O QUE SÃO CRENÇAS LIMITANTES AFINAL

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O que são crenças limitantes? Como surgem as crenças limitantes? Tipos de crenças limitadoras Exemplos de crenças limitantes, veja a lista: Sou insuficiente Só consigo alcançar o sucesso através da perfeição Nunca vou conseguir ter dinheiro Não tenho idade para isso Como as crenças limitantes podem nos prejudicar? Como a psicologia pode ajudar a superar as crenças limitantes? O que são crenças limitantes? Quando tratamos do que são crenças limitantes, estamos nos referindo a barreiras mentais que construímos durante nossa própria jornada de vida. Elas podem funcionar como ensinamentos ou reproduções de aspectos que presenciamos quando criança, seja projetando em nossos familiares, amigos, escola ou em ambientes que nos encontramos na época. Quando crianças, temos uma perspectiva de absorção, isto é, por estarmos em fase de crescimento, tomamos tudo como um exemplo e aprendizado. Atitude essa que faz com que carreguemos esses padrões para a vida adulta também. Esses bloqueios emocionais, então, que criamos ainda pequenos, passam a servir como guias de comportamento. Se alimentamos nosso subconsciente com a ideia de que somos pessoas insuficientes, incapazes ou inferiores, por exemplo, começamos a crer cegamente nisso e, consequentemente, passamos a nos comportar dessa maneira. Sendo assim, nossas ações transformam-se na de pessoas inseguras, que sempre se colocam para baixo e em posições de inferioridade durante as situações. Esse tipo de atitude nos limita, pois impede que possamos viver inúmeras experiências ricas e positivas ao longo da vida, além de destruir nossa própria autoestima. Ao longo da vida, desenvolvemos ideias por meio das percepções e interpretações que fazemos sobre nós mesmos, os outros e o mundo a nossa volta. É um quebra-cabeça que vai sendo montado a partir das peças que compõem o nosso aprendizado, mas nem sempre esse encaixe fica perfeito e, mesmo o que parece certo, muitas vezes, precisa ser reavaliado.... Assim acontece com as crenças limitantes que podem ser visões equivocadas da realidade, porém, a enxergamos como verdade absoluta. "O comportamento gira em função disso, com o risco de atrapalhar a reflexão e o estímulo de capacidades", diz a psicóloga comportamental Denise Pará Diniz, coordenadora do setor de gerenciamento de estresse e qualidade de vida da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). PUBLICIDADE Relacionadas #SemFrescura: por que temos dor de barriga quando ficamos nervosos? Pílula da felicidade? Como o Prozac mudou o tratamento e até mesmo o conceito que temos de depressão Vinagre de maçã emagrece? Evita infecções e diabetes? Veja seus benefícios ... "Isso é comum em quem nasceu em uma família perfeccionista e aprendeu que, para ter valor, é preciso se esforçar ao máximo e nunca errar. E quando erra, pensa não ter valor e fica muito triste, desistindo de objetivos", exemplifica Penido. Ela completa ainda que, muitas vezes, mesmo em uma situação positiva, como passar em um concurso, a pessoa já ativa o pensamento de que foi sorte e continua desacreditada de seu valor. Livre-se dessas crenças limitantes A psicoterapia pode ajudar a reconhecer essas crenças para conseguir ressignificar essas ideias. "É importante compreender que a crença é uma hipótese e não um fato, dessa forma é possível refletir sobre sua consistência, importância... As crenças limitantes mais corriqueiras: 'Não tenho tempo/dinheiro' 'Já é tarde para começarecomeçar' 'Não vou passar, conseguir, aguentar' 'Os outros são melhores que eu' 'Os outros tem privilégios/sorte que não tenho' 'Está bom do jeito que está, não preciso de mais' 'Nasci pobre e vou morrer pobre' 'Eu não mereço'... De maneira resumida, elas são as interpretações e os pensamentos que assumimos como verdade e que nos impedem