Raio e Trovão

Eu não estava conseguindo segurar minha felicidade. Finalmente, após dezessete anos, eu conseguia vivenciar toda aquela magnitude que era o Houston Livestock Show and Rodeo. Esse era meu sonho desde que me entendia por gente. Nascida na pequena Wichita Falls, sempre acompanhei meu pai Charles aos rodeios que varriam cada canto do Texas. Essa era minha paixão. No entanto, após o acidente que deixou meu pai preso a uma cadeira de rodas, eu vi minha chance de presenciar o maior rodeio do Texas chegar ao fim. Quando completei treze anos, eu comecei a fazer de tudo para conseguir algum dinheiro e assim poder realizar meu sonho. Fazia faxinas, trabalhava como babá, de garçonete em festas... tudo escondido do meu pai, para que ele não tentasse me impedir. Com certeza ele diria que isso atrapalharia meus estudos. Mas eu nunca permiti que isso acontecesse. Eu queria me formar, apesar de continuar com meu sonho de um dia participar de uma grande companhia de rodeio. Especificamente, eu sonhava com a Cia Gallagher... ou então conhecer a estrela da companhia. Blake Gallagher, o homem lindo que povoava meus sonhos desde os meus quinze anos. Ele já estava com seus vinte anos naquela época e era simplesmente irresistível. Eu queria ter a chance de pelo menos conseguir um autógrafo dele. Mesmo que muitos dissessem que ele era grosso e m*l-humorado, eu queria vê-lo de perto. Era meu ídolo. Junto com minhas amigas Dakota, Demi e Kristin, conseguimos convencer meu pai a me deixar viajar com elas. Kristin e Demi Allen eram muito ricas e moraram na cidade até os sete anos, quando o pai precisou assumir os negócios do avô falecido. Mudaram-se então para Houston, mas nossa amizade permaneceu a mesma. Como presente de aniversário adiantado, elas pagaram o que faltava para eu conseguir realizar meu sonho. – Eu ainda não acredito que estou aqui. – Eu moro aqui então já me acostumei. Demi falou, ignorando meu deslumbramento. Estávamos no Barbecue Cookoff, um evento que antecedia o Rodeio propriamente dito. A empresa Allen era uma das patrocinadoras, e por isso tínhamos acesso. Mas meu único pensamento era se eu encontraria a comitiva Gallagher por ai. Minhas três amigas se divertiam, paquerando os rapazes, mas eu apenas dava sorrisos amarelos. Demi e Kristin eram duas loiras lindas e que chamavam a atenção por onde passavam. Dakota tem os cabelos castanhos escuros, ao passo que eu, tenho os cabelos castanhos- claros que desciam abaixo do meu ombro. — Aquele gato não tira os olhos de você, Dani. Aproveite, menina. Vamos beijar na boca um pouco. Eu ri e balancei a cabeça. Demi não tinha vergonha de paquerar a vontade. Não tinha medo de ser tachada de galinha ou qualquer outro apelido. Continuei caminhando, percebendo que a barraca dos Allen era a mais animada, onde acontecia um show de uma banda country e a bebida era da melhor qualidade. Dei uma breve olhada nos rapazes que assoviavam e riam, bebendo e apreciando o show da banda feminina. E foi então que eu senti meu coração acelerar ao reconhecer aqueles cabelos. Em todos esses anos, eu jamais conheci ninguém, homem ou mulher, que tivesse o mesmo tom de loiro avermelhado que tinham os cabelos de Blake Gallagher. Prendi minha respiração e quase sem perceber, dei dois passos até ele. Olhei para trás e vi que as meninas tinham desaparecido. Era minha chance de pedir um autógrafo sem correr o risco de ser maltratada na frente de minhas amigas. Só não sabia como me aproximar, já que ele estava cercado por outros rapazes. Eu nem ao menos tinha tido qualquer ideia quando ele girou levemente o corpo e seu olhar se encontrou com o meu. Eu senti todo o meu corpo tremer e uma revolução estranha em meu estômago. Ele me olhou de cima a baixo e... que