Episódio: Colorir
A julgar pela maneira que Harry parecia maravilhado segurando firmemente o livro, Louis concluiu que o tal episódio que presenciara (em que Styles não parara de se exaltar e gritar que havia se esquecido do final de alguma história) relacionava-se a este O Médico e o Monstro. A esta leitura.
E até fazia algum sentido.
Há anos que ele leu o livro, seria normal não relembrar todo o enredo.
E talvez isso estivesse frustrando a mente de Harry, ao ponto de levá-lo a um episódio.
Okay.
Porque o garoto estava inquestionavelmente feliz pelo exemplar retirado do embrulho.
- Gostou? - Louis perguntou sorrindo.
Harry percebeu a atenção voltada para si e pingaterreou, quebrando aquela sua felicidade que quase transbordava dos olhos.
- Sim. Muito Obrigado, Tomlinson. - disse rouco, segurando o sorriso enorme que por pouco não escapara. - Você precisará do livro?
- De maneira alguma, Harry. É seu agora. Eu acabei ficando com a resenha, de qualquer forma. - Louis deu de ombros rindo suavemente, e Harry o encarou com uma sobrancelha arqueada, como se o questionasse porque raios ficou com a resenha. - Você é meu primeiro paciente, eu quis uma recordação. Mas se preferir posso lhe devolver sem nenhum problema. - o menor apressou-se a afirmar.
- Não, não. Eu não me importo, Louis. Fico satisfeito que tenha alguma serventia a você.
E o tom que Harry pronunciou aquilo foi completamente sincero.
Aqueceu o coração de Tomlinson.
- Valeu! E também, você escreve MUITO bem. Minhas redações escolares foram sempre uma merda se comparadas com o que você fez naquele papel.
As bochechas de Styles adquiriram uma pequena coloração avermelhada e o menino rapidamente cortou o contato físico, olhando para baixo.
Ele não lidava muito bem em ser o centro das atenções. E Louis logo notou isso e tratou de dispersar o silêncio instaurado.
- Eu trouxe M&M's de cada sabor que encontrei pra você experimentar mais.
Harry sorriu e catou os saquinhos com as mãos, lendo os rótulos.
- Percebi.
- Zayn provavelmente me mataria se visse esse contrabando de doces, então trate de não ficar diabético ou eu serei encontrado esfaqueado num tanque de tubarões. - Louis falou quase sério, pensando nas broncas que levaria do doutor.
Harry por outro lado soltou um baixo risinho, achando aquilo engraçado e exagerado.
Por fim Styles dirigiu sua atenção para a bandana azul, vermelha e branca estendida na cama. Olhou-a curioso.
- Posso? - Louis se ofereceu, deixando o residente confuso. Então Tommo fez gestos com as mãos que apontavam para seu cabelo, e Harry finalmente compreendeu a intenção de Louis.
Ele não afirmou que sim. Mas também não negou. Então Louis tomou aquilo como uma aceitação casual.
Aproximou-se vagarosamente e apanhou a bandana. Lançou um último olhar a Harry, que assentiu brevemente - e quando digo assentir, significa um mínimo movimento com a cabeça que passaria despercebido se não tratasse da perspectiva aguçada de Louis.
Louis se aproximou do corpo sentado de pernas de índio na cama e estendeu os braços em direção à sua cabeça. Jamais quebrando o contato visual.
Com muito cuidado pegou um punhado de cachos castanhos ( tão macis e leves que Louis acreditou ter tocado em neve ) e os levantou, transpassando parte da bandana pelo cabelo.
Harry parecia tentar a todo custo não evidenciar nenhum tipo de reação com esses toques...
Mas...
Ele não conseguia. Não conseguia porque fazia simplesmente anos que ele não recebia toques carinhosos, senão aquelas agulhas que eram enfiadas em si brutalmente.
E as mãos de Louis moldavam perfeitamente em seu couro cabeludo, o massageava, dava vida em cada fio. Era tão bom.
Embora Harry permanecesse com o semblante fechado, ora ou outra seu cenho vacilava e seus olhos se reviravam com a sensação acolhedora.