de desenvolver as competências, habilidades e emoções. Em geral, são concepções falsas ou que têm parcial verdade, mas que limitam a pessoa em se esforçar para erradicá-las de sua rotina. Como resultado, a resignação assume o controle do coeficiente emocional do indivíduo, que passa a aceitar as crenças limitantes como partes estruturais de sua personalidade. Exemplos de crenças limitantes Para que você consiga identificá-las, abaixo reunimos alguns dos principais exemplos de padrões linguísticos negativos, que nos afastam de nossos objetivos: – “nunca vou conseguir dinheiro suficiente”; – “nada dá certo pra mim”; – “não tenho tempo para nada”; – “não sou bom o suficiente”; – “não consigo aprender”; – “nunca vou conseguir alcançar meus objetivos”; – “você não serve para nada”; – “eu não mereço coisas boas”; – “ninguém me quer nem se importa comigo”; – “homens não prestam”; – “minha família só me dá dor de cabeça”; – “não posso/não consigo/não sei”. As três maiores características de uma pessoa com crença de não merecimento são: perder, não terminar o que começou, e depois de tudo isso recomeçar. (Paulo Vieira) Percebeu uma ou mais frases como essas, e que você já tenha dito, limitando as suas experiências? Que tal vermos, agora, os impactos em repeti-las constantemente? Quais são os efeitos em ceder às crenças limitantes? Quando deixamos aquelas frases de efeito dominar os nossos pensamentos e, consequentemente, as nossas ações, perdemos em saúde, nos relacionamentos, em nossa qualidade de vida, como um todo. Por exemplo: em vez de acreditar que mereça a promoção em seu emprego, a pessoa pensa não ter capacidade em almejar uma posição melhor dentro da empresa. Quando se depara com o aprendizado de uma nova tecnologia, culpa a idade avançada para não aprendê-la. Viu como essa simples negativa já impacta em curto, médio e longo prazo as decisões tomadas? Às vezes, sequer nos damos conta disso, o que torna ainda mais difícil vencer as crenças limitantes. A boa notícia, entretanto, está justamente na possibilidade de identificá-las para então confrontá-las, em vez de evitar as crenças limitantes — como veremos a seguir. No vídeo a seguir, o Master Coach Paulo Vieira explica como as crenças são influenciadas pela nossa comunicação verbal e não-verbal: Como identificar as crenças limitantes ao redor? Uma das qualidades da inteligência emocional consiste em fazer uma contínua autoavaliação. Ou seja: questionar-se sempre, de maneira que você entenda aquilo que está bloqueando as suas chances de almejar, idealizar ou executar algo. Por isso, o primeiro passo para identificar as crenças limitantes nos seus pensamentos é por meio do exercício de sua própria consciência para ressignificá-la. Para começar, pergunte-se: – Você costuma perseguir os seus objetivos e sonhos? – Você impede a si de agir? – Quando você se convence a não fazer algo, o que limita as suas ações? – Você considera que merece os próprios sonhos e metas? – Sua autocobrança faz você sofrer mais? Agora, com base nessas respostas procure identificar quantas — e quais — desculpas foram usadas para não realizar algo. Por exemplo: em vez de ir a uma viagem de férias, você repreendeu a própria ideia porque culpou a crise no país, a necessidade de economizar (sem ter um objetivo definido para isso) ou tem medo de se afastar da sua zona de conforto. Três desculpas, portanto, para abandonar uma simples ideia de aproveitar as férias. Como vencer as crenças limitantes? Agora que já deu para entender o conceito de crenças limitantes, como elas nos impedem de ir além, em nossas vidas, e aprendemos como identificá-las, é hora de deixá-las para trás. Para isso, abaixo vamos resgatar alguns exercícios facilmente aplicáveis, no seu dia a dia, para que as crenças limitantes sejam gradativamente excluídas dos seus pensamentos conscientes e inconscientes. São