Na sala Madeleine sentou ao lado de Cristina e puxou assunto.
— como se sente?
— não sei.
— sei que tudo é muito complicado, mas aqui está segura, jayson é um bom homem.
— você é parente dele?
— não, sou amiga e governanta dessa casa.
— não entendo, por que ele quer me ajudar?
— a irmã gêmea dele era minha amiga, eu tinha dez anos e ela quinze, mas um dia ela foi vendida para um mafioso italiano e ele não pôde fazer nada pois ainda era apenas um adolescente, anos depois o mesmo estava para acontecer comigo, mas ele conseguiu impedir.
— mas e a irmã dele, ela está bem? Ele disse que as garotas que passam por isso não tem um bom destino.
— a verdade é que não sabemos o que aconteceu com a Marina o mais provável é que esteja morta, mas como já lhe disse não tem com que se preocupar, está segura, vou cuidar de todas as suas necessidades, mas precisa colaborar com a gente.
— das pouca, essa é a melhor opção que tenho, ainda não acredito que meu pai me fez isso.
— acho que nem todo homem nasceu para ser pai, você precisa de um banho e descansar, vou te emprestar um roupa, vai ficar um pouco grande mas serve por enquanto.
Madeleine a guiou até um quarto em seguida lhe trouxe uma roupa, depois de um banho Cristina se vestiu e deitou. Já era noite quando ela acordou com alguém batendo na porta.
— sou eu, Madeleine, trouxe seu jantar.
— entra — disse Cristina sem muito ânimo.
— tudo bem?
— sim — Madeleine colocou a bandeja sob o colo dela e sentou a seu lado na cama.
— andei pesquisando e encontrei um ótimo colégio para você estudar.
— não posso continuar em meu antigo colégio?
— o melhor é que fique distante de tudo.
— entendo.
— colégio Cecília pasqualle, Jayson conhece o diretor de lá.
— pera, esse colégio é particular.
— sim, um dos melhores da cidade, agora come, amanhã vamos sair pra comprar algumas roupas.
— tá.
No dia seguinte Madeleine emprestou outra roupa a Cristina, esse havia caído um pouco melhor, era um vestido preto soltinho que não ficou tão grande em seu corpo magro.
— essa loja é ótima.
— e parece bem cara também.
— não se preocupe, jayson que vai bancar tudo.
— por que?
— em primeiro, ele quer te ajudar, em segundo, ele tem mais dinheiro do que poderia gastar em toda sua vida, alguns milhões para ele é troco de pão — disse Madeleine piscando o olho para ela.
— você disse que é amiga dele, então por que ele te faz trabalhar como governanta na casa se é tão rico assim?
— ele não me faz trabalhar, na verdade ele nem queria que eu trabalhasse, mas esse é meu jeito de agradecer tudo que ele fez por mim e também é uma ocupação, não gosto de ficar sem nada para fazer, agora vamos as compras.
Depois de escolher várias roupas e calçados, estavam na parte de peças íntimas, Cristina havia escolhido várias calcinhas, mas queria umas dicas sobre uma coisa e estava com vergonha de falar.
— escuta, como faz para... é, eu queria.
— pode falar.
— eu queria algo para aumentar ...— disse ela discretamente tocando os s***s — bom, não tem muito o que aumentar, não tenho quase nada.
— você ainda é jovem, vai crescer.
— não sei, as garotas da minha escola tem muito mais que eu, até às mais novas, eu sou muito magra.
— você é linda, não se compare com ninguém, cada garota no seu tempo, mas se isso te incomoda podemos dar um jeitinho, olha só esse sutiã aqui, tem enchimento e parece muito confortável.
— obrigada.
De volta a casa de Jayson, Cristina tratou de guardar tudo que havia comprado em seguida foi em direção a sala onde o viu xingando seu notebook, ela o olhou assustada e ele percebeu sua presença ali.
— algum problema? — ela perguntou receosa.
— meu notebook, sumiu tudo que havia aqui, que inferno, eu precisa das coisas que estavam nele.
— é...posso ver, eu concertava celulares e computadores do pessoal da minha rua pra ganhar um trocado — ele ficou receoso, mas o que uma garota de treze anos faria se encontrasse as informações que haviam ali? Nada.
— ok — ela sentou no sofá, colocou o notebook sob seu colo e o reiniciou, nos registros ela começou a buscar o motivo de tudo ali ter sumido e logo descobriu.
— apenas desconfigurou o notebook, fez backup?
— sempre faço, mas não consegui encontrá-lo de forma alguma.
— primeiro tem que reconfigurar — ela refez as configurações do notebook em seguida abriu uma tela para a busca de backup.
— coloca seu e-mail e sua senha.
— ok — ele colocou em seguida ela fez a confirmação e novamente tudo estava lá.
— prontinho, agora é só checar se está tudo aí — ela colocou o notebook sob o colo dele que logo tratou de checar se estava tudo ali e sim, estava exatamente tudo.
— onde aprendeu essas coisas?
— um amigo do meu pai que sempre ia lá em casa jogar baralho me ensinou muitas coisas, ele sempre estava drogado e me chamava pelo nome da filha dele — ela disse o deixando perplexo.
— aquilo não era ambiente para uma criança.
— eu vou para o quarto — ela saiu e logo Madeleine chegou.
— estavam conversando?
— ela concertou o notebook que desde cedo eu quebro a cabeça inutilmente na tentativa de arrumar.
— sério?
— sim, ela disse que concertava aparelhos dos vizinhos para ganhar uns trocados, acho que ela bancava a casa com isso, aquilo era um pardieiro, caindo aos pedaços e sujo.
— coitada, resolveu a questão da guarda?
— está tudo encaminhado, subornei o juiz, ele disse que logo me entregará os papéis confirmando a guarda, falei com Marcos diretor do colégio, próxima semana ela já pode começar, compre pra ela o que achar de mais tecnológico, celular, computador, tablet, ao que parece ela tem talento para lidar com tecnologia, isso pode me ser muito útil.
— não está pensando em a incluir na máfia né?
— não, mas como concertou meu notebook pode concertar outros aparelhos meus, sabe que não posso me dar ao luxo de descartar tais coisas ou levar para que qualquer um concerte.
— entendo.