Capítulo 6

600 Palavras
DIAS DEPOIS • RD • Na boa mermo? Já tava de saco cheião de tudo o que acontecia aqui em casa. Já queria meter o pé a mó cotona, mas a Gabi sempre empacava nessa parada. Minha irmã me estressa demais, pô. Toda hora vacilando, e tenho que ficar ouvindo meu pai gritar com ela. Ninguém merece não. Já mandei o papo retinho pro senhor Rikelme que vou vazar de casa. Gabi pode chorar, surtar, mas nessa casa não fico mais. Todo dia é briga entre mim e a Liz, ou entre a Liz e meu pai. Chatão isso!. RK: Tem certeza disso, moleque? - me encarou serinho, de braços cruzados. RD: Tenho, pô. Já fazia mais de três anos que tava juntando uma grana pra levantar meu barraco, consegui e minha casa tá lá, toda fodona e os caralhos. - suspirei, bolando o biricutinho ali. Eu era filho do dono da VK, mas não tinha mordomia alguma. Comecei do baixo, ganhando a meta igual aos outros caras. Hoje, com 25 anos nas costas sou o gerente da boca 2. Fazia alguns anos já que eu tava juntando uma grana maneirinha pra levantar meu barraco, e à alguns meses atrás consegui, e hoje meu barraco já tá erguido. Meu pai vazou do quarto, e eu fumei ali na paz, antes de vazar de vez dessa casa. Antes de eu sair do quarto, já dava pra escutar a gritaria lá embaixo. Era meu pai e a Liz, de novo!. Sai do quarto no silêncio, e desci as escadas, encarando os dois ali, meu pai gritando, e Liz segurando o choro. Gabi tava sentada no sofá só observando aqueles dois. RK: Quando tu vai botar na tua cabeça que sentar em rola não vai te dar futuro? c*****o, garota... Liz: Eu já disse que eu não matei aula pra sentar em rola nenhuma, não. - gritou também e meu pai já deu uma encarada sinistra nela, que abaixou o tom de voz na hora. - Olha, pai, eu já disse o que fui fazer na casa do outro lá, agora, se o senhor não quer acreditar em mim, e sim nos fofoqueiros dos seus vapores, pode acreditar. Sempre foi assim, num é, papai? - percebi o tom de deboche em sua voz, e antes de mais algo, ela saiu de casa batendo a porta. Eu nem disse mais nada. Só me despedi do meu pai, que tava já bolando um, pra relaxar. Ia me sair bem na moralzinha, pra Gabi nem vir fazer o show dela. Mas ela me puxou, me abraçando apertado. Gabi: Se pensa que sou burra, tá muito enganado viu. - me encarou, e vi seus olhos brilharem por conta das lágrimas. - Ouvi você falando com teu pai esses dias atrás que tu ia embora de vez. Eu não queria, mas é tu que decide como tua vida vai ser daqui pra frente... RD: É pô, sou mais criança não. - dei um sorriso forçadão. - Vou me sair já, dá uma assistência ai pro velho. Gabi: Eu sempre dou...- sorriu fraco, e me apertou mais. - Eu te amo, garoto!. O bagulho entre eu e a Gabi mudou demais depois de eu saber que foi ela quem matou a minha mãe verdadeira. Sei o que a Amanda fez, me abandonou e os caralhos, mas p***a, é mãe, tá ligado? Gabi cuidou de mim desde menor, mas eu sentia que não era o mesmo bagulho. Sou grato real por ela ter cuidado e os caralhos de mim, mas o bagulho acho que nunca será mais o mesmo.
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