O acordo

1012 Palavras
Neive - Piemonte Itália, julho de 2024 — E então?— Perguntei, apreciando seu olhar de cobiça. A mesma cobiça que eu tinha por aquele colar de diamantes que estava preso ao meu pescoço e que cobria algumas partes do meu corpo n*u. — Tu sei la descrizione della tentazione del diavolo. A tentação do d***o. Não esperava ser menos do que isso. Eu estava enfeitiçada pela jóia da mesma forma que ele estava enfeitiçado por mim. O homem m*al podia falar, o desejo parecia ter travado a sua garganta. Suas mãos passeavam pela minha barriga magra e subiam até os meus s*eios pequenos. As pedras frias dos diamantes enrijeciam o meu m*amilo com o contato, ou talvez fosse só a excitação pelas malas cheias de jóias que me esperavam. Giordano brincava lentamente ao passar suas mãos pelas curvas arredondadas do meu traseiro e apertar firmemente as duas bandas, abrindo-as, para então enfiar o seu dedo médio na minha i********e. Em seguida, enfiou a cabeça no meio das minhas pernas e sua boca foi de encontro a carne macia que ficava lá, escondida. Ele chupou e logo introduziu a língua, passeando em círculos com ela por dentro de mim. Agarrei os cabelos ruivos para controlá-lo, parecia insaciável. Possivelmente teríamos uma noite de se*xo selvagem, se ele não tivesse caído no sono logo depois. O sonífero que coloquei em seu drinque seria o suficiente para que “ apagasse” durante uma noite inteira. Deixei a casa ás duas da manhã, sem que nenhum empregado pudesse testemunhar contra mim. Meus irmãos Stella e Otto me ajudaram a descarregar as malas e a colocar no carro. — Eu pensei que não fosse conseguir… Um ano para terminar a missão.— Resmungou Otto, enquanto conduzia o volante. — Nunca demos um golpe tão bem elaborado, isso requer tempo.— Rebateu Stella. — De nós cinco a Carolina sempre foi a mais habilidosa. Não foi nenhum sacrifício para ela conseguir enganar um bilionário burro. — Não foi tão simples criar a identidade de Gisela Cardona, precisava ser cautelosa ou todos nós entraríamos numa fria. Mas olhe essas malas cheias de jóias e o dinheiro que consegui desviar para a minha conta pessoal. Estamos ricos! — Ricos e procurados pela polícia. Agora é melhor irmos para bem longe. É uma questão de tempo para estarem no nosso rastro. Esse é o quinto serviço que prestamos na Itália.— Observou Stella. — Que tal a Europa Setentrional? Pensei na Dinamarca.— Sugeriu Otto. — Está maluco? Não faz dois anos que ajudamos nossos primos a saquearem o Danske Bank… — Oeste Europeu também já estivemos. Que tal América? — Já fizemos América Central, América do Norte…— disse Stella. — Eu já sei para onde vamos, maninhos.— Esbocei um sorriso malicioso ao falar.— Praia, samba, água de coco… — Não me diga que está falando…— Stella tentou adivinhar. — Estou falando do Brasil. Mais especificamente, o Rio de Janeiro. … Alguns dias depois Rio de Janeiro, Brasil Mergulhei no mar como se buscasse por algo. Talvez por mim mesma. O sal grudava na minha pele a medida que eu deixava as ondas me levarem, como se me forçassem a seguir um caminho. Deixei a água algum tempo depois, Stella e Otto me esperavam debaixo do guarda-sol. — O seu palpite foi mais do que certo, esse lugar é lindo.— Elogiou Stella. — E esses biquínis…— disse Otto, sem completar a frase. O seu olhar obcecado para a b*unda de uma loira que passava a alguns metros já era nítido o bastante. Stella o deu um cutucão com o cotovelo. — Você só pensa em mulheres. — No que vou pensar? Nosso “ emprego” é instável demais, não temos pouso. Consequências de ser um empreendedor. — Com a fortuna que juntamos conseguiremos viver tranquilos um tempo. Já temos investimentos em imóveis, em dinheiro…— Estiquei os braços ao terminar de falar e me joguei na espreguiçadeira ao lado da Stella. — Essa é a vida que eu sempre quis.— Confessou Stella. — Vida mansa?— Provocou Otto. — Uma vida. Poder aproveitar as melhores coisas sem precisar fugir de um lugar ao outro. — Sem precisar trabalhar, você quis dizer.— Retrucou Otto. — Parem, os dois. Vamos apreciar o som do mar. Acho que nunca soube o que é ter uma vida calma.— Fechei os olhos ao falar. Uma sombra que se aproximou muito de repente, me assustou. — Acho que ter uma vida calma não é para você, Carolina Von Korff.— disse uma mulher desconhecida com o sotaque carregado. Tanto meus irmãos quanto eu, nos levantamos com um sobressalto. — Quem é você?— Perguntou Stella. — Alguém que há muitos anos está procurando pelos Von Korff. Finalmente encontrei os principais golpistas do “negócio familiar”. Nenhum de nós conseguimos sibilar uma única palavra. — Sou a agente Ágata Müller, da Interpol. — Sabia que você era americana.— Resmungou Otto.— Branquela como a morte. — Eu já tinha identificado vocês na última ação em Piemonte, quando a socialite Gisela Cardona fugiu com todas as jóias e uma parte da fortuna do marido. — Eu acho que a senhora se confundiu. Eu sou Paolla de Souza, sou brasileira e nunca estive em Piemonte. Esses são… — Seus irmãos. Não tem como negar, um é a cara do outro. Eu tenho um dossiê completo sobre vocês, sei quem é cada um e tenho como levá-los presos agora mesmo para que o governo italiano lide com vocês. — Tudo bem, Ágata. Se está até agora com essa conversa furada é porque quer negociar. O que quer em troca de deixar a minha família em paz? Faço qualquer coisa. — Agora, sim, estamos falando a mesma língua. Tenho uma missão especial para você, Carolina. Se conseguir recuperar um documento muito valioso para mim, fecharei os meus olhos e fingirei que jamais cruzei com vocês no meu caminho. — Trato feito.— Concordei, sem nem saber do que se tratava.
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