Louis jurou que ouviu-o ronronar baixinho. E adorou. Seria mentira se negasse que estava demorando tempo a mais que o necessário para posicionar a bendita bandana. Havia uma pequena -grande- probabilidade dele estar escovando entre as mexas brilhantes de Harry por pura vontade própria.
Até que enfim a bandana estava lá no lugar certo, entrecortando a cabeça de Harry e deixando-o mais maravilhoso se isso fosse possível.
Louis sacudiu a cabeça para inibir esses pensamentos horrorosos. Ele era um médico, não devia achar coisas assim de seu paciente, seria 100% anti-ético.
Harry por outro lado olhava para as íris azuis demonstrando constrangimento devido ao imenso sorriso que Louis o lançava, como se estivesse admirando-o (o que de fato ocorria).
- Ficou bonito, aliás, bonito é eufemismo. Ficou perfeito! - Tomlinson comentou alegre com o resultado. Combinou tanto com Styles, cedia-o um pouco mais de cor além da veste azul que o hospital obrigava seus pacientes usarem.
Aquele mínimo detalhe no cabelo tornou o garoto alguém mais vivo esteticamente.
Porém, Harry de repente fixou seu olhar para as calças de Louis.
- O que é isso? - Harry perguntou.
Louis seguiu seus olhos, encontrando-os pairados sobre o bolso esquerdo de sua jeans, onde havia guardado a bandana verde sem graça que comprara por bobeira. Uma parte dela estava pra fora.
- Ow, não é nada. Eu tinha comprado pra você mas não é tão bonita quanto a que usa. Nem vale a pena.
Styles franziu o cenho em uma careta e esticou a mão em sua direção.
- Dê-a para mim. - afirmou baixinho.
Louis, hesitante, cedeu seu desejo e o entregou a outra bandana.
Harry observou-a em seu colo e puxou o canto do lábio em um meio sorriso, logo juntando com os M&M's e segurando todos os seus presentes com um dos braços.
- Obrigado. - agradeceu novamente. Olhos verdes brilhantes. Mais vida ali presente.
- Não há de que. Eu provavelmente devo ir agora antes que Zayn me arraste daqui. Mas prometo que farei visitas sempre que puder.
A expressão de Harry subitamente se fechou. Congelou. O brilho dos olhos desapareceu e o ânimo de sua alma se esvaiu.
- Você não vai mais trabalhar aqui? Comigo?- voz vacilou.
Louis coçou a nuca. Ele estava triste por isso. Triste por ter que falar a verdade. E a verdade doía mais ainda.
- Não, Harry. Infelizmente eles já substituíram o estudante que cuida de você, ou melhor, este tal Derek que ficou aqui te auxiliando na semana em que me ausentei, ele será permanente. E eu terei que pegar algum outro paciente. - Louis confessou com a voz decepcionada.
O Harry de minutos atrás havia ido completamente embora. Evaporou.
No lugar dele estava de volta o protótipo robotizado do paciente esquizofrênico Harry Styles, aquele que retomou sua posição encolhida, direcionou seus olhos para a parede, não esboçava expressão alguma e disse monotonamente:
- Compreendo.
Pronto. Fim. Lá se vai a conquista de Louis.
- Eu estou muito arrependido e triste. De verdade. Não queria parar de ficar aqui com você. Sinto muito, Harry.
Harry não o respondeu.
Permaneceu calado encarando a parede como se aqueles acontecimentos épicos de aproximação entre os dois nunca houveram realmente acontecido.
Com o silêncio, Louis suspirou e ajeitou a cadeira no lugar, caminhando amuado à porta e observando Harry por uma última vez antes de sair do quarto.
A imagem do belo menino com madeixas encaracoladas que o intrigava tanto. A bandana dos Estados Unidos já não mais em sua cabeça.
...
- Para!
Louis gargalhava de Liam que comia um sanduíche natural no almoço.
- Você é gordo. Tem que comer besteiras. - Louis caçoou de seu amigo devido a escolha da refeição orgânica que Payne optara, ao contrário de Louis, que comia um prato imenso de macarronada com queijo.
- Se você quer suas veias entupidas com colesterol, o problema é seu. Eu decidi cuidar melhor do meu corpo. - Liam se defendeu, revirando os olhos.
Ambos estavam no refeitório do hospital psiquiátrico. Era horário de almoço para os estudantes.