eles: 1- Identifique as crenças limitantes que impedem você de agir. Anote-as e tenha consciência delas; 2- Avalie a causa por trás dela e compreenda o seu gatilho. Sem resolver a origem das crenças limitantes, elas se tornam crônicas, recorrentes, e dificultam a sua superação; 3- Retome o gosto por se desenvolver e avalie quais são as metas, sonhos e objetivos que você deseja alcançar. Em seguida, anote as crenças limitantes por trás dessas decisões; 4- Com isso em mente, substitua a crença limitante por uma crença motivacional. É importante não deixar a procrastinação ou qualquer outro sentimento negativo imperar, aqui. Para cada “não” que surgir pelo caminho, opte por identificar uma solução; 5- Condicione-se a usar essa nova crença na sua rotina. Por exemplo: se o esgotamento mental é uma constante que impede você de perseguir os seus sonhos, cuide da sua saúde, em primeiro lugar, e priorize os objetivos propostos à medida que você sentir-se melhor. São cinco etapas, como deve ter dado para perceber, e que consistem apenas em condicionar em outra direção as decisões que você toma diariamente. Lembre-se que a consciência é a principal tarefa desse exercício, pois é a partir dela que você vai reconhecer suas crenças limitantes e avaliar as causas que as originam. Depois, o hábito em praticar constantemente esse exercício se integra naturalmente aos seus pensamentos. E são essas ideias tóxicas que impedem você de almejar os desejados sonhos. Para saber um pouco mais sobre a boa prática de pensamentos para se desenvolver — pessoal e profissionalmente —, você também pode considerar o auxílio profissional. Uma dessas alternativas você encontra na essência do Método CIS: o maior treinamento de inteligência emocional do mundo! Trata-se de um treinamento que trabalha por meio de ferramentas de coaching para eliminar os obstáculos emocionais em sua vida. O Método CIS é também a solução para você eliminar suas crenças limitantes. São questões aplicadas em sua rotina que contribuem para que os alunos conheçam as melhores práticas para alavancar os seus negócios. Aprendendo a identificar; Veja o que é uma Crença Limitante e aprenda como seus tipos nos afetam! Crenças limitantes podem te afetar diretamente, você sabe o porquê? Entenda agora mesmo sobre esse assunto que vem sendo cada vez mais discutido! Por: Natalyn SilvaPublicado em 19/10/2021 | Atualizado há 2 meses | 4 min de leitura Entender o que é uma Crença Limitante é essencial para que não nos deixemos intimidar por ideias que querem nos afastar das nossas metas. Como assim? Bom, quando nascemos, somos como uma folha em branco. Mas ao longo da vida que crescemos e nos relacionamos com outras pessoas, nós escrevemos uma boa parte daquilo que somos. Tanto para o bem, quanto para o m*l. Por isso, podemos incluir a crença limitante nesse caminho. Mas então, o que são elas? Crenças limitantes são basicamente ideias do nosso consciente que nos impede de ir adiante e conquistar nossos sonhos. Gostaria de saber mais sobre o assunto? Continue lendo este artigo e descubra como ela pode te afetar - até mesmo sem que você perceba. O que é uma Crenças Limitantes? Os 3 principais tipos de Crenças Limitantes; Como as Crenças Limitantes podem nos afetar? Elimine suas Crenças Limitantes; Exemplos de Crenças Limitantes. O que é uma Crença Limitante? Crenças limitantes são, basicamente, opiniões e pensamentos que acreditamos que sejam verdades. Elas causam um efeito negativo nas pessoas, impedindo o crescimento profissional e pessoal. Por conta disso, muitas vezes chegamos a desistir antes mesmo de tentar. As crenças limitantes se caracterizam por terem cunho negativo, que nos leva a desacreditar da possibilidade de alcançar os nossos objetivos. Para entendermos melhor sobre o assunto, precisamos antes entender o que é uma crença em si. Ela se trata de uma interpretação