Pré-visualização gratuita Voltando para o Brasil
Fernanda acordou quando o avião aterrissou em solo brasileiro.
Ela voltava dos Estados Unidos, onde passou sete meses cuidando de sua mãe que enfrentou um câncer. Apesar de todo o sofrimento, seu marido, Gustavo, a acompanhou durante todo o processo, oferecendo apoio e companheirismo até a partida de sua mãe.
Naquele momento, de volta ao Brasil, Fernanda percebeu que algo faltava em sua vida, apesar de ter um casamento feliz de seis anos com Gustavo, estava sentindo falta de algo mais.
Se lembrou de Gutemberg. Havia sentido uma falta gigantesca dele.
E o seu coração acelerou, da mesma maneira que o seu coração acelerava por Gustavo, mas aquilo tudo estava errado.
Quando chegou a hora de desembarcar em solo brasileiro, Gustavo ofereceu a mão para ajudar Fernanda a descer do avião. Lá embaixo, Gutemberg os aguardava.
Os irmãos trocaram um abraço apertado após sete meses sem se verem.
Fernanda percebeu o olhar de Gutemberg em sua direção, mas esse não falou com ela, apenas ajudou a pegar as malas. Ficou triste, porque se sentiu rejeitada.
Percebendo a tristeza de Fernanda, Gustavo a abraçou.
— Ele está sofrendo também, Fernanda, e não tem coragem de admitir o que sente por você.
— E Gutemberg vai passar a me tratar m.al por isso, Gustavo? Não tenho culpa.
E ela realmente não tinha, mas Gutemberg não sabia o que fazer com o
que sentia pela cunhada, o aperto no peito, a sensação de posse que sentia em relação a ela, assim como o desejo avassalador.
Como justificar aquela sensação? Como explicar aquilo para o irmão?
Como explicar que amava desesperadamente a mulher com quem seu irmão gêmeo era casado?
Como explicar que acordava a noite suado, ereto, excit.ado pela simples lembrança dela?
Como explicar tudo aquilo?
Gutemberg não tinha explicação e o seu maior medo era que o irmão o odiasse.
Mas Gustavo estava longe de sentir ódio, pelo contrário, ele queria ter um relacionamento diferente e que o irmão fizesse parte do casamento dele e de Fernanda.
O grande problema era Gutemberg, que por ser mais rústico, mais antigo, não iria aceitar.
E Fernanda?
Fernanda estaria pronta para aquele tipo de relacionamento? Mesmo sendo uma mulher calma e até mesmo tímida?
Caminharam para o carro e guardaram as malas.
Gutemberg foi dirigindo por todo o caminho, sem falar nada e Fernanda se recusou a olhar para ele, porque realmente estava magoada pelo tratamento frio e distante que recebeu.
Duas horas depois, irmão de Gustavo parou o carro no estacionamento do prédio em que Fernanda e Gustavo moravam.
Logo, subiram com as malas.
O lugar ficou fechado por todo aquele tempo e Fernanda sabia que precisava procurar ajuda para limpar e organizar o local, porque provavelmente estava repleto de poeira.
Mas ao abrir a porta se deparou com um lugar perfeitamente limpo, com um arranjo de flores na mesa, gostava de flores. Ela notou que até mesmo as cortinas tinham sido retiradas e lavadas.
Ela olhou para Gustavo em busca de uma explicação, porque não sabia que o marido tinha providenciado a limpeza.
Porém, quem fez tudo aquilo não havia sido Gustavo.
— Não fui eu, Fernanda. Provavelmente, foi a minha mãe, ou uma das minhas cunhadas.
Naquele momento, Gutemberg surgiu na porta.
— Eu... Trouxe Guadalupe e a Romana... Elas limparam tudo para que Fernanda pudesse descansar quando chegasse.
Fernanda olhou para Gutemberg e lágrimas rolaram na face dela, se sentia sensível com a morte da mãe, porque mesmo que a mãe fosse idosa, ela ainda não estava pronta para ficar sem a senhora.
Ao ver a mulher que amava chorar, sem nem pensar, Gutemberg abriu os braços para abraçá-la, mas caminhou para trás ao se lembrar do que fazia.
Nanda caiu no choro, porque mais uma vez se sentiu desdenhada, então Gustavo a puxou para um abraço e fez sinal para que Gutemberg fosse embora. Gustavo sabia que precisava conversar com o irmão, mas não era o momento. Fernanda ainda estava frágil pelo sofrimento que a partida da mãe
causou nela.
Gutemberg partiu, descontrolado e decidiu parar no primeiro bar que encontrou, porque não tinha condição de permanecer sóbrio. Ele desejava desesperadamente abraçar Fernanda, mas tinha plena consciência que não podia, que não devia desejá-la da maneira que fazia.
Dentro do bar, ele pediu uma garrafa de vodca e se sentou em um canto, onde bebeu até a consciência ficar turva e mesmo assim não resolveu. Caçou briga no bar e os irmãos precisaram ser chamados.
Eram em quatro irmãos, além de Gustavo e Gutemberg ainda tinham Joshua e Wamore...