Pré-visualização gratuita Capítulo 1
Capítulo 1
Antonella narrando
Hoje completo 18 anos, era para ser uma data feliz eu deveria estar comemorando a minha liberdade, mas não, hoje começa o fim da minha vida.
O meu pai desde novo era envolvido com o crime, era vapor em uma favela que será em breve a minha nova casa.
Aos 20 anos ele conheceu a minha mãe em um baile, eles ficaram juntos e logo ela apareceu grávida de mim. Com medo de morrer sem conhecer a filha, pediu ao dono do morro para sair do crime, falou que era por causa da mulher que estava gravida. Na época o dono era o Lion, ele permitiu que o meu pai saísse, falou a ele que ele cuidasse muito bem de mim, não deixasse eu me relacionar com ninguém, fizesse de mim uma garota pura, inteligente e que a minha mãe me ensinasse tudo que é preciso para saber cuidar de uma casa, porque quando eu completasse os meus 18 anos ele passaria para me buscar para que eu fosse a fiel do filho dele que estava para chegar também.
O meu pai, com medo de que ele fizesse algo a minha mãe caso ele não aceitasse, concordou com esse acordo, e assim eu nasci, estudei nas melhores escolhas, fiz cursos sobre culinária, idiomas, aprendi um pouco sobre contabilidade e administração também.
Nunca pude sair sem supervisão, muito menos arrumar um namorado, as minhas amigas sempre vinham até mim, mas eu nunca podia ir até elas, eu sempre tive consciência sobre o que iria acontecer comigo, mas também tinha esperança de que ele mudasse de ideia e me deixasse viver a minha vida em paz, engano meu.
Estou sentada no sofá com as malas prontas, os meus pais passaram a semana chorando pelos cantos, eu apesar do medo estou conformada, não foi minha escolha, mas se eu não for Lion vem até nós para matar os meus pais, sei que eles fizeram esse acordo para que eu crescesse bem e feliz, e a minha vida foi ótima, se preciso me sacrificar por eles agora, tudo bem, eu aceito o meu destino.
Acompanho as redes sociais do meu futuro "companheiro" além da vida de luxo que ele leva também vejo o quanto ele é mulherengo, todo dia uma mulher diferente, também vejo as notícias em um insta de fofocas do morro, sempre falam o quão c***l ele é, mata sem dó, impiedoso, sem coração, sempre que leio essas coisas sinto um arrepio subir por todo o meu corpo, penso no que ele será capaz de fazer comigo, apesar de saber que eu estou destinada a ele não irei abaixar a cabeça e aceitar o que ele mandar eu fazer, vai contra tudo que eu acredito.
Escuto batidas na porta, é Lion eu sei esta na hora, o meu pai levanta e vai abrir a porta minha mãe caminha até mim chorando e me abraça.
Gabriela - Me desculpa minha filha, eu queria poder mudar tudo isso. - fala chorando enquanto me abraça.
Antonella - Ta tudo bem mãe, venho te visitar sempre, e a senhora pode me mandar mensagem quando tiver com saudades também. - ela sorri.
Gabriela - Eu te amo filha.
Antonella - Eu também te amo mãe.
Victor - Filha esse é o Lion. - Um homem alto, musculoso, cheio de tatuagens para na minha frente, parece uma muralha de tão alto.
Antonella - Prazer - falo estendendo a mão pra ele que me olha serio.
Lion - Vamos, não posso ficar muito tempo no asfalto - fala me ignorando, vira de costas e sai andando esperando que eu o siga.
Victor - Filha, vai ficar tudo bem, ele vai cuidar de você e se precisar me liga. - fala me abraçando.
Antonella - Tudo bem, deixa eu ir não quero deixar ele irritado. - pego a minha mala e caminho até o carro, entro e observo os meus pais da porta me olhando e chorando.
Parte o meu coração ver eles assim, o motorista da partida e seguimos em direção a minha nova vida.
É desesperador não saber o que esperar daqui para frente, por mais que já tenha criado mil cenários diferentes na minha cabeça, sei que nada se compara a realidade.
Sei que fantasiar uma vida perfeita e inexistente, como as que vejo nos livros e nos filmes, pensar que posso conhecer o meu futuro marido e nos apaixonarmos, é idiotice minha, eu sei.
Mas algumas vezes pensei que o meu futuro poderia ser diferente, que mudanças poderiam acontecer e eu poderia ser apenas uma garota normal, levando uma vida comum em algum canto do mundo.
