Acordo com meu celular tocando, o que me deixa irritado. Vou em busca do meu celular com meus olhos ainda fechado.
Encontro o aparelho e atendo sem saber de quem se trata.
Ligação online:
— Liam, preciso de um favor seu!— escuto a voz do meu amigo.
— Pode falar Bruce!
— Preciso de sua assinatura para liberar uma investigação, o caso é bem sigiloso, sobre o tráfico humano de crianças, e eu só confio em você para liberar essa ordem, não posso confiar em outro ou isso estará tudo perdido. — ele diz sério.
— Pode me enviar que eu assino, só tome cuidado.— o alerto, não é fácil saber o quanto o ser humano pode ser tão monstruoso, e Bruce acaba se envolvendo mais do que deveria.
— Pode deixar, meu amigo, chego em seu escritório, em menos de duas horas.
— Ok.
Desligo, e acabo tendo um flash da minha infância. Do quanto a minha vida e dos meus irmãos foram sofridos e principalmente a minha mãe!
Acabo jogando esse pensamento para longe. Olho a hora e só tenho menos de uma hora para seguir para o meu escritório.
Não sei por que me deixei levar pelo Natan, saindo à noite no meio da semana, agora estou com uma p**a ressaca!
Levanto da cama e sigo para banheiro.
Meia hora estou de banho tomado e pronto para ir para o trabalho.
Sigo para cozinha e já ouço o alvoroço dos meus irmãos!
Todas as manhãs são a alegria da nossa mãe!
Com o tempo após se livrar do senhor Paulo, nossa mãe entrou em uma depressão, deixando todos nós muito assustados. Na época eu era apenas um adolescente, mais fizemos de tudo para nossa mãe recuperar o brilho que ela sempre teve em seus olhos.
Foram anos difíceis, mais a dona Amara conseguiu! E prometemos que sempre estaríamos juntos. E hoje mesmo cada um tendo a sua vida, trabalho, faculdade ainda moramos na mesma casa. Esse foi o pedido da dona Amara! Só iremos sair quando for para iniciar a vida de casados. Essa etapa eu passo, então sempre estarei ao lado da minha mãe.
Sei que ela não fica feliz com a minha decisão, porém é o melhor. O Natan está namorando, a Celina também se rendeu e está namorando. O David e Iara ainda solteiros assim como eu! Mas no meu caso, não tenho interesse de passar para essa etapa.
Chego na cozinha e começa às perguntas e curiosidades das minhas irmãs, elas ficam me questionando quando irei apresentar uma namorada. Sempre falo que não chegou o momento, não quero que elas sintam amargura que estar dentro de mim, só nossa mãe sabe sobre isso.
— Liam! Acorda!— Iara diz fazendo graça.
— Tô achando que o nosso queridinho Juiz já tenha uma namorada em vista!—Celina diz, tentando ao seu máximo saber o que rolou ontem. Pois ela não pode ir.
— Vocês não têm mais o que fazer não?— pergunto fazendo as duas abrirem um sorriso em resposta.
— Não!— as duas responde ao mesmo tempo.
— Meninas, deixem o irmão de você! Bom dia, filho! Aconteceu algo? Estou sentindo você tenso?— Dona Amara, pergunta, ela sabe quando não estou bem, e por mais que eu tente mascarar nunca é o suficiente.
— Não é nada de mais! Só a ressaca, isso graças ao Natan! Não sei por que ainda me deixou levar por ele!— falo no mesmo instante que o Natan entra na cozinha.
— Não seja ranzinza! E assuma que você gostou de curtir a noite com seu irmão aqui!— ele diz, com sua alegria irritante!
— Não disse que não gostei, mas sair durante a semana, isso não irá se repetir! — termino de tomar meu café, enquanto meus irmãos entram em um assunto em comum, deixo um beijo na minha mãe e nas minhas irmãs e sigo para meu trabalho, hoje preciso focar, estou responsável por dois casos de família bem complicado.
Entro no meu carro, ligo o som baixo, para tentar aliviar a tenção do trânsito...
Chego no meu escritório e minha assistente avisa que tem um senhor, querendo falar comigo.
— Peça para ele entrar em cinco minutos.
Sigo para minha sala e começo a organizar minha mesa e verificar a minha agenda, pego as pasta que precisa da minha atenção. Minha assistente entra com uma bandeja trazendo um café, e senhor entra.
— Senhor Barcelos. O senhor Medeiros.— minha assistente informa e aponto para cadeira.
Assim que minha assistente sai, olho para o senhor que estar em minha frente.
— Me desculpe tomar o seu tempo, sei que um Juiz como o senhor não tem muito tempo, mas me disseram que o senhor é um dos melhores juízes, e estou precisando de um esclarecimento principalme**—.
— Em que posso ajudar o senhor Medeiros?— o corto, pois se eu não tiver enganado, esse homem que está em minha frente é o senhor Paulo, aquele que fez da vida da minha mãe e meus irmãos um inferno.
— Eu estou sendo indiciado, pela minha enteada. A minha mulher morreu, e deixou sob a minha tutela, o meu enteado e meu filho. Porém, minha enteada está me acusando de maltratar tanto a minha mulher como meus filhos. E posso provar que eu sou um bom pai, tento fazer tudo possível que uma criança precisa e isso entr**.— ele diz tentando passar verdade, mais com o passar do tempo consigo ver quem está falando a verdade e nesse momento eu sinto o quanto ele está mentindo, mas não o deixo terminar.
— Senhor Medeiros, peço desculpas, mas não poderia lhe aconselhar, se tudo que me falou for verdade, seria melhor o senhor contratar um advogado.— falo já sem paciência.
— Eu já fiz, porém, ele me aconselhou vir falar com senhor, ele disse que possivelmente o senhor pegará o meu caso.
— Sendo assim, peço que o senhor vá embora. Se eu for o juiz no seu processo, isso é ilegal. Agora pode sair da minha sala. — Falo apontando para porta. O que ele pensa que está fazendo vindo até minha sala? Agora que não descansarei até saber sobre o seu caso, agora fiquei pensando por que o sobrenome dele mudou?
— Pensei que o senhor fosse mais humano, é assim que sua fama diz. Pode ser duro, mais o seu foco é ajudar a família e fazer justiça.
— Se conhece tão bem a minha fama, teria a proeza de não me procurar. Mais não se preocupe sempre tenho um bom julgamento quando se é necessário. Passar bem!— não tenho mais paciência e acabo levantando e brindo a porta para ele sair da minha sala, antes que eu perca o restinho da minha paciência e o jogue pela janela.
Ele parece não gostar da minha atitude, porém ele sair e bato a porta com força!
Merda o que esse homem quer vindo até o meu escritório?
Será que ele sabe quem sou?
Sou desperto com o Bruce entrando em minha sala.
— Liam, você está bem?
— Estou. — Ele me estende o documento, leio com calma um resumo feito e assino.
— Liam, tem certeza que não quer conversar?— ele me pergunta, meu amigo me conhece bem, ele sabe tudo que passei alguns anos atrás.
— Hoje eu o reencontrei. — não preciso falar muito e meu amigo fica tenso.
— O que você fez? O que ele queria vindo até você?
— Eu acredito que ele não tenha me reconhecido, porém veio pedir conselho para o caso dele, alegando que advogado disse que seria eu pegar esse caso.
— Ele ficou maluco? Isso é ilegal! Ele não pode ter contato direto com o juiz da causa!
— Eu sei, e informei mais ele ainda, sim, falou um trecho do que tinha acontecido, e posso te afirma que ele estava mentindo. Não passou verdade e nenhuma das poucas palavras.
— Você sabe que se esse caso for direcionado, terá que pedir uma segunda opinião. Não pode deixar o que ele fez no passado, ser direcionado a situação dele agora.
— Não se preocupe, não costumo julgar assim. E pedirei para o Borges caso eu seja direcionado para esse caso.
— Assim eu espero meu amigo, não deixe que isso te abale meu amigo. Você estar bem, e foque nisso.
— Será assim que farei. Obrigado por me ouvir meu amigo.
Bruce sai da minha sala, e fico com merda do caso dele na minha cabeça. Resolvo voltar a minha atenção para os dois casos que precisam da minha atenção...