26.1

926 Palavras
Hugo Chegamos em casa já havia anoitecido, Gabrielli tentou novamente fugir de mim, ainda bem que travei as portas do carro para impedir que saísse antes de terminarmos nossa conversa, já que ela fez questão de ignorar minha existência o caminho inteiro. – Pode me deixar sair? – Não. Nosso assunto não acabou Gabrielli, não quero ter que agir com brutalidade com a mãe do meu filho. Pare de se encontrar com Teodoro antes que algo de muito r**m aconteça. – Está me ameaçando? Não quero ter que machucar Gabrielli, Teodoro é um desgraçado, mas ainda assim é meu primo, fomos criados juntos, tenho que agir da melhor forma possível para não causar danos maiores a ninguém. Não quero chamar atenção demasiada para meu casamento, já basta a forma estranha que tudo começou. – Não. Apenas avisando, esse relacionamento é suicida e vai acabar destruindo você e Teodoro, amo você e mesmo sabendo da sua postura estou disposto a perdoar você e seguir em frente com nossa família. – Estou disposta a correr o risco Hugo, agora destrave esse carro, meus s***s estão doendo e vazando leite, seu filho deve estar aos prantos querendo mamar. Desejo minha esposa e faria de tudo para poder mostrar que não sou o monstro que a machucou naquela noite maldita, porém parece que meu engano será uma sombra tenebrosa para o resto de nossas vidas. Destravei o carro vendo Gabrielli se afastar mais uma vez de mim, ligo o carro novamente indo em direção ao bordel, quando chego Tina já está me esperando com um sorriso reconfortante nos lábios. Em sua cia tenho sossego e paz, seria tão mais fácil se meu amor fosse dela e não de Gabrielli, mas parece que gosto do desafio e do que é mais difícil. Lembro da primeira vez que vi Gabrielli, ela parecia tão inacessível para mim, estava ao lado de sua mãe enquanto a ajudava com o pequeno Jorge, seus cabelos me chamaram a atenção, seu sorriso doce na direção do irmão caçula e sua postura me fizeram cativo. Naquela época mesmo sabendo da diferença de idade a queria como um louco, sentindo o desejo de possuí-la, marcá-la como minha, deixando claro para todos que nenhum outro homem poderia tê-la, mas veio o maldito contrato de casamento e tive que abafar meu desejo por ela. – Olá senhor Assis, como vai? – Vamos para o quarto Tina, preciso de você agora. Ela saiu me levando no meio da multidão de homens e mulheres até o seu quarto, percebo como o lugar está mais bonito desde quando comecei a bancá-la, antes era um cliente generoso, mas sei que nem todos são assim. Tina se aproximou de mim colocando seus braços sob meus ombros, beijou minha boca com paixão, correspondo com a mesma intensidade porque de alguma forma é como se fosse Gabrielli aqui, não que elas sejam parecidas, mas a minha mente quer acreditar nisso. – O que o atormenta, senhor Assis? – É Gabrielli, sei que parece repetitivo, mas meu único problema na vida é ela e sua insistência de evitar o nosso casamento, agora está trepando com meu primo debaixo da minha própria casa, se comportando como uma qualquer, sinto que odeia nosso filho pelo simples fato de ter meu sangue, mesmo sendo agressivo com ela, Gabrielli parece não ter medo mais de nada, não sei como abordá-la. Sou louco por ela, se Gabrielli me pedisse o mundo com certeza faria tudo que estivesse ao meu alcance e daria. Bati nela duas vezes hoje, o olhar dela foi de pavor, ao invés de aproximar ela de mim estou afastando cada vez mais. Tina segurou a minha mão, justo a mão da aliança de casamento, foi tudo tão mecânico no dia que Gabrielli colocou a aliança e logo se afastou mostrando seu nojo por mim. A prostituta acaricia meu rosto enquanto beija minha mão, aceito seus carinhos imaginando que é Gabrielli aqui sendo dócil e gentil. – É horrível vê-lo sofrendo dessa maneira senhor, essa menina não entende o que está perdendo. É um homem bom e generoso, se ela realmente entendesse estaria beijando o chão que pisa, faria de tudo para o satisfazer como merece e precisa. Lamento por isso, gostaria de uma bebida? Sei que ela é gentil e educada por estar ganhado por isso, mas não me importo, o serviço de qualidade que me presta compensa cada centavo. Aceito a bebida sentindo o gosto forte na boca, Tina bebe em seu copo enquanto olha para mim como se fosse seu mundo. – O que me aconselha? – Eu? Que largue sua esposa e fique comigo. Ela riu mostrando que estava brincando, Tina tem uma leveza, mesmo com um assunto tão sério como esse. – Senhor, não vou mentir, mas Gabrielli talvez nunca o perdoe, sei que entende a gravidade do que fez e talvez tenha que lidar com as consequências desse ato para toda a vida. Sei também que a ama, é muito evidente, mas já pensou em deixá-la livre para amar seu primo? Entendo que só de pensar nessa possibilidade seja terrível a curto prazo, porém em longo prazo não, Gabrielli pode tentar fugir com o amante deixando você com um filho pequeno para criar, pense bem nisso. Será que Tina tem razão? Não. Gabrielli não teria coragem de fugir, apesar de ter mudado com Davi ela tem amor por nosso filho não iria abandoná-lo por Teodoro nem tampouco abandonar seus irmãos. Queria poder fechar meus olhos e ouvidos para sua relação com Teodoro, mas infelizmente não consigo.
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