Louis e Liam sempre almoçavam juntos e ficavam contando um ao outro das experiências que tiveram recentemente.
Payne hoje relatara sobre como suas bochechas doíam de tanto que sua paciente Amelia as apertava, porque, graças ao Alzheimer, sempre o confundia com seus netos.
Louis por outro lado contou que tem sido muito tedioso cuidar de Toshio, o seu novo paciente. Há uma semana ele estava responsável por ele. Desde que houveram substituído-o como cuidador de Harry.
E Okay, Toshio era um caso muito mais fácil. Ele tinha seus momentos de delírio, alucinações, mas era um adulto de descendência oriental extremamente comunicativo. Sempre respondia as perguntas de Louis e o auxiliava a fazer os relatórios escolares, falando como se sentia, tomando os remédios sem reclamar, respondendo aos testes e estímulos.
Resumindo: ele era um paciente comum. Fácil. E isso, por incrível que pareça, incomodava Louis. Porque embora agora suas fichas da uni fossem preenchidas corretamente todos os dias, ele já não tinha mais alguém misterioso que desafiava seus neurônios, não tinha um paciente instável e todo vulnerável e indecifrável, não tinha um menino de cabelos castanhos cacheados encarando a parede continuamente.
Ele não possuía mais qualquer desafio.
E isso sim era frustrante. Louis descobriu que gostava de ser desafiado por Harry.
Entretanto, não cabia a ele reclamar. Tudo aconteceu por consequência de suas fraquezas e covardias. Agora, sua obrigação era aceitar e lidar com as mudanças.
Alguns minutos depois uma sirene ressoou pelo refeitório indicando o término do almoço.
Louis deu uma última garfada na macarronada e bebeu sua coca-cola, acenando brevemente com a cabeça para Liam e levantando-se do assento.
Caminhava distraído em direção ao quarto do senhor Toshio quando esbarrou de ombros em alguém. m*l teve tempo para raciocínio ao que uma voz o abordou.
- Hey! Sinto muito, não estava olhando para frente. Louis Tomlinson, não é?
Era Matthew. Aquele jovem doutor que o informara das ordens de Zayn no dia do episódio de Harry.
O jovem de cabelos castanhos escuros em topete e olhos azuis quase acizentados sorria, demonstrando gentileza e uma simpatia invejável.
- Oh. Tudo bem, na verdade. Eu que peço perdão. - Louis disse retribuindo a simpatia.- E sim, é Louis Tomlinson. Ou só Louis. - deu de ombros.
Matthew concordou e apertou a prancheta que segurava contra o peito.
- Você não está mais responsável pelo 302?
Louis quis revirar os olhos. Custava falar o nome Harry em vez de chamá-lo por números?
No entanto, o menor apenas relevou e negou.
- Nah. Agora eu cuido do senhor Toshio.
- O japonês de óculos? - Matthew indagou.
- Sim. Sim. Ele mesmo.
A voz de Louis soou menos animada do que desejava. Ele se odiava por demonstrar pouco interesse pelo seu paciente. Afinal, isso era anti-ético.
- Uhm. Um adulto muito comunicativo, devo ressaltar. Gosto dele. - Matthew afirmou. - De qualquer maneira, preciso ir. Tenha uma boa tarde, Louis Tom-
- Só Louis. - o pequeno cortou-o.
- Okay. - Matthew sorriu. - Tenha uma boa tarde, "só Louis".
O moreno alto continuou seguindo seu caminho e Louis fez o mesmo, sentindo certa atração pelo jeito cativante daquele jovem.
...
Era quase sete da tarde e Tomlinson havia acabado sua carga horária diária no hospital psiquiátrico.
Pensou sobre visitar Harry após ter evitado ir lá durante toda a semana, contudo o tempo de visitação aos internos também havia se esgotado.
O que o restava era retornar a seu apartamento que dividia com Liam em plena sexta-feira e dormir.
Até que...
- Alô?
- Louis, onde você está?
- Pegando um ônibus e voltando pra casa. Por quê, Liam?
- Estou indo em um pub com alguns amigos. Quer nos acompanhar?
