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POLEGARÂNDIA

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steampunk
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intro-logo
Blurb

Ao descobrir que o mundo se alterava quando visto pelo vão entre seu indicador e polegar, Mirra começa uma jornada fantástica que a levará a um lugar onde existem apenas crianças.

Escondida de olhos ordinários, Polegarândia se mostra uma utopia de diversão e fantasia.

Mas, sem adultos por perto, as coisas podem não apenas ficar animadas, mas completamente fora de controle.

**** **** **** **** **** **** **** **** ****

Olá, amigos!

Polegarândia está a todo vapor, mas suas desventuras estão só no começo!

Se a história de Mirra te fizer sorrir ou suspirar em algum momento, não esqueça de a apoiar a seguindo ao clicar no coração!

Se quiser ver este mundo desabrochar bem diante de seus olhos, aperte bem o cinto. Teremos capítulos novos todos os dias, exceto nos primeiros e últimos domingos de cada mês.

Espero que se divirta!

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PRÓLOGO
Uma silhueta saltava entre as pedras. A correnteza espirrava ao seu redor, furiosa, mas a figura maltrapilha continuava a pular de ponta em ponta sobre as rochas que pontilhavam a superfície da água veloz. Ao saltar uma outra vez, escorregou sobre uma pedra musgosa. Cambaleando, a figura jogou o corpo magro para o lado ao pisar em poças rasas, contornando por pouco um tronco caído sobre a correnteza. Mas já sem controle, esbarrou num dos galhos esticados sobre o rio. Enquanto o galho se quebrava num estalo seco e miúdo que logo foi engolido pelo rugir da enxurrada, a figura rodopiava sobre as pedras antes de cair de costas na água. A correnteza o carregou de imediato, e sem apoio, foi arrastado e submergido enquanto tentava bater os braços contra a corrente furiosa até colidir bruscamente com uma rocha larga e escura, sem ter tempo para se proteger antes de ser martelado pela correnteza, de novo e de novo. Quando a água começou a puxá-lo e novamente querer carregá-lo, a figura agarrou a beira quebrada da pedra com dedos trêmulos, de alguma forma e lentamente se erguendo da água antes de desabar sobre a pedra. Tossindo, o garoto encharcado tentou e falhou algumas vezes antes de se levantar com dificuldade sobre a rocha. Seus pés descalços deslizaram por um momento, mas se equilibrou, segurando o colarinho da blusa, de onde pendia uma corrente fina e fosca presa a algo que ele apertava contra o peito. Arredou os cabelos empapados para longe dos olhos fundos e olhou sobre o ombro para o alto das corredeiras, ofegante. Então virou-se para baixo, para si mesmo e para o r***o em sua calça esfarrapada. Um rastro de sangue escorria pelo r***o, manchando a pedra e refletindo a luz dourada que a banhava até encontrar a água límpida e ser lavado, disperso feito fumaça líquida que sumia ao seguir a correnteza. O menino inspirou profundamente, deixando uma careta escapar por um instante antes de segurar a perna ferida. Então observou a mata ao redor do rio com cuidado. A floresta estava inquieta. Sobrepondo o som da água, gritos de animais se misturavam ao sussurro de um vento incessante. E, havia algo mais no meio de tudo, um ritmo pulsante que só poderia ser percebido se alguém prestasse a devida atenção… O menino apertou o maxilar, então recomeçou a caminhada, grunhindo ao dar um passo depois do outro pela rocha até ficar na beira dela, olhando para a enxurrada impiedosa que o separava da próxima pedra grande o bastante para que se pudesse ficar de pé em cima dela sem ser varrido, mesmo assim ele não hesitou em pular. Caiu pesadamente do outro lado, cambaleando, mas sem parar em seus passos. Trotou e pulou novamente, grunhiu e arfou, mas logo saltou mais uma vez, e assim continuou, se movendo entre pedras cada vez mais distantes pela descida contínua e cada vez mais rápida. Pelo precário caminho no meio do rio o menino ia se movendo, sem se encaminhar para a margem quando as pedras o permitiriam fazer isso, ou quando as margens deixaram de ser terrosas e cheias de raízes e caules e começaram a se tornar inclinadas demais e pedregosas. Nem mudou o curso quando o rio formava finalmente apenas um estreito caminho entre dois precipícios cada vez mais altos sobre sua cabeça. Só foi parar quando a própria água deixou de seguir em frente, caindo para uma queda estrondosa sobre um pequeno lago cercado pela floresta. Olhou ao redor, procurando uma maneira de descer pela beira íngreme. Virou-se para a margem curta e acidentada terminando em paredões quase verticais, e tornou a