não sabemos nada sobre ela, nem temos tempo para ficar procurando por ela. Ela era boa na cama e pronto", falei com firmeza. Dean me ignorou pelo resto da semana. - - - - - - "Trish, simplesmente não entendo qual é o problema, esta é a terceira contratação fracassada nas últimas duas semanas. Só preciso de alguém para arquivar alguns papéis e me trazer um café, atender alguns recados. Como isso pode ser tão difícil? Não sou tão exigente, mas eles acabam desistindo! Quer dizer, são humanos, pelo amor de Deus. Pensei que esse trabalho seria moleza, eles poderiam usar o celular metade do dia e eu nem me importaria! E é meio período!", resmunguei. "Desculpe, Alfa, tenho mais algumas entrevistas agendadas. Vou contratar alguém até o final da semana", disse Trish, parada no meu escritório. "Alguém que realmente queira a vaga, por favor", disse, folheando nosso último relatório financeiro. Meus números estavam errados novamente. "Está dispensada." "Sim, Alfa." Ela assentiu e saiu apressada da sala. Talvez eu devesse contratar outro lobo. Eles trabalhavam mais e por mais tempo, e eram muito mais leais do que qualquer humano. Mas eu queria me afastar dos negócios para poder governar meu reino. Não queria que meu povo ficasse preso em um escritório abafado ou carregando documentos por horas, quando poderiam estar em casa. Lobos não foram feitos para esse tipo de trabalho humano. Precisávamos poder nos transformar e correr, e não era fácil fazer isso vivendo em uma cidade humana. "Alfa", disse Jeff, entrando descontraidamente no meu escritório. "Estou voltando para o reino amanhã, você vem ou planeja ficar se deteriorando aqui aos poucos?" "Deveria voltar... Preciso de um tempo para respirar. Aliás", disse, olhando para o relógio, "acho que vou encerrar o expediente. Estou apenas andando em círculos, não faz sentido eu estar aqui agora". Peguei minhas chaves e jaqueta e segui para o estacionamento onde estava meu caminhão. Acelerei pela rodovia, com as janelas abaixadas e a música alta. Ao chegar no palácio, estacionei logo fora dos portões e soltei Dean para correr. Ele precisava disso. Eu sabia que assim que entrasse pelos portões da frente, nem mesmo pela maldita porta da frente, seria bombardeado com uma lista interminável de coisas que precisavam ser resolvidas imediatamente. Dean aproveitou ao máximo nossa corrida, correndo pelo terreno irregular, caçando presas e até mesmo dando um mergulho rápido. Seu pelo marrom escuro o tornava difícil de ser visto entre as árvores, perfeito para escapar dos nossos patrulheiros, que provavelmente tentariam me parar durante o caminho, com preocupações que desejavam compartilhar comigo. Eu já sabia de tudo isso, mas eu era apenas um homem e podia fazer apenas tanto. Meu pai quase incendiou o Reino do Sul antes de sua morte. Havia muito pouco que pudesse ser salvo, e foi graças à ajuda do Rei Edwards que conseguimos nos reerguer. Quase uma década depois, ainda estava tentando limpar a bagunça que ele deixou. Nossa população diminuiu para quase nada, nos deixando vulneráveis a ataques. Felizmente, aqueles que permaneceram do Reino do Sul se juntaram para ajudar a proteger e reconstruir. Infelizmente, nem todas essas pessoas eram qualificadas para os cargos. Mudei de assunto e entrei no palácio pela entrada dos fundos, na esperança de conseguir chegar ao meu escritório antes de ser bombardeado. Infelizmente, me enganei. "Rei Derek, as patrulhas estão em conflito com o horário", disse meu Gamma, Caleb. "Novamente? Acabei de refazer! Peça para o Matt revisar." "Alfa! A equipe de construção está bloqueando a porta de entrega!", disse minha cozinheira, Harper. "Então diga a eles para se moverem ou que as entregas sejam feitas pela entrada da frente até que terminem." "Sua majestade, quando teremos uma reunião com a equipe? Há várias coisas que precisam ser revisadas pelo nosso pessoal mais antigo", perguntou Matt. "Em breve." "Rei Derek?" "O que foi!?" "Acabou de chegar uma carta para você do conselho", disse uma das minhas empregadas, me entregando um envelope branco com um carimbo oficial nele. Peguei-o da mão dela e entrei em meu escritório, fechando a porta atrás de mim. Sentei-me em minha cadeira e dei uma olhada nas correspondências empilhadas em minha mesa antes de relutantemente ler a carta acabada de receber do conselho. Dentro havia uma lista com dez nomes de possíveis Lunas. Reconheci alguns, o mais familiar sendo Kelly Carson. Princesa do Reino do Oeste. Joguei a carta de lado e me enfiei em minha pilha de papéis, trabalhando nos inúmeros problemas que tinha pela frente. Algo teria que ceder em breve. Não sei quanto mais tempo consigo continuar desse jeito. Era apenas trabalho, trabalho, trabalho 24 horas por dia, 7 dias por semana. Às vezes me perguntava por que o fazia. Algumas coisas não mudaram, mesmo na ausência de meu pai. Claro, acabei com a escravidão, mas isso não significa que as matilhas não tentassem escondê-la ainda. Cortei relações com traficantes de drogas, mas as drogas ainda entram no reino. Contratei mais patrulheiros, mas ainda encontramos guerreiros mortos por renegados. Não sei como o Rei Edward e o Rei Carson conseguiram lidar com tudo isso durante tanto tempo. Espero que um dia eu consiga colocar todas as minhas coisas em ordem como eles. Um dia.
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