que você aceita como uma verdade absoluta, mesmo que não seja. Por isso, quando ouvimos ou sentimos certas coisas que não fazem tanto sentido, ou não temos provas concretas sobre determinado assunto, podemos desenvolver as crenças limitantes. Os 3 principais tipos de crenças limitantes Iremos te explicar quais são os tipos de crenças limitantes. Inclusive, você sabia que o número de pessoas que lidam com ela ao longo da vida é enorme? Afinal, o número de pessoas que lidam com crenças limitantes ao longo de toda sua vida é enorme e isso influencia diretamente no seu dia a dia. Aqui vão alguns exemplos: 1. Hereditárias São as crenças desenvolvidas no ambiente familiar em que crescemos. Muitas das vezes são aquelas frases que escutamos e ficam no nosso subconsciente. 2. Sociais Essa crença é adquirida fora de casa, são informações que vemos em jornais, amigos, nosso círculo de trabalho e propagandas. 3. Pessoais São crenças criadas pelas experiências que tivemos e como reagimos a elas. Podemos dizer que ela se adapta ao nosso comportamento e personalidade. Uma pessoa que é demitida de um emprego, pode desenvolver uma crença limitante de que é incapaz. Como as Crenças Limitantes podem nos afetar? As crenças limitantes prejudicam todos os setores da nossa vida limitando nosso desempenho, a busca por conhecimento e uma boa qualidade de vida. Elas fazem com que tenhamos um m*l desempenho profissional, pode também acabar com relacionamentos e é prejudicial a nossa saúde. Pode não parecer, mas essas afirmações, que acreditamos como uma única verdade, podem nos impedir de realizar nossos sonhos. Elas podem ser responsáveis, também, por doenças como ansiedade e depressão. Viu como elas podem ser maiores do que imaginamos? Por isso, é sempre importante tratá-las para poder superar e seguir em frente com suas metas. Elimine suas Crenças Limitantes Sabemos que não é tão simples eliminarmos algo que pode estar enraizado entre a gente, mas para que possamos superar de vez as crenças limitantes, devemos tomar algumas atitudes sobre isso. Sendo elas: 1. Identifique e liste quais são as suas crenças limitantes sobre sua vida pessoal e financeira; 2. Perceba o que você pode ter perdido durante sua vida por conta dessas crenças; 3. Tente identificar o porquê delas não serem verdadeiras; 4. Fiscalize quando você identificar alguma crença limitante, dê o seu máximo para reverter essa situação! Em todo o caso, é preferível exercitar bem sua mente solucionando todas as situações da sua auto análise. Esse processo é muito poderoso quando praticado com emoções próximas do real. Outra dica bem importante é procurar mudar seus hábitos, essas crenças estão diretamente ligadas com aquilo que vivenciamos todos os dias, por isso mudar pode te fazer bem. Exemplos de Crenças Limitantes “Não tenho dinheiro para nada”; “Não tenho tempo para nada”; “Não sou bom o suficiente”; “Não sei tudo o que preciso”; “Não consigo aprender isso”; “Não consigo me organizar”; “Eu não mereço sucesso ou coisas boas”; “Não sei como resolver esse problema”; “Eu não posso / não consigo / não sei fazer isso”; “Nunca vou conseguir”; Hoje em dia é comum ouvir falar em crenças limitantes. As redes sociais estão repletas de postagens redigidas (escritas) ou gravadas (vídeos) por psicanalistas, psicólogos, practitioners de PNL (Programação Neurolinguística), hipnoterapeutas, terapeutas holísticos, professores de meditação, gurus e influencers, ou mesmo, pessoas comuns, isto é, leigos que acham bonito, ou até “chique” falar sobre essa temática. Está na moda, trata-se de um assunto importante, evidentemente, mas…o que seriam, afinal, as tais crenças limitantes? E principalmente, como elas surgem e a quais mecanismos obedecem? A resposta mais simplória e, ainda assim, correta, é: crenças, isto é, convicções que nos limitam, ou seja, que reduzem o nosso alcance em