- O quê? Você não vai para a biblioteca estudar e ainda vai a uma festa beber? Quem é você e o que fez com o Liam Baleia Orca?! Invertemos os papéis? - Louis fingiu-se indignado pelo telefone.
- Para de ser i****a, seu i****a. E não me faça perder tempo. Você quer vir ou não?
- Te encontro no apartamento, ex-Nerd. Me dê quinze minutos para me arrumar e estarei pronto pra noite!
...
A noite dos dois amigos na verdade se estendeu por toda a madrugada.
Eles se uniram com um grupo de universitários e saíram para jantar no Burger King, e logo em seguida rumaram ao s*x Apple, um grande pub de Pittsburgh.
Aproveitaram as primeiras horas no clube para darem shots e conversarem até que todos estivessem bêbados o suficiente para ficarem dançando na pista completamente enlouquecidos.
Riam de tudo. Festejavam. Oh, vida de faculdade. Louis quase se esquecera como é bom ser um universitário. Principalmente pelas festas e interações sociais.
Quando o pub estava prestes a fechar e os rapazes foram expulsos, um deles se ofereceu para beberem mais em seu apartamento. E claro que todos foram. Até mesmo Liam Payne, que geralmente se inibia de prazeres que não envolviam ler ou estudar.
Na casa de Rogger, o colega cujo o apartamento pertencia, foram tragados vários maços de cigarro e compartilhada uma boa quantidade de maconha.
- Quanta responsabilidade! - Liam aplaudiu rindo diante seus amigos que se drogavam descontraídos. Embora ele não ousasse encostar em nada que fosse nocivo à saúde, Louis já estava aos delírios pessoais.
- Cale a boca Orca. - Louis murmurou revirando os olhos, levando a latinha de cerveja para a boca e despejando o resto do líquido. - Eu vejo meu mundo inteirooooo girando! - gargalhou com a própria desgraça, se embolando nas palavras e raciocínios. - Será que é assim que Harry se sente quando delira? Num universo paralelo cheio de ecos e estrelinhas azuis brilhantes?
- Deus. Você está m*l mesmo. - um dos moleques comentou, mesmo não estando em uma situação muito diferente da do pequeno moreno.
- Hora de levá-lo para casa. - Liam resmungou, sentindo alguns raios de sol penetrarem pela janela da sala daquele imóvel. - Nós viramos a noite inteira bêbados.
Louis reclamou bastante até finalmente ceder e se apoiar em Liam no caminho até o carro.
Payne estava sóbrio e dirigiu-os para o apartamento.
Ao chegarem, cada um foi para seu quarto.
Louis estava cansado para p***a e muito feliz em finalmente descansar.
Colocou seu pijama e se enfiou nas cobertas, fechou as pálpebras e instantaneamente dormiu.
No que pareceram segundos depois o seu telefone tocou.
Um toque irritante que fazia a cabeça de Louis latejar.
Ele notou que na verdade havia-se transcorrido quatro horas, e que, agora, era meio-dia.
Respirou cansado e esticou o braço para a cabeceira, apanhando o aparelho.
Número da Universidade.
Hoje era SÁBADO. Por que raios ligariam-no?!
- Alô? - murmurou com uma voz de plena ressaca.
- Louis?
- Zayn?
- Yeah. Malik aqui.
- O que aconteceu? Está tudo bem? - Louis perguntou curioso.
- Sim. Ou mais menos. Precisamos conversar. Pessoalmente. Pode me encontrar em meia hora no refeitório do hospital?
Oh, claro. Até parece que Louis iria levantar de sua tão adorada cama com ressaca pra ir pro manicômio.
- Conversar sobre..? - O menor disse sonolento e entediado.
- Harry.
E lá estava Louis arregalando os olhos e engasgando.
Sua pele perdeu cor e o sangue congelou nas veias.
- Harry?!! Ele está bem?!
- Sim. Se acalme, Louis. É só uma conversa. - Zayn disse sincero e sossegado.
Nem é preciso dizer que em menos de cinco minutos Louis já enfiara dois Advil's pela garganta, vestiu um conjunto de moletom qualquer e pegou a chave do carro de Liam emprestada para ir encontrar Zayn.
...
O muçulmano estava sentado em uma mesa de canto, jaleco sobre si, dedos tamborilando o tampo da mesa em cujo uma caneca de café estava apoiada, esfriando.
