Um novo mundo

DIAS CINZAS. As únicas palavras quais eu consigo pensar nesse momento. Não sei em que momento da minha vida tudo parou de fazer sentido. Talvez tenha sido no dia em que eu vi meus pais morrerem na minha frente e não consegui fazer nada, anão ser assistir tudo e ficar em silêncio. 2 anos atrás. Acordei com meu despertador tocando, me levantei e fiz minhas higienes, me arrumei e fui em direção a cozinha para tomar café. -Bom dia família! - digo alegre para meus pais, que me olham desconfiados. -Bom dia filha! O que você tem ? Acordou cedo e alegre. - ele diz depositando um beijo na minha testa. -Bom dia Manu! Aposto que é algum namoradinho na faculdade. - minha mãe diz rindo. Enquanto a olhamos com desânimo. - Não tem nenhum namoradinho mamãe, só estou feliz pois hoje tenho uma entrevista de emprego, e eu estou confiante que tudo vai dar certo. - digo me levantando para sair. - Que bom filha! Já estamos indo, quer carona? - Cláudio pergunta indo em direção suas coisas no sofá. - Claro, vamos. - assenti arrumando minhas coisas e indo para o carro. Fomos o caminho todo rindo, conversando sobre minhas aulas e também sobre minha vida. Eu amava o interesse que eles demonstravam. Estávamos parados no sinal quando eu avistei Nicole pela janela, uma amiga de faculdade. Acabei tendo a grande ideia de ir em sua direção, desci ali mesmo no sinal e atravessei a rua correndo para alcança-lá. Mas um barulho auto me fez parar e olhar para trás, me arrependi amargamente. AQUELA CENA. Aquela maldita cena dos meu pai implorando pela vida, enquanto minha mãe estava lá, desacordada e cheia de sangue. Enquanto dois homens apontavam armas em sua cabeça, meu pai me olhava com uma expressão que eu nunca havia visto, Arrependimento. Eu não sabia o que fazer então me virei de costas esperando que aquele momento passasse o mais rápido possível e ao invés de correr, eu apenas esperei o outro disparo. Foi como se eu soubesse o que ia acontecer, e quando eu olhei novamente eles já haviam partido. Só me restando a solidão e o desespero. Eu não sabia o que fazer ou o que esperar da vida a partir daquele momento. Eu nunca fui uma pessoa que gostasse de viver a vida de forma desgovernada, sempre fui muito limitada das coisas que gostaria que acontecesse. Eu já estava disposta a viver mais, e logo quando eu achava que tudo iria melhorar. À vida me prega essa peça. Só queria que tudo voltasse a fazer sentido outra vez.