merda! Ele mordeu os lábios, afastando-se dos amigos e vindo até mim. A essa altura eu já não sentia minhas pernas. Só ouvia as batidas frenéticas do meu coração, tão fortes que me tiravam o fôlego. Pode alguém enganar tanto? Pessoalmente ele era mais lindo que em qualquer jornal, revista ou TV. Alto, pele levemente bronzeada e aqueles profundos olhos verdes. Parou à minha frente e eu quase desmaiei ao ouvir a voz rouca e sexy. — Olá. — O... oi. — Perdida? — Eu só estava... dando uma volta, apreciando a festa. — E não gostaria de uma companhia? — Se você quiser... — Só se eu estivesse louco para não querer. Vamos? Eu segui ao lado dele, mas nem sei como. As pessoas paravam para olhá-lo, mas ele fingia não ver. Seu olhar estava preso ao meu enquanto caminhávamos e apenas ele falava. — Qual o seu nome? — Danielle. — Belo nome. Combina com você. E eu sou Blake Gallagher. Quase rolei meus olhos. Como se alguém nesse mundo não soubesse quem ele era. — Muito prazer. Ele falou e eu estava prestes a estender minha mão quando o vi aproximar o rosto do meu. Seus lábios tocaram levemente minha bochecha, deslizando ao lado da minha boca. Eu senti algo estranho, como jamais senti na vida. Um formigamento em meu baixo ventre... e uma umidade. Obviamente não sou nenhuma mocinha ignorante da roça. Eu sei o que isso significa. E fiquei assustada. — Você gosta de rodeios? — Eu amo. Sou apaixonada desde que me entendo por gente. — E você vem sempre aqui? — Não. Essa é a primeira vez que venho. Nunca vi uma festa tão grandiosa quanto essa assim, bem de perto. – Verá então quando começar realmente. Agora estamos apenas na Barbecue Cookoff, que são os três dias que antecedem o rodeio. — Sim, eu sei. — E você assistirá as disputas? — Com certeza. — Torcerá por mim? Eu nem tinha me dado conta de que já estávamos do lado de fora do local da festa. Ele me encarava e se aproximava cada vez mais. Seu olhar desceu até meus lábios e de repente me vi encurralada entre ele e uma parede. — Sim. Eu sempre torço por você. Percebi então que minha respiração estava muito alterada. Meu peito subia e descia cada vez mais rápido à medida que via seu rosto de aproximando do meu. Não sei dizer ao certo, o que me aconteceu quando seus lábios se chocaram contra os meus. Meu corpo se arrepiou, estremeceu e automaticamente, num gesto quase desesperado, eu ergui minhas mãos, emaranhado-as nos cabelos dele e o puxando para mim, ao mesmo tempo em que abria minha boca, aceitando sua língua que pedia espaço. Era a sensação mais incrível que já senti até hoje. A boca de Blake era macia, mas, ao mesmo tempo, exigente. Sua língua quente enroscava-se na minha enquanto suas mãos fortes me apertavam de encontro ao seu corpo. Eu arfei quando senti uma das mãos grandes subindo pelo meu corpo e se fechando sobre meu seio, apertando-o. Sua boca passou ao meu pescoço, onde dava leves mordidas. — Vamos sair daqui, princesa? — Mas... para onde? Cedo demais ele se separou de mim, olhando-me cheio de promessas. Seu olhar estava me deixando ainda mais aquecida... e úmida. — Para um lugar onde eu possa fazer tudo o que quero com você. Não esperou resposta e se afastou, me puxando pela mão. — Mas... Eu tentei dizer, olhando para trás. Nisso, eu vi Dakota, que fez um gesto positivo com o dedo,me incentivando a ir com ele. Caminhamos rapidamente, sem dizer nada. Apenas aquela mão na minha já enviava ondas elétricas por todo meu corpo. Meus olhos se arregalaram ao perceber onde estávamos. Então ali ficava a comitiva Gallagher? Eu não fazia ideia da grandiosidade daquilo tudo. Logicamente acostumado com aquilo, Blake passava sem ao menos olhar para os lados. Mas eu observava tudo atentamente. Caminhões enormes com o brasão dos Gallagher, ônibus, furgões. Quando