Filomena me encara, paralisada, talvez eu tenha me precipitado jogando todas aquelas informações em seu colo, mas agora não importa mais. Eu já estava no limite com tudo o que vinha guardando, todos aqueles sentimentos, eu precisava extravasar, mesmo a minha amiga não sendo a melhor opção. Ela abre os lábios algumas vezes, mas não consegue formular nada para me dizer. — Senhoras, está na hora do discurso – avisa a cerimonialista. — Já estamos indo – respondo ainda encarando Filomena que ainda está em choque. Seguro em seu braço e o balanço — Filo , temos de ir. Filó afasta minha mão e caminha em direção ao espaço improvisado para o discurso, onde está X que nos encara sorrindo e então fecha seu semblante: ele sabe. Apresso meu passo e paro em sua frente, mas ela recusa a olhar para mim: