Quando o Kauê disse que meu pai tinha chegado, meu coração só faltou parar. Fiquei nervosa pra c*****o, com as mãos tremendo, e fazia de tudo pra tentar só colocar pensamentos positivos na minha cabeça, mas tava f**a.
Letícia me olhou fazendo uma careta, e avisou que iria ligar para o Antony, pra caso meu pai surtar, meu tio não deixar ele fazer m***a comigo.
Esperei um tempo pra descer, e quando ouvi o Antony assoviando, sai do quarto com a Letícia do lado, apertando minha mão.
Letícia: Vai ficar tudo bem, só...relaxa... - sorriu de lado, e eu respirei fundo, balançando a cabeça.
Assim que cheguei na sala, coloquei meu melhor sorriso falso no rosto, e encarei meu pai, que já estava com um cigarro de maconha na boca, com a minha mãe no colo dele.
Mas, ele assim que me viu, deu dois tapinhas na coxa da minha mãe, falando algo no ouvido dela, que sorriu, e ele se levantou, caminhando até mim.
Engoli em seco, sentindo ele me abraçar apertado, e naquele momento senti uma vontade enorme de chorar.
TK: Tava com saudades de tu, princesona. - me olhou, soltando a fumaça na minha cara.
Inalei aquele cheiro, e me senti até mais leve. Mais uma coisa que puxei do meu pai, foi gostar de maconha. c*****o, quando tô estressada, e fumo, me sinto levinha. É bom demais!.
Kamilly: Preciso falar com o senhor...- falei, e ele já me olhou com aquela cara dele, que eu tive que desviar o olhar.
TK: Fez m***a né? - se afastou de mim, negando com a cabeça.
Letícia: Ela fez um bebêzinho... - sussurrou só pra mim, e deu risada.
Encarei ela séria, que já parou de rir, coçando a garganta. Olhei para os meus pais, que estavam sérios, só esperando eu dizer logo de uma vez.
Kamilly: Eu tô grávida...- falei rapido e alto, sentindo meu coração acelerar.
A sala ficou em um silêncio do c*****o, e eu olhava para tudo, menos para os meus pais. Ouvi o Antony suspirar alto, e a Letícia coçar a garganta outra vez, e meus pais ainda em silêncio.
Meu coração estava acelerado pra c*****o, e eu nem sabia mais como reagir naquele momento.
TK: Quem é o pai? - perguntou baixo, quebrando aquele silêncio todo.
Kamilly: Eu não sei...
TK: Como assim tu não sabe, Kamilly? - perguntou alto, se levantando do sofá. - Tu deu pra qualquer um e...
Kamilly: Eu sai escondido a dois meses atrás, fui numa festa na zona norte e não lembro de nada do que aconteceu lá, muito menos com quem eu transei. - falei tudo muito rápido, sem encarar meu pai. - Me desculpa, pai...
TK: Vai se fuder!. - gritou, e eu tomei um susto do c*****o, que até dei um pulo pra trás. - Eu sempre te avisei pra tu se cuidar, pra não acabar engravidando cedo, pra tu construir tua vida primeiro, pra depois pensar em ter filhos. - apontou o dedo na minha cara, e eu engoli em seco. Eu só via o puro desgosto em seu olhar. - Tu acha que cuidar de criança é fácil, ainda mais sem um pai?
Eu nem respondi nada, só me afastei dele. Meu pai me encarou com uma expressão estranha, e subiu as escadas.
Eu sabia que ele estava chateado, e com razão né?!
Olhei pra minha mãe, que encarava o chão, em silêncio.
Kamilly: Mãe...
Alice: Não...não fala nada, por favor, Kamilly. - suspirou, levantando o olhar pra mim. - Como que tu foi arranjar isso pra tua vida, filha? Agora que tava tudo dando certo pra você...
Kamilly: Eu não queria, mãe, mas aconteceu...- suspirei. - Mesmo com o papai chateado, eu vou cuidar desse bebê...
Alice: Vai mesmo!. Tu não é nem doida de fazer algo de r**m pra esse bebê. - me olhou, fazendo uma careta. - Vou conversar com teu pai.
Minha mãe subiu as escadas, e eu encarei o Antony, que fumava.
Antony: Relaxa, pô, daqui a pouco ele aceita suave.
Letícia: O bom foi que ele não te expulsou de casa, né?!. - me olhou, e eu balancei a cabeça concordando.
Me sentei ali naquele sofá, ao lado do Antony, e fiquei pensando em como minha vida iria mudar agora em diante.