termos de desenvolvimento humano. Surge logo outra questão: o que seria uma crença? Entendendo as Crenças Limitantes De acordo com o Dicionário Michaelis (online), crença tem diversos significados, que vão do ato de crer em alguma coisa, passando por alguma ideia religiosa partilhada por muitas pessoas (que por sua vez representa uma fé, ou credo), e ainda, certeza ou convicção, se tratando de algo em que se acredita e se tem por verdadeiro; a convicção sobre a veracidade de alguma afirmação, ou sobre a realidade de alguma coisa ou ser, mesmo sem se ter provas, e outras variantes das explanações acima. Sim, uma crença é algo em que se crê. Até aí, a questão é aparentemente simples. Em realidade, porém, mesmo sem considerarmos a expressão “crença limitante”, o substantivo “crença”, quando devidamente ponderado e aprofundado, leva para o âmago de sutis e importantes distinções de molde cultural que, de fato, representam a essência antropológica, a maneira de enxergar o mundo, a vida e o ser humano, enfim, a peculiaridade dos povos que habitam esse planeta. Entendendo as crenças; Conforme os ditames da teoria antropológica, a base da cultura é representada pela língua, enquanto sistema simbólico que viabiliza as demais manifestações de determinada cultura. No entanto, as crenças, notadamente, fazem parte dos sistemas de representação, através dos quais, a própria língua adquire sua complexidade em termos de simbolização. O objetivo desse artigo não é adentrar as questões antropológicas e etnográficas, sem embargo, mesmo partindo de uma perspectiva psicanalítica – e lembremos, a psicanálise, maior ciência da subjetividade humana (segundo o meu professor, e agora colega, Pedro Sá/IBPC), dialoga com as demais áreas do saber e, principalmente, com área quais a antropologia cultural e a sua (sub?)modalidade chamada de etnografia. Porém, em um dos mais renomados dicionários de Psicanálise, aquele redigido por Elisabeth Roudinesco e Michel Plon, a palavra “crença”, além da questão espiritual e religiosa (ligada à fé) remete para as contribuições de diversos antropólogos, entre os quais a famosa culturalista Margaret Mead. Roudinesco e Plon contrapõem a antropólogos “de campo”, quais Mead e Malinowski, antropólogos “de gabinete”, ou melhor, “clínicos da antropologia” como é o caso de Abram Kardiner, etnólogo e psicanalista que teve o privilégio de se formar com Sigmund Freud, em Viena, entre 1921 e 1922, de onde surgiu o texto “Minha análise com Freud”. Crenças Limitantes e instituições primárias De acordo com Roudinesco e Plon, Kardiner distingue entre instituições primárias, como é o caso dos sistemas de educação (formal, quer dizer, escolar), e secundárias, que justamente, remetem para os sistemas de crenças. Esta breve pincelada de fundo antropológico é necessária para evidenciar a abrangência, em termos de significação, do termo “crença”. É interessante observar que, até mesmo na nossa sociedade, a qual suposta e pretensamente se autoproclama avançada, moderna, evoluída, existem inúmeras crenças. Uma dela, sutil e implicitamente, faz com que – para permanecermos (com Abram Kardiner) em tema de sistemas de educação – a escola produz seres desequilibrados. Explico de forma resumida: o sistema escolar considera o ser humano como um cérebro (racional/analítico/crítico/julgador) a ser inflado e hipertrofiado via estimulação progressiva, crescente, dos anos iniciais do infantil até ao terceiro ano do ensino médio e, possivelmente, durante graduação, especialização, mestrado e doutorado. O corpo, tão cultuado em nossa sociedade, ainda permanece como um apêndice, como um algo a mais, que a escola precisa trabalhar de forma superficial, por meio de uma ou duas horas de “educação física” por semana. E o resto? Ou, por ventura, o ser humano se resume à parte racional e intelectual do cérebro – hiperestimulada até