Nix e um atropelo

1150 Palavras
Meninas, tive um choque anafilático fiquei internada, por isso não apareci esses dias. Mas agora já estou em casa. Miah No meio de tantas pessoas, de tanta gente falando, por mais que eu soubesse falar a voz nao saia, eu não sabia o que falar nem como falar. Tudo o que eu sabia, tudo que eu lembrava, tudo o que eu era, e que eu me chamava Miah e não Deise. Mas eu não sabia o nome dos meus pais, nem onde eu morava, nem da onde eu vim, ou nasci nada disso. Eu era Miah, só Miah, era tudo o que eu tinha. Eu não sei quantos anos eu tinha quando eu cheguei naquela cabana, nem o que eu fazia da minha vida antes daquilo. A primeira lembrança que tenho e que aquele homem me levou para aquela casa, era engraçado que eu me lembro dela como uma casa de bonecas, pintada e rosa com a porta e a janelas vermelhas, me lembro de carregar um coelhinho de pelúcia. Na minha mente está bem viva a lembrança dele abrindo a porta e entrando comigo pela mão e dizendo que aquela seria a minha casinha de bonecas. Lembro dos primeiros toques, lembro dele me beijando, de colocando meu vestido para cima da minha cabeça e fazendo coisas nojentas com a parte de baixo do meu corpo. Lembro da música que ele colocava toda vez que me tocava, eu tinha pesadelos com ela E por mais que eu gritasse e pedisse para eu parar ele não parava, e me machucava, e eu dormia chorando sozinha. No casinha tinha uma televisão e comida, um pequeno banheiro, eu não era tão grande que conseguia cozinhar sem.me queimar nem tão pequena que não conseguia alcançar a Janela para tentar fugir, mas não adiantava ele sempre me achava e me levava de volta, na terceira vez eu fui até a estrada, um carro passou, eu pensei que o homem iria me ajudar, porém não, ele me levou de volta para aquele maldito, que depois disso me acorrentou no chão. Ele insistia em me chamar de Dayse, em dizer que meu nome era aquele e pedia para eu chama-lo de meu papai. Ele começou a levar outras meninas, elas ficavam uma ou duas noites, ele tirava fotos e as vezes me obrigava eu a assistir o que ele fazia comigo, fazendo com elas. Elas me pediram ajuda, socorro, e eu não podia ajudar, ele me acorrentada e as vezes que eu tentei ajudar ele me batia, a última vez eu fiquei de cama, e um médico teve que vir me ver. Eu me odiava, odiava aquela casinha de bonecas que um dia eu achei bonitinha, odiava o que ele fazia com as meninas. Um dia começou a vir outros homens, e ele dizia que eram seus amigos para eu ser boazinha com eles. Eu era boazinha e ele não me batia, me trazia um doce ou algo para eu assistir na televisão eu sonhava que um dia um super herói viria me tirar daqui. Outras vezes aqueles mesmos homens vinham para fazer com as meninas mais novas que eu o que faziam comigo. Minha barriga crescia as vezes e ele me obrigava a beber remédios amargos ou o médico vinha e me fazia sangrar, e logo a dor passava e a barriga diminuía, eu gostava quando a barriga crescia, porque assim que doesse o papai ficava um bom tempo sem me tocar, uma vez eu ouvi o doutor dizer que era o quarto anjo que ele mandava pro céu, que não iria fazer aquilo comigo de novo. E que eu iria acabar morrendo. Papai então parou de me tocar, e agora eu cuidava das meninas que ele trazia ou era boazinha com os amigos dele. Mas nós últimos tempo ele parou de trazer comida, me batia e me maltratava até mesmo por eu respirar, parecia que esperava que eu morresse. Eram duas sozinha com pão e água e sempre acorrentada. Mas os gritos, eu estava cansada de ouvir os gritos daquelas meninas e por mais que eu tentasse não conseguia suportar. Eu pensava que todos os homens eram iguais, todos queriam me machucar, ou machucar crianças.. Quando aquele homem apareceu e ao invez de me machucar me ajudou eu pensei que ele era o super homem, ou o Thor, mas ele disse que era o Batman e eu acreditei, ele e o Batman Ele salvou a menina, levou ela embora, eu peguei a faca que o papai usava para me ameaçar, para dizer que se eu não obedecer iria cortar minha garganta e fiz o que eu sempre quis fazer enfiei aquela faca nas costas dele tantas vezes que eu pude aguentar, tantas vezes que a minha força deixou, eu estava alucinada e aliviada. O Batman veio me buscar e me tirou de lá, e tudo queimou, a felicidade que eu tinha de ver a casinha de boneca queimando era imensa, meu espírito queria sair correndo e pulando feliz da vida dando graças a deus pelo pesadelo ter acabado. Mas meu corpo estava paralisado como se tudo da minha vida até ali fosse um filme, um grande filme de terror. Ele me ajudou a me limpar e depois me levou para a casa dele, me deu roupas seis vezes maiores que eu e me colocou em um quarto com uma cama limpa e cheirosa. Quem disse que eu consegui dormir, fui para a varanda, me sentei em um banco de madeira longo, no pé da mesa, e olhei para a mata, ver o vento lá fora mexendo nas árvores me tranquizava, era tranquilizante não pensar em nada, só nas árvores balançando Eu vi o dia nascendo, os animais acordando, os passarinhos voando. Yan sentou do meu lado e me deu um pouco de café —Passou a noite aqui? —Sim —Não está com frio — Não —Venha, quero te apresentar algumas pessoas, elas estão quase duas horas te olhando pela janela. Eu me levanto e abro a porta Um cachorro e uma menininha pulam em mim A garota começa a falar —Ola, muito prazer eu sou Nix, meu nome e o nome da deusa da noite a deusa da vida e da morte, meu pai me disse que você vai morar conosco um tempo, pode deixar eu vou cuidar de você. Esse e o Princesa Léia, e meu cachorro mas eu empresto para você, ele e bom, protege a gente. E um bom cãozinho. Aquela e dona Cristina e a nossa babá, vai cuidar de você também ela regula os bombons mas se você pedir com jeitinho e fazer carinha de choro ela te dá outros, agora senta, come,meu pai disse que você está ESTRUTIVA ESPIMIDA, DESALOTINA...Pai, qual e a palavra? -Desnutida fila —Isso! Quantas palavras uma pessoa pode falar por segundo? Nix era um ônibus e eu me sentia atropelada.
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