– Nuvens, esta carta simboliza sensação de perigo, pressentindo tempestades que irão se formar em sua vida...
Valentina ficou tensa, mas queria saber mais. Escolheu outra carta logo em seguida.
– O caixão, morte de algo ou alguém muito importante para você...
– Já chega vó, tantas coisas ruins....eu renego esse destino! – Diz ela nervosa.
– Não faça isso...bem ou m*l. Precisa saber de tudo, as cartas são um oráculo e precisa confiar nelas.
Valentina tentou se acalmar para terminar a leitura mesmo depois de ouvir tantas coisas ruins se aproximarem de sua vida. Ela escolheu sua última carta.
– O cigano, isso significa que um homem chegará em sua vida Valentina.
– Certamente Salazar! – Diz ela.
– Não...Salazar já está nela. A carta se refere a alguém que vem de fora! – Carmem e Valentina ficam intrigadas.
A jovem ficou pensando em tudo aquilo que as cartas previram de se futuro. Mas o casamento com Salazar estava mais forte em sua mente, não queria se unir a ele não sentia amor ou vontade de se tornar dele para sempre.
Amanhece e Valentina resolve então conversar com o pai.
– Papai.
– Diga princesa!
– Preciso lhe falar seriamente sobre Salazar.
– Sim temos mesmo que acertar o casamento de vocês e todos os detalhes da festa. – Responde ele, bem convicto do que fazia.
– É justamente sobre isso...papai, sabe que jamais te desobedeci em toda minha vida.
– Sim...sempre foi meu maior orgulho. A filha que qualquer pai gostaria de ter.
– Obrigada por sempre me amar tanto...minha mãe sempre fez tanta falta a nós dois. Mas o senhor nunca deixou que me faltasse carinho e amor e eu vou ser sempre grata por tudo o que fez e faz por mim!
– Filha não tem que me agradecer...você é minha vida!
– Eu preciso dizer pai...Salazar é um bom homem, mas não quero me unir a ele.
– Desde criança prometi a família dele que você seria sua esposa eu dei minha palavra filha.
– Me perdoe por isso, mas não nos condene a sermos infelizes. – Ela sabia que nunca poderiam ser de verdade um do outro.
– E como sabe que ele não pode te fazer feliz? – Donato levanta a voz.
– Eu sei...por que não o amo.
– Mas pode vir a amar um dia!
– Se fizer isso papai...se me forçar a casar com ele eu vou morrer de tristeza! – Ela diz enquanto as lágrimas lavam seu olhar.
– Por Deus Valentina, não me deixe nessa situação constrangedora com ele e sua família. – Donato limpa a lágrima no rosto de sua filha.
– Eu falo com ele pai, vou explicar tudo e ele vai entender.
– Está bem...fale com ele. Irá partir o coração desse rapaz que te ama tanto filha!
– Me dói fazer isso, mas é melhor para nós dois e muito obrigada papai por ser tão bondoso! Onde estiver sei que minha mãe se orgulha de você.
– Ela se orgulha de você também princesa. – Os dois se abraçam.
Valentina
Talvez Salazar me odeie no momento em que eu desfizer nosso compromisso, mas um dia ele vai entender que o que estou fazendo é para o nosso bem. Que tipo de vida eu poderia dar a ele, sem amor e vontade de estar em seus braços?
...
Valentina foi até a cidade para suas aulas, saiu mais cedo naquele dia. Sofia era uma colega de curso e naquela noite elas iriam dar uma volta em um parque havia chegado na cidade...ela se arrumou bem linda e as duas foram de carro com o irmão da amiga.
Valentina se divertia feito criança, passearam em todos os brinquedos. Comia um algodão doce enquanto Sofia paquerava um rapaz.
– Oi moça está sozinha?
Valentina se vira para descobrir de quem era aquela voz máscula e sexy, era um jovem muito bonito de olhos verdes.
Valentina
Os olhos daquele homem percorreram dos meus pés até a cabeça, me senti constrangida. Nunca tinha visto um rapaz assim tão bonito e certamente deve ser de fora da cidade, pois eu certamente me lembraria se já o tivesse visto alguma vez em minha vida.
– Boa noite, estou...quer dizer estava com uma amiga.
– Me chamo Bernardo e você? – Ele estica a mão gentilmente para cumprimentar a moça.
– Me chamo Valentina.
– Valentina, que nome lindo. Tão lindo quanto a dona dele!
Aquele jovem é tão galanteador que eu fiquei encantada com o sorriso dele...com cada detalhe e a sua forma de me olhar como se não houvessem mais pessoas ao nosso redor.
– Posso te acompanhar enquanto sua amiga não volta, Valentina?
– Pode sim.
Começamos a caminhar juntos e curtir aquele passeio olhando crianças correrem ao nosso redor.
– Você usa roupas diferentes e coloridas. – Ele disse me olhando novamente, corei e fiquei com medo de dizer a verdade. Algumas pessoas não gostam do nosso povo e nos julgam como criminosos e até pessoas ruins.
– Eu me visto assim, por que sou cigana. Vou entender se não quiser mais caminhar comigo!
– Quem disse isso a você Valentina? É uma honra estar junto de você, veja como todos os homens olham para cá...certamente sentindo inveja por que eu estou ao seu lado.
Sorri timidamente.
– E você e daqui Bernardo?
– Sou de Hidalgo, mas estou tentando me estabelecer aqui, para isso, preciso conhecer melhor as pessoas e fazer amigos.
O irmão de Sofia chama as duas para irem embora pois já era tarde.
– Eu posso te ver em frente a faculdade amanhã Valentina?
– Pode sim! – Bernardo dá um selinho na moça antes de ir.
Valentina chega no acampamento e parecia estar nas nuvens ainda com aquele rapaz. Tirou as sandálias e se sentou pensando nele.