Hell narrando
O meu nome é Alifer, vulgo Hell.
Semana passada completei 18 anos, foram 7 dias de festa na comunidade para comemorar o meu aniversário e por meu pai ter passado o morro para mim.
Foi só doideira atrás de doideira, muita mulher gostosa, muita bebida os parceiros tudo na paz, o morro todo comemorando.
Foi fo.da, queria que acabasse nunca.
A minha vida foi boa, eu curti a minha adolescência com qualquer outro garoto, estudei nas melhores escolhas, fiz os melhores cursos tudo para me preparar para esse momento, nasci para herdar essa comunidade e cresci cuidando dela, desde novo eu sabia o meu destino e nunca corri dele, por esse lugar aqui eu ma.to e mo.rro cara.
Matei pela primeira vez quando eu ainda tinha 13 anos, acordei de madrugada com os fogos anunciando a invasão ao morro, corri para o quarto dos meus pais e o meu pai já tinha saído, subi na cama e fiquei abraçado com a minha mãe, ao lado um 38 na mesinha.
Escutei passo pela casa, algumas vozes, e o meu coração disparou, olhei para a minha mãe que já chorava, peguei a arma e destravei, apontei para porta e ao escutar ela ser arrombada, sem pensar duas vezes, matei todos que aparecem na minha frente, sem arrependimento e muito menos remorso.
Depois desse dia ganhei o meu vulgo e tô aqui até hoje, alguns dizem que eu sou frio e não tenho sentimentos, mato sem piscar, na real eu gosto de sentir a vida dos outros na minha mão, me dá uma sensação de poder e eu adoro ter poder sobre tudo ao meu redor.
Desde que eu me lembro, o meu pai me fala sobre um acordo que ele fez com um vapor que queria sair do movimento por causa da mulher que estava gravida, o meu pai deixou, mas com a condição que a mina fosse minha fiel quando completasse 18 anos e eu assumisse o morro.
Nunca levei muita fé nesse papo não, mas o último mês foi de mudanças aqui em casa, ele reformou o meu quarto todo alegando a chegada da mina, aumentou o meu closet e trocou a minha cama, botou umas paradas lá para ela e eu só observando né, to me sentindo na índia com aqueles casamentos arranjados
Hoje o meu pai me acordou cedo, falou que hoje era o dia de buscar a tal mina lá, mandou eu me arrumar e ficar esperando ele voltar, não acho isso nada certo, mas ok né, já vi o que acontece com quem vai contra o meu pai e sou muito novo para mo.rrer.
Levanto e vou até o banheiro faço as minhas higiene e tomo um banho, saio e visto uma roupa maneira, boto o meu boné e as minhas correntes, pego a minha arma e desço, vou até a cozinha.
Hell - Bom dia mãe. - falo sentando na mesa.
Miranda - Bom dia filho, esta animado? É o hoje o grande dia, - fala animada e reviro os olhos.
Hell - Ridículo isso. - falo botando café.
Miranda - Você vai gostar dela, ela é uma ótima garota.
Hell - Tanto faz. - tomamos café conversando sobre alguns assuntos aleatórios, escuto o portão ser aberto, levanto e caminho até a sala, logo a porta é aberta e o meu pai passa por ela carregando as malas da menina.
Lion - Ajuda aqui c*****o. - fala ofegante
Hell - Já perdeu o pique chefe ? - falo e caímos na risada.
Ajudo ele com as malas e vejo a tal mina passar pela porta, ai me quebra né, a mina é só a definição de perfeição cara, corpinho gosto.so, pei.tos fartos, a bun.da grande do jeitinho que eu gosto, já imaginei logo sentando no meu p.au, o cabelo longo preto batendo na bun.da, o rostinho pequeno com uma boca carnuda e os olhos puxadinhos castanhos claro, ela olha tudo muito atenta até que os seus olhos param em mim, ela abre um sorriso fraco e caminha até mim.
Antonella - Prazer, sou Antonella. - fala estendendo a mão.
Hell - Prazer, Hell. - ela me olha confusa e o meu pai me olha feio.
Antonella - Hell ? Serio que os seus pais te deram esse nome ? - cruza os bracinhos abaixo do peito, não sei se acho ela fofa ou se fico e******o com esses pei.tos.
Hell - Alifer, mas não curto que me chamem assim tá ligado.
Antonella - certo, como quiser. - deu de ombros como se não se importasse.
De cara percebi que a mina vai me dar mais trabalho do que eu esperava.