A dor de cabeça infernal de Louis o fez se desequilibrar no momento de se acomodar na mesa e por pouco ele não caiu. Entretanto pouco se importou com isso, sua preocupação era para Harry.
- Desembucha, Malik! - implorou apressado.
- Louis, por que está assim? Já falei que não é nada demais.
Louis bufou.
- Tá. Então fale.
Zayn respirou profundamente, fechando os olhos e sussurrando como se estivesse confessando a um padre:
- Não adianta. Ele é teimoso. E por alguma razão precisa de você.
Louis franziu o cenho.
- O quê? Do que está falando?!
- Desde que você saiu e Derek tem trabalhado conosco Harry anda agressivo. Recusa a presença do outro estudante e nunca ingere os remédios que ele dá. Teve também mais episódios de pânico que o normal. E eu achava que isso era só uma fase aleatória e não havia correlação com nada... Até que no episódio de ontem Styles sussurrou seu nome enquanto aplicavam calmantes em suas veias.
- Meu nome?! - Louis questionou pensando ter entendido errado.
- Sim, Louis. E eu preciso ser honesto com você. Tenho um carinho muito especial por Harry, porque desde que eu me formei, há três anos atrás, Harry foi meu primeiro paciente. Eu estava nervoso e ele na época era menos fechado do que hoje. Ele era parcialmente comunicativo e às vezes animado. Então nesses dias nós conversávamos e eu me sentia bem por fazê-lo manter contato comigo, quando obviamente rejeitava a presença dos outros doutores. Nós tínhamos quase a mesma idade. Nos dávamos bem e ele parecia confiar em mim.
- Zayn, do que raios você está falando?
- Shiu. Não me corte. - Malik o repreendeu, voltando a bebericar o café e suspirar. Ele parecia hesitante quanto a algo e algumas gotas de suor percorriam a lateral de sua face. - Enfim, com o tempo nós nos distanciamos e ele se fechou completamente igual a maneira que está agora. Ele ainda tem algum vínculo comigo, posso afirmar. Mas não é mais necessariamente um bom vínculo, porque sempre que começa a dirigir a palavra a mim, o que é raro, Harry acaba se exaltando e tendo ataques. E este é Harry. Ele é assim e nós não podemos muda-lo.
- Sim, Zayn. Eu totalmente compreendo isso.
- Por algum motivo, Harry pareceu gostar de você. Ele não o agride e não o afasta, como faz com o resto. Acho que Harry está se apegando a você do modo que aconteceu comigo quando eu entrei aqui.
O coração de Louis se aqueceu e ele sentia a dor de cabeça ir embora e se substituir por alegria.
- E eu venho te observando, Louis. Posso afirmar que você se apegou emocionalmente a ele também. Por mais que Styles tenha escondido aquele monte de chocolates dentro da fronha do travesseiro e um livro embaixo do colchão, eu sei exatamente que foi você quem o deu tudo aquilo. E eu não estou no direito de reprimi-lo, porque tenho certeza que sua intenção fora das melhores. Mas precisa ter cuidado.
- Cuidado?
- Sim. Cuidado porque Harry é mais frágil do que você imagina. Harry tem seus pontos fracos e eu temo que você esteja prestes a descobrir um deles.
- Qual é? - Tomlinson perguntou intrigado.
- Espere e verá. De qualquer maneira, eu vim aqui primeiramente para lhe agradecer. Agradecer pela paciência que teve com Harry.
- Eu não fiz nada além da minha obrigação, Zayn. Cumpri meu papel de auxiliar provisório, apenas.
- Não. Não se subestime. Você está tentando, ao contrário de todos os outros; na verdade, você está dando uma chance a ele.
Um nó se formou na garganta de Louis. Ele estaria prestes a chorar se não fosse tão determinado a nunca "demonstrar fraqueza" na frente dos outros.
- E é disso que Harry precisa. Chances. Ele te escolheu e as encontrou em você. Então essa é a segunda parte do porquê eu te chamei aqui.
- Ah? Desculpa, não entendi.
- Talvez Styles precise de outro alguém a quem possa confiar. Você aceita voltar a ser o meu auxiliar e o cuidador de Harry?