se tornar acelerada e gerar, assim, inquietude e perturbações psíquicas – e a um corpo a ser treinado aquelas duas horinhas por semana? A resposta é dada, em parte, pelas maiores corporações e organizações do mundo, as quais empregam dezenas ou centenas de milhares de funcionários (cada). Essas grandes empresas valorizam sempre mais a chamada “inteligência emocional”. Como assim? Segundo aquilo que aprendemos na escola, a inteligência seria meramente racional. Há muito tempo, fala-se em Q.I., o qual, além da pessoa responsável por indicar determinado candidato a uma vaga (no caso do “jeitinho brasileiro”, e não só brasileiro…), trata-se do chamado “quociente de inteligência”. Porém, as maiores corporações do mundo, atualmente, não estão apenas interessadas em pessoas superdotadas em termos cognitivos, e sim, procuram pessoas capazes de…lidar com suas próprias emoções. Emoções? O que é que a escola faz nesse sentido? Basicamente, nada. Algumas raras instituições escolares estão começando a investir, mais ou menos timidamente, nessa parte, mas tratam-se de exceções e, coincidência ou não, são escolas de elite, com mensalidades próximas do salário mínimo. Ainda assim: “Eppur si muove!”, diria Galileo Galilei. O sistema educacional Algo começa a mudar, apesar das convicções dos gestores do sistema educacional. Todavia, se a educação emocional começa a engatinhar, pelo menos nas escolas particulares mais caras das cidades brasileiras, a escola ainda desconsidera completamente outra dimensão humana: aquela espiritual. Segundo o viés holístico, o ser humano é composto por quatro camadas, a saber: corpo, intelecto, emoção e espírito. Mesmo sem querer entrar na questão religiosa, percebe-se que a espiritualidade é uma componente fundamental e, do ponto de vista terapêutico, é comum perceber como inúmeros transtornos e perturbações sejam oriundos da distância que separa o ser mais profundo daquele mais superficial. Em miúdos: maior a distância entre as referidas camadas, maior a inquietude, ansiedade, depressão, tédio, e toda aquela inútil e prejudicial corrida voltada para a compensação do vazio existencial através dos vícios mais diversos (sexo, drogas, álcool, compras, maratonas de séries, jogos, redes sociais, sites de relacionamento…), os quais, por sua vez, produzem novas e inquietantes perturbações, obsessões e compulsões as mais variadas. Espiritualidade, pelo menos nesse contexto, pode ser descrita como o contato do ser humano com a própria camada mais profunda, é a integração do ser, a harmonização da fachada com a essência, é a volta para si, é o encontro com a alma e, dentro da literatura psicanalítica, percebe-se que até mesmo o ateu Sigmund Freud (será que era mesmo?) tratou do “anímico” (onde anima, em italiano, significa alma), em inúmeras ocasiões. Entende-se, portanto (e fico por aqui) que até mesmo na nossa sociedade tão avançada, há crenças que, até no âmbito da educação formal, prejudicam, limitam e reduzem o efetivo desenvolvimento do ser humano. E não será uma hora por semana (facultativa) de ensino religioso a preencher essa lacuna. Já citei em outros artigos, mas não canso de contemplar e meditar sobre essa poderosa frase lacaniana: “penso onde não sou, logo existo onde não penso”. O cérebro humano é uma máquina fantástica, a partir da qual, por sinal, o homem criou o computador que, por sua vez, está revolucionando a vida do ser humano. Porém, nossa mente racional é a máquina, o processador, é uma ferramenta que precisamos usar (na medida certa, sem hiperestimulação), e não sermos utilizados por ela, pois isso nos faz adoecer. Crenças Limitantes e Lacan Somos espírito, emoções, um corpo, e temos uma ferramenta que nos serve para pensar, criar, contar, analisar, enfim, Jaques Lacan estava perfeitamente correto e, serei arrogante, mas por que reter esse insight só para mim e os meus