Chapter III

1781 Palavras
Episode: Harry Edward Styles - Vossa Alteza. - as duas saudaram simultaneamente, reverenciando-o. Louis nunca apreciou o fato de estar em um estamento superior. As criadas de seu palácio em Riverland sempre foram consideradas amigas por sua mãe, a incomparável rainha Johanna. Portanto, desde pequeno ele se acostumara a trata-las da maneira que tratava os demais. Certamente sua discrição e quietude nunca o permitiram criar vínculos com os funcionários reais. Não que ele não o fizesse por julga-los inferiores, mas por sua personalidade fechada o tornar alguém de mínima interação. - Senhoritas. - Louis respondeu, reparando devidamente nas criadas temporárias. Uma delas era uma graciosa garota, que deveria beirar seus dezesseis, de pele pálida e olhos verdes. Pareciam assustados e nervosos. Já a outra talvez fosse alguns anos mais velha, e mais experiente, com sua postura serena e pele bronzeada, fios louros e lisos. As duas usavam coques altos e trajavam vestidos simples e delicados, sinalizando lamentavelmente uma juventude destinada ao serviço. - Arrumamos suas vestimentas nas cômodas, e tomamos liberdade para enfeitar seu quarto com alguns porta-retratos que encontramos no fundo da mala. Espero que não se importe. - a loira disse. - Meu nome é Jezebel e esta é Lorena, minha irmã, perdoe-me sua conduta retraída, é sua primeira temporada servindo no Palácio. - Não há motivos para se redimirem. - Louis garantiu.  Jezebel concordou com um sorriso agradecido, afagando discretamente o ombro de sua irmã. Ela era muito fisicamente diferente da loira alta e morena, tendo seus cabelos castanhos, uma pele muito pálida e estatura baixa. Por certo, Lorena não parecia devidamente preparada para servir algum príncipe, levando-se em conta as normas de etiqueta as criadas eram supostas a se comportarem formalmente, sem permitirem que seus sentimentos fossem expostos na presença de vossa alteza, com rostos neutros e ações mecânicas. No entanto, o jeito assustado da pequena fez com que Louis se simpatizasse imediatamente com as duas. - O senhor irá se trocar ou permanecerá com este traje? Costuma-se esfriar consideravelmente com o cair da noite. Tomlinson não vestia nada mais do que uma blusa de casimira abotoada com o colarinho levantado, casaca azul marinho, e calças longas de tonalidade escura. Além de suas abotoaduras de ouro enfeitando todo seu traje. - Riverland é uma terra de pouco sol, estou acostumado com baixas temperaturas, não se preocupe.  - Nós iremos listar todas as manhãs suas tarefas diárias e traremos tudo aquilo que necessitar, vossa alteza. Deixe-nos saber caso precise de qualquer coisa. - Jezebel informou, cruzando os braços atrás das costas. - Perfeitamente compreendido. - Tomlinson garantiu, aproximando-se da grande janela de vidro de seu quarto e observando afora.  A paisagem era deslumbrante. O jardim de inverno do palácio, embora fosse verão, ainda mantinha uma aparência fria e nostálgica.  Fora um projeto do artista franco André Le Nôtre, e consistia em uma longa trilha de canteiros de flores frescas em tom azulado, hortências violeta pálido e esculturas vitorianas que desembocavam em um bosque. O bosque era um verdadeiro labirinto de verdura, bem guarnecido, de plantas sinuosas e estátuas envelhecidas. O clássico era luxo. - Por obséquio, poderiam-me informar onde há a biblioteca deste palácio? - o príncipe pediu, com os olhos ainda presos no jardim, percebendo uma figura solitária caminhando pelo labirinto de flores. - Último andar, vossa alteza. - uma voz mais baixa e tímida respondeu, despertando a curiosidade de Louis por ser a primeira manifestação verbal de Lorena, intimidada pela atenção do maior estando voltada para si. - Última porta do corredor.  Louis assentiu de breve e elegante, e enquanto rumava seus passos para sair do quarto foi interceptado por Jezebel. - Vossa Alteza? Se me permite informa-lo, no primeiro dia de estadia é realizado o banquete dos príncipes. Às sete em ponto no salão leste, segundo andar. Alguns príncipes optam por socializarem na Sala dos Homens antes do jantar. - Eu costumo me reservar mais, mas parece que esta não seria a melhor opção por aqui, hum? - Tomlinson disse com um pequeno sorriso ajeitado, conformando-se a si mesmo. - Agradeço por me avisar, a visitação na biblioteca ficará para depois então. *** O Salão do Homens estava barulhento. Era incomum os príncipes em seus próprios reinos terem alguém das mesmas faixas etárias para conversarem. Normalmente se relacionavam apenas com seus conselheiros, velhos que os regravam e transmitiam ensinamentos sobre a monarquia. Portanto, estarem rodeados de outros jovens que passam pelas mesmas rotinas cansativas que as suas soava-lhes libertador. Ao adentrar no recinto, a primeira visão de Louis foi para uma estante de folhetos, que continham algumas notícias atualizadas dos reinos. Então, notou os príncipes dispostos em roda, dialogando entusiasmados e risonhos, em exceção a alguns poucos que se sentavam isolados presos em leituras diversas, como Niall Horan, sentado sozinho na poltrona do canto com uma tragédia heróica gregoriana em mãos. Aproximou-se do grupo numeroso oferecendo um sorriso cordial, sendo introduzido imediatamente no assunto: algo sobre a construção de um grande canal no centro de Galiza, que estava a gerar polêmica entre os ingleses devido ao pomposo projeto subterrâneo. Nada que tomasse grande atenção de Tomlinson, o qual mantinha-se manso apenas concordando em acenos graciosos. - Hey, você é filho do Rei Mark, de Riverland, não? - um jovem de camisa de linho branco liso, calção justo preto para dentro de suas longas botas de montaria o indagou. A simplicidade de seus trajes quase o remetiam a um camponês com título errôneo de príncipe. - Meu pai, Rei de Bristok, fechou bons acordos comerciais com o seu. - completou humilde. Louis sorriu contido. - Soube desses tratados, estava por trás de alguns acordos. Fico feliz de nossos reinos serem amigos.  - Suponho que em um futuro próximo, quando formos nós os líderes, deveremos cultivar a condescendência.  - Se for de minha parte, não haverá subjeção a isso. - Bom, sou Liam. Liam Payne. E é uma honra conhecê-lo. - estendeu-lhe a mão, sendo retribuído por Louis, que o cumprimentou com delicadeza. - Príncipe William. - se apresentou de maneira mais formal, porém não arrogante, logo que esboçou um sorriso gentil. - Digo o mesmo. Ambos permaneceram em uma conversa avulsa de política e atualidades quando um baque seco e forte ressoou no salão, calando todos os príncipes e os fazendo olhar para a origem de tal. Cuja inconveniência provinha da figura peculiar e destemida de Harry Edward Styles, que estava muito satisfatoriamente ciente de toda a atenção recebida. Ele não se importara com os olhares curiosos, e muito menos com os desgostosos, seu sorriso parecia jovem, e inabalável. Apenas sua vestimenta já seria motivo para polêmica: Seu tronco era coberto por uma veste de ombros largos e quadris curvilíneos de tonalidade verde abacate com detalhes em fios de prata. Calções visivelmente justos combinavam com a peça chamativa de cima, a qual ocultava quase que inteiramente sua camisa branca de seda. Nos pés calçava sapatos de couro cinza com fivelas de prata pura. Sua mão esquerda apoiava-se em uma bengala decorativa de madeira escura com a extremidade superior em formato da cabeça de uma cobra. Desconfia-se que nos olhos da mesma estavam cravados um par circular de esmeraldas. A roupa extravagante apenas reforçava sua personalidade forte, com um ar arrogante inconfundível. - Es-plên-di-do. - disse em tom elevado, pausadamente. - Vejo que repetimos a cerimônia da socialização todas as temporadas.  O silêncio continuou como um sufoco de espanto. Por Céus, aquele homem não possuía um pingo de nobreza. Muito se ouvia nas ruas sobre o príncipe de Malta. Ninguém esperava que os rumores de seu estrondoso caráter fosse tão reais da maneira que eram. Harry desfilou vagarosamente de rosto erguido, avaliando os rapazes de todo o ambiente com seu nariz empinado. Demorou um tempo a mais prendendo sua atenção em Niall Horan com um sorriso m*****o esculpindo sua face, sendo retribuído por uma expressão nada amigável do mesmo. - Meus pais alertaram-me para não me aproximar dele. - Liam cochichou no pé do ouvido de Louis. - Provavelmente todos os pais alertaram isso a seus filhos. - Os meus não. - Louis comentou distraidamente, seus olhos observando com calma e indiferença ao episódio da frente. Ao contrário dos outros que encaravam tudo aquilo com espanto, Tomlinson parecia nunca abandonar sua pose neutra, piscando lento e sem emoção evidente. Harry fitou o grupo arrastando seus passos para perto, logo estando no centro dele.  - Vejo que minha reputação me precede. - balbuciou diante a quietude. - Não é como se me intimidassem, queridos. Estou apenas aqui para motiva-los aos melhores três meses de suas vidas.  - Não o escutem! - uma voz de fora da roda se exaltou. Niall.  Ele ainda estava na poltrona, no entanto seu rosto vermelho sinalizava a vontade reprimida de se levantar de lá para agredir o de cabelos cacheados. - Sua chance já se foi, pobre Niall. Não seja egoísta de impedir os outros. - Harry retrucou com deboche. - Eles irão aprender. - murmurou a ultima parte como um sussurro a si próprio, girando trezentos e sessenta graus para visualizar o rosto de cada um. Ele amava ver a indignação presente neles. O ódio ou o receio. Diversas reações expressas. Sorria presunçoso para os que não continham o repúdio e sibilavam lamentações inaudíveis. Para os outros ele era a personificação do d***o. Sujo e carregado de pecados. Pronto para infectar quem tocasse.  - Previsivelmente frágeis. - grunhiu divertido, balançando sua bengala no ar ainda no meio do grupo. Isso alimentava seu ego de uma maneira doentia e reversa. Mas, por uma fração de segundos, seus olhos detectaram um rosto que não expressava raiva, medo, choque ou nada além de plena serenidade. Sua sobrancelha arqueou divertidamente para o príncipe de cabelos lisos e olhos demasiadamente azuis que pareciam indiferentes à sua cena. Ele se aproximou, talvez na expectativa que tal movimento intimasse o outro a reagir. Contudo, foi em vão. Harry engoliu seu orgulho ferido e decidiu ignorar o ocorrido, retomando a pose cínica. - Estarei dando uma festa particular em meu aposento, depois do banquete. - informou suspirando com falsa empolgação. - É um com um lenço vermelho amarrado na maçaneta, justamente para diferenciar dos demais... - Harry se aproximou de um dos príncipes, lançando-o uma expressão sugestiva. - Assim vocês devem saber qual é o aposento certo para encontrarem a diversão.  Quando você quer causar uma boa primeira impressão, deve bajular os demais. Mas quando você quer perpetuar uma primeira impressão, deve assusta-los. E foi exatamente isso que Styles fez, rumando seus passos barulhentos para fora do Salão rindo baixo sarcástico com a certeza de que por mais um ano havia eternizado sua imagem na memória dos ingênuos jovens.  
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