Capítulo 83: Onde há vida, há esperança.

1144 Palavras
Os dias que os casais passaram naquele paraíso ora na praia, ora em luau, ora na deliciosa e aconchegante cabana, um lugar que se Chloe não morasse em Toronto, com certeza escolheria aquela cabana e aquele lugar tão calmo, paradisíaco com uma propriedade bem abastada, com quartos que dariam para comportar seus amigos e familiares, a deixou radiante. Mas, em sua mente veio a ideia dos filhos. Como assim, pensou nessa possibilidade tão instantaneamente? Pensou na possibilidade de que se tivesse filhos com seu amado e que se morassem ali, precisaria ampliar a propriedade, o que a fez encher seu coração de amor e um sentimento tão genuíno que não entendia porque estava com aquele pensamento até ser interrompida por seu celular vibrando. Ao colocar a mão no bolso da sua calça, viu na tela brilhando o nome da sua irmã. Sorriu nervosamente, mas respirou várias vezes tentando conter sua euforia que havia mexido em seu coração ao pensar em filhos. No quarto toque, atendeu a ligação em chamada de vídeo de sua irmã que estava tão tensa que era visível na sua voz o quanto estava nervosa e somente ela para acalmá-la. - Ansiosa maninha? – A indaga com um sorriso lindo e Clara respirou aliviada ao ouvir a sua voz. - Ufa! Até que enfim maninha, você me atendeu. Espero não estar atrapalhando nada. – Diz mordendo o lábio. - Não atrapalhou nada meu amor. O que foi, está ansiosa? Clara dá um suspiro e assente. - Sim, você me conhece bem mesmo! E por mais que Steven tente me acalmar, só minha irmã quem me faz ficar mais tranquila. Vocês já estão voltando? – A indaga preocupada. Quando Chloe ia responder, ouviu uma voz doce e cheia de dengo para a sua irmã. Era o seu sobrinho que tanto ama. - Mamãe! – Clara sorri e simultaneamente, sua irmã mais velha também. Só que Chloe sentiu os olhos nublarem por lágrimas que ela mesmo desconhecia porque ficou tão emotiva daquele jeito. Virando-se na direção que ouvia aquela voz, Clara sorri, afastando sua cadeira de rodas, para que o pequeno ficasse no seu colo. - Oi meu amor! Vem com a mamãe, sua titia está aqui no telefone. Vem falar com ela! – Com suas perninhas curtas e gordinhas, Lucca corre até sua mãe e se pendura na roda, tentando subir. Tateando até onde sentiu que seu filho estava tentando subir, sentiu seu corpinho e levou suas mãos abaixo das suas axilas o erguendo. Sentando em seu colo, ela aponta em direção aonde estava. Só quem sabe das condições de Clara vê o quanto ela consegue fazer algumas coisas que aqueles que não sabem, pensam que sua irmã enxerga muito bem. Assim que Lucca viu sua tia na tela do celular, bateu suas palminhas e gritou eufórico. - Titia! Titia! - Oi meu pequeno, titia está morrendo de saudades! – Chloe o responde com os olhos marejados e um sorriso tenro. Lucca gargalha quando sua tia fala com ele. O pequeno como toda criança cheia de vida, tenta sair do colo da sua mãe se esticando para pegar o celular. Como não consegue o que quer, o pequeno começa a ficar nervoso. - Dá! Quer o celuar! Solta mamãe! Solta! – Levando suas mãozinhas aonde sua mãe estava o segurando, tenta empurrá-la sem sucesso. - Não amor. Não pode! – Clara tenta explicar mas o pequeno não quer saber até que começa a chorar. “Buáááá” Foi o suficiente para Steven aparecer aonde eles estavam e pegar o pequeno em seus braços. - O que foi meu amor. Porque está chorando assim no colo da mamãe? - Pergunta balançando-o de um lado a outro. Com seus dedinhos pequenos e rechonchudos, aponta para o celular sobre a mesa e soube que Lucca queria o aparelho e viu sua cunhada e a cumprimentou rapidamente. - Já entendi mocinho! Oi cunhada, vou levar o rapazinho daqui para conversarem melhor. – Antes que Lucca abrisse o berreiro já que fungava no colo do pai, Steven retirou seu celular do bolso e clicou num vídeo que o pequeno gostava muito até que se distraiu. Respiraram aliviados e beijando o topo da cabeça da sua amada e dando um tchau acenando de cabeça para Chloe, Steven sai com o pequeno fechando a porta para deixa-las a vontade. Percebendo que estavam sozinhas, Chloe sentiu que sua irmã ficou estranha de repente e a indagou. - O que foi Clara, porque ficou assim de repente? O que está acontecendo? Suspirando profundamente, Clara após morder os lábios pensando se devia ou não contar, levou suas mãos aos cabelos os ajeitando para trás da orelha e então, com sua voz entrecortada desabafou. - Estou com medo mana. Medo de tudo isso não dar certo e... – Chloe a interrompe não a deixando completar. - Nem pense nisso Clara Mills! Dará tudo certo e se está pensando que não voltará a enxergar, sim, o médico lhe garantiu e é só pensar positivo. Logo irá ver o seu pequeno e até mesmo o Steven. Ou quer que ele seja cobiçado pelos olhos de outras e não pelos seus? – A provoca. Sentindo o sangue ferver de repente por sua irmã lhe falar aquilo, trincou seus dentes cerrando os punhos. - Ah sua ordinária! Não sabe o quanto isso mexe com meu emocional e sim, estou com ciúmes. – Clara faz um bico do tamanho de um bonde, enquanto Chloe ri do outro lado da tela. - Eu sei mocinha, mas você há de convir que se continuar com esse pensamento negativo, como vai defender seu homem dos olhos cobiçosos? – Pergunta fazendo sua irmã pensar. Ficando em silêncio por alguns segundos, Clara suspira triste. - Eu sei que você está certa, mas estou com medo e meu medo maior é de morrer. Logo eu que tive uma segunda chance sem merecer. Os olhos de Chloe ficam marejados mais uma vez até que uma lágrima solitária escorre por seu rosto, enxugando-a rapidamente. - Não tenha medo minha irmã. Estamos todos com você até mesmo eu! Onde há vida, há esperança meu amor e se apegue nisso que tudo dará certo. Ter essa segunda chance, não é à toa! Com certeza aproveite ao máximo e tudo dará certo. Agora eu vou desligar pois, o pessoal está me chamando e logo estarei aí. Clara engole em seco, suspira e sorri. - Você está certa minha irmã. Espero vocês aqui antes de ser internada no hospital. Beijos! Se despedem e Chloe coloca seu celular no bolso e volta para onde todos estavam a esperando para seguirem viagem. Algumas horas depois, por conta do trânsito chegaram ao apartamento e Clara já estava na sala os esperando. Enfim, a bela loira voltaria a enxergar! Continua... Acho linda essa cumplicidade e amizade entre a Chloe e Clara, vocês não acham?
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