botões? Tanto se fala na complexidade dos escritos lacanianos (não só dos Écrits, mas dos escritos de uma forma geral), mas, considerando a famosa frase que acabei de citar, além de outros pormenores, por acaso não será que Lacan, profundo conhecedor da mente e da alma humana, mas também, dos tais “intelectuais”, fazia questão de confundir aqueles que, vangloriando-se de seu Q.I. acima da média, desconheciam as camadas mais profundas e importantes de seu próprio ser (a saber: aquela emocional e a espiritual)? Meu insight, enfim, me revelou que Lacan se divertia em ludibriar com suas teorizações de fundo linguístico e estruturalista, aqueles sujeitos hipermentais e, logo, desequilibrados, obcecados pela que, com Clifford Geertz, poder-se-ia chamar de “descoberta do continente dos significados”, descoberta meramente intelectual e, logo, parcial, distorcida. Meu insight afirma (sorrindo): “Lacan gostava de tirar onda!”. Porque até mesmo a mente racional mais hipertrofiada…entende até um certo ponto, justamente, por desconsiderar o corporal, o emocional, o espiritual. Resumindo: a educação formal está sendo orientada por uma crença, e essa crença, de fato, limita o ser humano em seu desenvolvimento holístico. Dito isso, podemos proceder e abordar a questão da crença limitante. O que seria, afinal? Permaneçamos no âmbito da definição mais simples, listada acima, a partir do Dicionário Michaelis. Crença enquanto convicção. Quando uma pessoa afirma: “eu nunca vou conseguir fazer isso”, ou “os homens são todos iguais”, ou “só encontro mulheres que não prestam”, ou “não mereço o amor de ninguém”, ou “eu sempre chego atrasado em todo canto”, apenas para exemplificar, tratam-se de crenças, ou seja, de convicções que limitam o desenvolvimento pessoal. Inadequação, sentimento de incapacidade, de não-merecimento, de inferioridade, são crenças limitantes e elas atrapalham a vida das pessoas. Mas, de onde surgem tais crenças? Há três fatores que geram as crenças limitantes: 1. traumas ou situações de forte impacto emocional; 2. repetição; 3. Um superego inflado e opressor. Crenças Limitantes e redes sociais Voltando às referidas postagens nas redes sociais, e presentes até mesmo em cursos e formações em Hipnose Clínica ou PNL, a tendência é considerar apenas o primeiro fator. Porquanto ele seja, de fato, significativo, não esgota o assunto. Sim, a origem das crenças limitantes pode se encontrar em momentos traumáticos, principalmente aqueles vivenciados na primeira infância, já que, com Freud, a personalidade se forma principalmente até os sete anos de idade e, o que acontece depois, é um reflexo daquele período inicial de nossa existência. Contudo, pode acontecer que, mesmo em fases sucessivas, um evento embaraçoso, constrangedor, através de uma forte emoção (raiva, tristeza…) tenha provocado um sentimento de frustração, vergonha e fracasso, e a consequente inibição, no que diz respeito à prática de alguma atividade, como pode ocorrer no âmbito da dança, apenas para exemplificar. Digamos que um jovem rapaz, durante uma noite de gala, acaba pisando no vestido da donzela com a qual está dançando uma valsa. O resultado é que o vestido da garota acaba sendo rasgado, isso suscita o ódio da menina (amada, em segredo, pelo garoto) e a perplexidade dos pais dela. A menina foge chorando, a música para de tocar. O silêncio é rompido pelas gargalhadas da plateia como um todo. Se acendem as luzes. E ele lá, no meio da pista, sozinho. Por baixo do pé, o fragmento do vestido da jovem amada. As consequências de uma tal situação, facilmente, levarão o garoto a evitar a dança de uma forma geral, devido à convicção, sustentada pelo trauma emocional, de que ele é incapaz de conduzir uma mulher em um baile. Trata-se de um exemplo que representa uma situação extrema, mas verossímil. Inclusive, outras crenças limitantes e um sentimento