ele parou perto de um dos ônibus, meu queixo caiu ainda mais. Fiquei travada, abobalhada... apenas olhando. — Entre... — Mas e se alguém... Ele deu um sorriso, aproximou-se e me beijou no canto dos lábios. — Esse espaço é só meu, Danielle. Eu já deveria ter imaginado que sendo a grande estrela da companhia, e filho do dono, ele teria seu espaço. Nunca sequer passei perto de um desses e entrar em um, era algo absolutamente surreal. Eu arfei audivelmente quando entramos. Aquilo tudo conseguia ser dez vezes melhor que minha própria casa. — Nossa... — Gostou? — É incrível. Blake já estava novamente a minha frente, tocando meu rosto com suavidade. — Você é incrível. É a garota mais linda que já conheci. Eu sabia que ele mentia. Blake já rodou o mundo e sempre saía notícias de seus casos. Casos de uma noite, um final de semana... não importa. Sempre esteve com belas mulheres. Por isso, não respondi limitando-me a morder os lábios. — Eu quero você. Eu, que sempre fui louca por ele, apenas me deixei levar. ******** Meus gemidos, assim como os de Blake se misturavam naquele quarto. Eu sentia suas mãos e boca em meu corpo e nada mais conseguia fazer além de me contorcer na cama, implorando por mais. Estávamos inteiramente nus, e ele continuava devastando meu corpo com sua língua. Eu não ousava pará-lo e dizer que eu sou virgem. E se ele desistisse? Eu que sonhava apenas com um autógrafo dele, agora estava nua em sua cama. Deixei que minha paixão por ele falasse mais alto e também o explorei com mãos e boca, satisfeita ao ouvi-lo gemer meu apelido. — Dani... está me enlouquecendo. Disse isso e se afastou, abrindo uma gaveta. Eu desviei meu olhar daquele corpo magnífico, tentando não pensar no quanto era avantajado. Ouvi o envelope sendo rasgado e em seguida seu corpo forte estava novamente sobre o meu. — Você é gostosa demais. Não consigo mais esperar. Minha perna foi erguida até sua cintura e em seguida a dor dominou meu corpo. Eu gritei e instintivamente cravei as unhas em seus ombros, fechando meus olhos, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. — Oh merda... virgem! Ele permaneceu parado sobre mim, e eu podia sentir as batidas fortes de seu coração. — Eu não posso sair agora. — Eu... não quero que saia. — Por que não me disse? — Tive medo que... não quisesse mais. Suas mãos embrenharam-se em meus cabelos, puxando meu rosto para mais perto. — Eu jamais deixaria de desejar você. Mas eu seria mais cuidadoso. — Desculpe. Então ele beijou todo meu rosto, como se quisesse secar minhas lágrimas. — Eu começarei a me mover. Peça-me para parar se estiver machucando. Eu assenti, mas não fiz o que ele pediu. Blake começou a se mover lentamente, mas aos poucos aumentou a velocidade. Não vou negar que ainda doía, mas eu via seu rosto transbordando prazer. Eu ouvia seus gemidos, eu sentia seu corpo suado sobre o meu... eu não poderia pará-lo. Suas mãos estavam em minha cintura. Ele entrava e saía de mim, agora com força, gemendo meu nome cada vez mais alto. Eu me mexia com ele, até seu corpo estremecer. — Ah delícia... eu vou gozar. Ele gritou meu nome antes de tomar minha boca com fúria, ainda dando vigorosas estocadas dentro de mim. Depois, jogou-se ao meu lado, respirando com dificuldade. Não serei hipócrita e dizer que senti o tão famoso orgasmo. Mas bem no final do ato, eu senti uma coisa boa, mas que nem de longe era o prazer que ele sentiu. Blake girou na cama e tocou meu rosto. — Dani? Abri meus olhos, até então fechados e o encarei. — Sei que não foi legal pra você. Mas ainda temos muito tempo. E eu farei você gritar meu nome, de tanto prazer, baby. Fechei novamente os olhos, já sentindo seus lábios em mim. Eu não tinha dúvida alguma de que ele realmente faria isso.