olhar para trás, de onde tinha vindo e de onde vinha a correnteza. Parou outra vez, escutando, então seu corpo estremeceu quando um som reverberante apareceu junto aos outros no ar, baixo demais para se identificar imediatamente. Se abaixando depressa, ele tapou uma orelha e pôs a mão atrás da outra, ficando tão quieto quanto a rocha sob seus pés enquanto o som se aproximava, aumentando lentamente em volume e clareza, até que palavras pudessem ser distinguidas nos gritos suaves. "...sei! Espere, por favor! Sou eu! Tem que acreditar, Dasei!" O garoto apertou o cenho, e levantando-se devagar, olhou fixamente para a direção de onde vinha o som. Engoliu em seco uma vez, depois arfou com força antes de fazer uma careta resoluta e, arregalando os olhos, virar-se para a queda. Enquanto mais um grito soava à distância, ele pulava. O ar o segurou por um instante ínfimo antes que despencasse para a água, para a espuma… e para as pedras lá embaixo. Pouco tempo depois, outra silhueta apareceu no mesmo local, pulando as pedras da mesma forma que o garoto até se pôr exatamente onde estivera, sobre a beirada da queda. Mas, diferente do menino maltrapilho, essa figura não usava roupas, nem tinha cabelos, nem qualquer coisa que se parecesse com uma pessoa além de sua forma e baixa estatura. Talvez parecesse uma criança não fosse ela apenas e completamente cinzenta. Em sua cabeça não havia rosto, e em suas mãos e pés não haviam dedos. Parecia sólida, mas também insólita, como se estivesse a ponto de se desfazer em névoa a qualquer momento. "Dasei!" A criatura chamou sem abrir qualquer boca aparente. Sua voz era doce e delicada, mas sua cabeça se virava em todas as direções, tão bruscamente que, fosse uma pessoa comum, certamente seu pescoço se quebraria todas as vezes que se mexesse. "Sou eu Dasei!" Ela gritou. "Por favor. Me ajude." O barulho da água se chocando contra as pedras acompanhava os gritos reverberando nos paredões, mas além disso, nenhuma resposta soou mesmo depois de algum tempo. "Dasei!" Ela gritou ainda mais alto. Sua voz se tornando um tanto mais estridente. "Você é um covarde! É tudo culpa sua! Porque fez isso, Dasei? Porque me abandonou?" A água rugia ao redor. E abaixo do desfiladeiro, o pequeno lago ondulava agitado antes que a água continuasse correndo para outro caminho que sumia pela mata fechada. "Dasei!!" A criatura gritou outra vez. A voz antes suave se tornando grave e rouca enquanto o peito da figura nevoenta se enchia e seu corpo vibrava ao soltar um urro horrendo. Então o grito cessou abruptamente, morrendo no ar quando a figura estremeceu. Um r***o disforme se abriu em sua cabeça e pequenas línguas sibilaram para fora dele antes que a criatura se virasse e, sem se virar para trás outra vez, corresse de volta pelo caminho entre as pedras. Quando o som da água era tudo o que restava abaixo da pequena cachoeira, uma mão quebrou a superfície do lago, segurando as pedras deformadas pelo constante cair da água ao manobrar entre elas. Quando emergiu próximo à margem, a figura tossiu, engasgando, então se deixou cair sobre o cascalho barroso e cheio de tufos esverdeados. Com esforço se virou de barriga para cima, fechando os olhos e finalmente suspirando. "Dasei." Chamou uma voz de trás do menino de repente, o fazendo cerrar e então arregalar os olhos. Dasei girou sobre o próprio corpo, encolhendo a perna sangrenta até que pudesse, sem jeito, se pôr de frente para o estranho entre as árvores. Mesmo já com um pé na correnteza e se forçando a levantar o corpo sobre braços trêmulos, o menino não se jogou na água outra vez, nem correu, ou gritou, ou mesmo pôde dizer qualquer coisa coerente por um momento. Apenas abriu e fechou a boca algumas vezes antes que enfim conseguisse formar palavras roucas. "Você… você é…" O garoto maltrapilho apertava os dedos sobre os tufos de mato e barro ao tentar falar. Sua respiração se tornava pesada e seus olhos vibravam levemente, olhando sem entender, como se procurasse qualquer coisa no estranho que fosse digna de se ver antes das outras. "O que eu sou, Dasei?" Perguntou o homem ao observar o garoto calmamente. As longas abas de seu chapéu estavam amassadas além do se poderia achar aceitável para o proteger do sol, e seu casaco puído como se houvesse viajado por todos os caminhos que existiam sem trocá-lo uma só vez, mas a visão daquele homem ainda prendia o garoto maltrapilho no mesmo lugar, o fazendo arfar e fazer caretas, balbuciando estupidamente antes de conseguir enfim dizer as palavras que nunca eram ditas naquele mundo. "Você é… um adulto."

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