generalizado de inadequação poderão acompanhar o jovem por toda a vida dele, caso o mesmo não procure um atendimento psicoterápico (Psicanálise, Hipnose clínica, PNL…). No contexto da práxis psicanalítica, verifica-se que os pacientes tendem a procurar o analista relatando supostos sintomas que, em realidade, representam apenas reverberações de uma causa-raiz que, notadamente, é oriunda de um momento da pré-história da vida psíquica (primeira infância). O emocional e traumas Logo, quando se fala no “emocional”, é preciso ter cuidado para não confundir certos sintomas (efeitos) com a raiz psicopatogênica (causa), e isso pode acontecer também com as crenças limitantes. Em outras palavras, a crença limitante pode ser advinda de um trauma emocional mais antigo daquele ao qual se tende a atribuir a sua origem. É como dizer que a pessoa, em determinada situação, volta ao mesmo estado emocional no qual ela se encontrava quando ocorreu o evento traumático. Porém, trata-se, agora, de uma reverberação, e não da causa-raiz. Notadamente, a Hipnose clínica é uma ferramenta poderosa, eficaz no tratamento de crenças, principalmente quando é associada à Programação Neurolinguística. Entretanto, a Hipnose atinge a camada pré-consciente do aparelho psíquico, considerando a primeira tópica freudiana (1900). Apesar da maestria com a qual Anna Freud retrata e ensina o ofício da Psicanálise em O ego e os mecanismos de defesa (2006), essa psicanalista peca em superficialidade ao mencionar uma suposta concentração unilateral do terapeuta no ID e ao afirmar que a Hipnose não trabalha com o ego, ou desconsidera essa instância psíquica devido ao fato que, por meio da indução, o ego estaria “entorpecido”. Anna Freud apenas tomou em consideração o estado sonambúlico, sendo que a Hipnose clínica comporta diversos estados mentais, sem considerar as nuanças que existem entre os mesmos. Ignorando essa variedade de estados mentais, ou de frequência de ondas cerebrais, Anna Freud assim reduz a sua perspectiva sobre a Hipnose: “E acabou por se constatar que o triunfo máximo da técnica hipnótica – a completa eliminação do ego durante o período de investigação – era comprovadamente prejudicial à obtenção de resultados permanentes, sobrevindo por isso a desilusão quanto ao valor dessa técnica” (ANNA FREUD, 2006, p. 16). Apenas para exemplificar, Milton Erikson era um psiquiatra que praticava a Hipnose até mesmo sem recorrer à indução, por meio de metáforas e visualizações, ou meditações guiadas que, por sinal, exigiam do paciente sua participação criativa. Como, então, o ego seria desconsiderado no âmbito da Hipnose clínica? Crenças Limitantes e a Hipnose Eriksoniana A abordagem criada por Erikson chama-se, atualmente, de Hipnose Eriksoniana e, permanecendo nessa perspectiva, podemos afirmar que, até mesmo a PNL seria um tipo de hipnoterapia onde, de fato, “ninguém dorme nem cochila”. E seguindo esse mesmo raciocínio, não seria a própria prática da meditação uma forma de autohipnose? Respirar conscientemente, observar os pensamentos sem julgá-los, é uma maneira de adentrar o próprio ser mais profundo e, ao mesmo tempo, de se distanciar da mente racional, a qual tende a dominar as demais, alçando-se a centro de controle, embora, com Lacan, seja possível perceber que ali não reside o verdadeiro eu, já que, lamento insistir: “penso onde não sou, logo existo onde não penso”. Meditar é tomar consciência dessa existência, desse ser que vai além do “macaco doido” que é a mente racional, que pula de galho em galho, ou seja, de um pensamento para o outro. Hipnose, basicamente, é um estado da mente. É reduzir a frequência das ondas cerebrais, mas isso não significa necessariamente estar dormindo, ou deixar o ego em off. Se na vigília estamos na frequência Beta, ao meditar, ou visualizar via PNL;
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