Pré-visualização gratuita capítulo 01
Maria Vitória narrando
Fernando: acorda sua inútil, isso não e hora de você ainda tá dormindo não.- meu pai fala me dando um chute na costela que eu me encolho sentindo uma grande falta de ar e uma dor enorme.
Mavie: eu já acordei pai, Fui Me deitar e já era mais de duas horas da manhã limpando a casa.- eu falo para ele e sinto um tapa no meu rosto.
Fernando: você não faz mais que a sua obrigação, eu e a sua mãe já te damos um teto para morar, então o mínimo que você tem que fazer é cuidar da casa e nos dar dinheiro.- ele fala saindo do quarto e eu ouço ele gritar das escadas. - E ACHO BOM VOCÊ SABER QUE TEMOS COMPROMISSO COM O SEU PAGAME.NTO DE HOJE, ENTÃO NÃO É PARA TIRAR NENHUM CENTAVO.- ele fala e eu seguro as lágrimas pra não Chorar.
Desde que comecei a trabalhar no restaurante da dona Rosa, eu venho tentando juntar um dinheiro para poder sair daqui e começar a minha vida bem longe dos meus pais. Só que todo dia de pagame.nto eles ficam plantados na porta do restaurante me esperando sair. Eu já tinha decidido que não iria mais receber e ia deixar o dinheiro na mão da dona Rosa para poder juntar, só que no mês passado quando eu cheguei em casa sem o dinheiro, meu pai me desmaiou de tanto que me bateu porque disse que queria o dinheiro e ai de mim se não trouxesse no outro dia.
Já cheguei a pensar em desistir várias vezes, Eu só não fiz isso ainda por causa da morena. Ela é a filha da tia Rosa, e é a única pessoa aqui desse novo que não me trata como uma viciada. Por onde eu passo o pessoal me olha torto porque acha que eu sou como o meus pais, Só que eu nunca coloquei álcool nenhum na boca e nunca experimentei nenhum tipo de droga.
A maioria das vezes quando eu faço para ir para o restaurante da tia Rosa e a Renatinha tá na rua, ela fica me apontando e dizendo que eu sou uma viciada que não tenho nem aonde cair morta e que o restaurante da tia Rosa só dá um bom movimento ainda porque a comida é ótima. Porque se fosse por mim ninguém nem entraria ali por causa da minha cara de porca.
Eu não sou uma pessoa porca, só que ao contrário dela que fica com o dono do Morro em troca de dinheiro, tudo o que eu tenho foi ganhado da tia Rosa e da morena, e na maioria das vezes são coisas usadas porque quando elas me dão novas os meus pais pegam para vender, e para comprar droga. Tô cansada dessa vida e não sei mais por quanto tempo vou aturar tudo isso e todos os dias eu só peço a Deus que ele me dê força e sabedoria para lidar com toda essa situação, porque eu literalmente não aguento mais.
Fui para o banheiro tomar um banho, a água estava gelada, porém como está calor eu nem senti tanto. Já faz uns três meses que cortaram a nossa luz por falta de pagam.ento e como os meu pais, estou sempre pegando o meu dinheiro, eu não consigo pagar. Eu fiz 18 anos tem uns dois meses e eu sempre prometi para mim que depois que eu ficasse de maior tudo na minha vida ia mudar.
Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha, puxei a água para não deixar o banheiro todo molhado, minha casa é bastante simples, as paredes são de tijolos porque não tem reboco, e o chão é um cimento queimado que vive cheio de pó. No Meu quarto não tem nada de móveis, somente uma caixa com a minhas roupas dentro que não são muitas e um colchão fino que parece mais que eu durmo no chão do que em cima de um colchão.
A morena já me falou que separou algumas roupas para me dar E eu perguntei para ela se poderia deixar na casa dela e eu passaria na casa dela todos os dias para poder pegar uma para os meus pais não ver. Coloquei um vestido que já está bem velhinho, só que ele é tão confortável que eu gosto tanto dele que tenho dó de me desfazer dele. Foi o primeiro vestido novo que eu ganhei e pude ficar com ele até agora.
Penteei meu cabelo e ainda bem que eu nasci com a sorte dele ser liso, porque tem dias que nem shampoo eu tenho e acabo lavando ele com sabão em pedra.
De aparência Eu não me acho tão bonita, não sei se é de tantos outros falarem que eu sou horrível e que eu sou uma viciada, então eu já nem ligo mais de me arrumar.
Desci as escadas e a minha mãe estava jogada no sofá com uma blusa que estava basicamente mostrando os seio.s dela de tão larga que está, e meu pai estava cheirand.o em cima da mesa que tem aqui.
Mavie: eu já estou Indo.- eu falo para ele que só faz um gesto com a mão mandando eu sair e eu respiro fundo perguntando para Deus mentalmente até quando eu vou viver nessa situação.
Subiu o morro tão atordoada que eu não estava enxergando mais nada porque as lágrimas tomaram conta da minha visão. Senti um esbarrão no meu braço e quando eu levantei a cabeça limpando o olho, eu vi que era a Renata.
Renatinha: presta atenção sua praga por onde você anda, agora vou precisar tomar uns quatro banhos para poder desempreguinar o grude que você deixou em mim.
Mavie: deixa de ser ridícula que não tem grude nenhum aí.- eu falo para ela que olha para a Sheila e elas dão risada.
Renatinha: além de viciada é cega, você precisa de óculos urgente minha querida, e de um banho também porque você tá fedendo, agora Sai da minha frente que meu homem tá me esperando.- ela fala esbarrando em mim só que dessa vez um pouco mais forte e eu sinto a dor na costela aonde meu pai chutou.
Essa nojenta nem foi assumida pelo dono do morro e se acha a fiel. Se um dia ele chegar a assumir ela, quero só ver um nojo que ela vai se tornar. Continue subindo o morro e quando cheguei na casa da tia Rosa, a morena já estava me esperando no portão.
Morena: o que aconteceu mavie, Por que você tá com essa cara de choro?.- ela pergunta e eu respiro fundo negando porque eu sei que a partir do momento que eu abrir a boca para falar um a, eu não vou conseguir me segurar e vou chorar sem parar. - ô amiga, eu tenho fé em Deus que um dia você ainda vai sair dessa vida, que Deus vai castigar os seus pais por tudo que eles fazem com você. A gente colhe o que a gente planta e você pode ter certeza que quando Deus te der a Vitória, você nunca mais vai sofrer.
Mavie: que assim seja amiga, agora vamos lá que já está na hora.- eu falo para ela e ela confirma fechando a porta e nós vamos em direção ao restaurante da tia Rosa que já está lá esperando a gente.