Anastasia
Minha cabeça estava um verdadeiro turbilhão de emoções, de sentimentos e sensações. Eu ainda podia sentir as mãos dele me tocando, fazendo com que meu corpo ficasse aos farelos ao mesmo tempo que eu conseguia me sentir grande, uma mulher de verdade.
Eu tive que desabafar, eu nunca fui de conversar mas precisei contar para as minhas primas Laena e Leana sobre minha tarde e*****a ao lado do meu noivo. Depois de contar com detalhes tudo o que aconteceu me senti menos ansiosa, consegui deitar minha cabeça e dormir um pouco. Claro, tive a surpresa de ser assediada pelo meu primo Lev, mas ele sempre me olhou de maneira sinuosa e eu nunca dei bola.
Nossos pais decidiram marcar um jantar na casa das minhas primas antes que elas embarcassem em uma viagem que iria durar meses até que elas finalmente fossem casar. Eu fiquei uma noite inteira pensando nisso, pensando que a qualquer momento eu poderia perder o controle do meu próprio corpo e das minhas ações. Quando penso nele minha mente começa a ficar nublada, começo a sentir calafrios no meu corpo que antes eu não sentia.
Eu amo meus pais, não sei demonstrar, mas eu amo eles do fundo do coração que talvez eu tenha. Serei motivo de chacota, de vergonha e sei que na organização imagem é tudo. Minha mãe não merece mais desgosto do que já tem e infelizmente não consigo ter filtro para falar sobre certas coisas. Tomei uma decisão, uma decisão que vai ser terrivelmente desconfortável, mas necessária.
Quando chegamos na casa dos meus tios que não são de sangue o alvoroço começou. Minha tia, minha mãe e minhas primas estavam falando alto o suficiente para ser ouvido em toda a propriedade do Capo Dmitri e enquanto elas tagarelar eu comia tranquilamente. Meu primo não tirava os olhos de mim e isso começou a me irritar, será que ele não se toca ?
Quando finalmente o jantar acabou as meninas subiram para organizarem as malas. Eu decidi esperar um pouco, pensar mais um pouco mas minha decisão estava tomada. Subi a passos largos as escadas e parei em frente a elas.
_ Misericórdia, o que houve prima?
Perguntou Laena assustada com a minha presença repentina. Infelizmente não sou muito sutil.
_ Nada, mas estive pensando em algo
Falei um pouco constrangida. Eu sei que não deveria me convidar, mas eu preciso de distância dele, urgente !
_ E o que seria ?
_ Posso ir com vocês?
_ Que? Assim? Do nada?
Perguntou Lalá chocada. Me sentei na cama pois senti meu peito um pouco apertado.
_ Estou com medo desse sentimento novo, é algo que eu nunca senti e sei que ele não vai parar. Acho que sou capaz de perder o controle do meu próprio corpo se o encontrá-lo novamente. Preciso fugir..
Admiti minha fraqueza. Nunca imaginei ter uma, mas agora infelizmente ou felizmente eu tenho. Sentimentos, nunca pensei em sentir tantos sentimentos misturados. Isso tudo pra mim é tão novo e assustador que sinto vontade de correr de tudo e de todos.
_ Bom, por mim tudo bem e sei que a Lê vai adorar ter sua companhia, mas e seus pais?
_ Vou perguntar, mas já imagino a resposta.
Meus pais nunca me viram saindo, nunca me viram ter vida social, logo eu uma adolecente. Sei que eles vão sentir um pouco de falta da minha presença, mas logo esquecerão assim como eu esquecerei deles. Tudo é questão de adaptação, eles vão se adaptar longe de mim e eu longe deles, assim espero.
_ Pai, mãe, eu irei com as meninas na viagem e ficarei do início ao fim.
Falei enquanto parada no fim da escada. Meu pai ficou perdido como sempre e minha mãe começou a ficar vermelha, como sempre também.
_ Ahm.. Ok. Bom, isso se as meninas não se importarem.
Disse meu pai ao concordar com a cabeça depois do olhar de confirmação da minha mãe. Não importa o tamanho do homem, tenho quase certeza que todos são domados por suas mulheres.
_ Vamos adorar tê-la conosco.
Disse Lalá sorridente.
_ Bom, vamos lá arrumar uma mala então.
Disse mamãe meio anestesiada. Saímos pela porta da frente e quando entramos no carro o silêncio reinou, como sempre. Meus dias são silenciosos mas eu sei que é culpa minha, eu sei disso.
_ Obrigado. Voces são bons pais.
Agradeci. Seca, mas agradeci.
_ Filha.. você vai sentir nossa falta?
Perguntou à mamãe com a voz embargada.
_ Vou, no inicio sim, mas depois eu me acostumo.
Falei com sinceridade. Ela apenas balançou a cabeça.
_ Vou sentir sua falta todos os dias minha loirinha.
Disse papai me encarando pelo retrovisor com carinho. Voltei a olhar para a rua e observar minha cidade. Não sei se vou sentir falta daqui, afinal eu sempre fui a esquisita.