Desespero

1041 Palavras
**Fenrir** Koda só queria sangue, e naquele momento eu não fiz nada para impedi-lo, eu também queria sangue, queria vingança pelo que o homem à minha frente tinha feito com a minha companheira. Parto para cima dele com tudo, desejando a sua morte, sentindo os seus ossos quebrarem nas minhas mãos. — Se controle, alfa! — grita Sam comigo, mas naquele momento eu era mais fera do que homem e a minha fúria não podia ser contida. Desfiro vários socos na cara de James. Apenas Sam não seria forte o suficiente para me tirar de cima daquele crápula. Ouço os passos dos outros se aproximando, mas não me importo. Eu queria vingança e ninguém me tiraria isso. — Pare, Koda! — ouço Ethan gritando, tentando segurar os meus braços. — Ela precisa de você! Aquilo chama a minha atenção, então solto James e volto até a cela onde ela estava pendurada. Os cortes na suas costas eram profundos, e posso ver a quantidade de sangue que ela havia perdido. A seguro nos meus braços com cuidado, tentando não machucá-la mais. Quando Sam se aproxima de nós, eu rosno para ele. Koda estava muito possessivo com ela, e qualquer um que se aproximasse ele considerava uma ameaça. Ouço Ethan tentando falar com ele, sem efeito. Apenas quando ele diz que ela morrerá, Koda recua, permitindo-me retornar. Seguro o rosto dela, desejando ver os seus olhos. Ela era pequena, e bonita também. Quando ela me chama de companheiro, meu coração derrete. A sua voz era tão doce, ela era perfeita. No momento em que Koda confirma que ela é minha companheira, ela desmaia nos meus braços. O pânico me domina, eu não podia perdê-la, tinha demorado muito tempo para encontrá-la. — Tem que tirá-la daqui, Fenrir! — grita Ethan, me fazendo sair do meu estado de paralisia. A segurando com cuidado, corro daquele lugar com ela nos meus braços. — Chamem um curandeiro! Os meus guerreiros abrem espaço para que eu passasse com ela e corro em direção à casa da matilha. Subo as escadas e a coloco com cuidado na minha cama. — O curandeiro já está vindo, alfa — diz Dante, se posicionando na porta do quarto. Vou para dentro e observo a minha pequena companheira. Ela era jovem, mais do que eu imaginei que a minha companheira fosse, mas eu não me importava com isso, só queria que ela ficasse bem. Minutos depois, um homem entra no quarto com uma pequena maleta. — Eu sou o curandeiro, alfa — diz ele, sem olhar nos meus olhos. — Depressa, se ela morrer, você também morre! — digo, usando a minha aura de alfa sobre ele. O vejo tremer e rapidamente ele começa a tratar as feridas de minha companheira. Fico ali ao seu lado o tempo todo enquanto o curandeiro a tratava. Às vezes, eu rosnava para ele, não conseguia evitar, era angustiante ter outro homem tocando o que era meu. A minha vontade era de matá-lo por tal audácia. Enquanto o curandeiro tratava a minha companheira, ouço barulho na porta e caminho até lá. Nada poderia atrapalhar a recuperação dela. — Por que todo esse escândalo? — pergunto, irado. Vejo Paola na minha porta com uma jovem mais atrás dela. — Me desculpe, alfa, são essas duas. Eu tentei impedir — diz Dante, com os dentes trincados, olhando fixamente para a menina atrás de Paola. — Por que está tratando essa c****a no seu quarto? — grita Paola, com os olhos vermelhos de raiva. Aquilo acende a minha ira. Avanço na sua direção, agarrando-a pelo pescoço. — Eu não costumo bater em mulheres, mas posso abrir uma exceção para você — vejo os olhos dela se arregalarem com a minha fúria — Se falar assim da minha companheira de novo, você não viverá para ver o próximo dia. Eu a jogo contra a parede, ela bate e cai no chão, segurando o pescoço e respirando com dificuldade. A minha vontade era matá-la por tal ousadia. — E você, o que quer? — aponto para a menina, tremendo mais atrás. — Eu queria saber se a Zara está bem — diz ela, sem olhar nos meus olhos. — Zara? — pergunto, um pouco confuso. — Sim, alfa, a minha amiga que está no seu quarto — a sua explicação me faz entender o que ela estava dizendo, era o nome da minha companheira. — Ela está sendo tratada no momento — digo a ela de forma ríspida. Então a vejo soluçar, com a mão na boca. — Sabe o que estava acontecendo com ela? — Sim, alfa — diz ela, sem me olhar. — Todos sabiam? — pergunto, trincando o maxilar para conter a minha fúria. — Sim, todos na matilha sabiam. — Soco a parede, fazendo um buraco, a minha raiva aumentando ao perceber que ninguém se importava com a sua condição. — Sabe por que ele fazia isso com ela? — pergunto novamente. — Não, alfa. Zara é filha do Alfa James, mas ele nunca a tratou realmente como filha. — Quando as palavras saem da boca da mulher à minha frente, sinto Koda lutar para sair novamente. Ele queria a morte de James para vingar a sua companheira. Eu não entendia como alguém poderia tratar o próprio sangue daquela forma. O que Alfa James fazia com a sua filha estava além da crueldade, era desumano. Volto para dentro do quarto, deixando a menina lá fora. Só queria que a minha companheira ficasse bem, e iria garantir isso. Assim que entro, vejo o curandeiro limpando as pernas dela, e a quantidade de feridas que ela tinha me faz tremer de raiva. — Ela está muito ferida, alfa, e fraca também. Aparentemente, não comia nada há dias. — As palavras do curandeiro só serviam para inflamar ainda mais a minha ira. — Por que vocês permitiram que ele fizesse isso? — pergunto, olhando o homem com ódio. — Sabíamos que ele não gostava da sua filha mais nova, alfa, mas não imaginamos que a situação era tão grave — diz o homem, com o rosto pálido. Queria lhe dar uma resposta à altura, mas Ethan entra, nos interrompendo. — O que foi? — pergunto, irritado. — O Alfa James morreu.
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