Quebrando a Maldição #Romance #Fantasy #Suspense

Minha mãe sempre disse que se você quer algo bem feito, faça você mesmo. Por anos eu achei que ela estava tentando dizer que era para eu fazer algo bom, mas depois de ver o povo do reino vizinho ajoelhado pedindo misericórdia, percebi que ela não estava fazendo. - Por favor majestade! Tenha piedade do pequeno príncipe! Ele perdeu os pais! - um súdito do reino de Seymour implora. - Eu matei os pais do príncipe, assim como eles expulsaram meu marido e fez ele ficar exausto de tanto construir este reino enriquecido pelos céus. - minha mãe diz tranquilamente. - Matou os pais do príncipe? - apareço com o rosto surpreso. - Você é realmente minha mãe? - olho chorando. - FREDERICK! Tire Scarlet daqui! - ela ordena ao conselheiro que me leve de volta para meu quarto. - Minha mãe...Não é aquela mulher, não é mesmo Fred? - Fred tinha apenas 24 anos, mas nasceu parar ser conselheiro da rainha e meu também. - Você ainda é muito nova para entender, Vossa alteza. - Sou muito nova para entender que uma criança ficou órfã, mas não sou nova para subir em saltos altos e caminhar por metros e horas... - Ei! - ele se abaixa colocando a mão em meu ombro. - Você é uma criança perfeita demais! Se preocupa com todos e isto...vai fazer você ser uma boa rainha no futuro. - ele sorrir. - Anime-se! Você ainda tem 6 anos! Vai viver muitas coisas! Vossa alteza! - ele me guia até o quarto me deixando sozinha nele. Me aproximo da janela, para minha sorte a torre aonde ficava meu quarto era baixa, então fazia corda com os edredons e ia para a vila de cidadãos brincar com minha amiga Clarice. - Você está ficando boa no arco e flecha! Alteza! - Clarice sorrir enquanto paramos para descansar debaixo de uma cerejeira. - Clarice! Me ajude a ir para Seymour! - digo me levantando e encarando ela. - Enlouqueceu? São duas horas de viagem até lá! - ela diz. - Quero conversar com alguém que está passando por um momento difícil. - digo fazendo beicinho...Clarice era mais velha que eu, ela tinha 8 anos. - Está bem! Por sorte tem uma carruagem indo agora mesmo! - ela diz me puxando até a carruagem. Quanto mais me destanciava de Alexandria mais me aproximava de Seymour...Depois de duas horas observando as árvores o reino foi avistado. Ele era colorido havia flores e árvores de todas as cores, sua beleza era devastadora, o castelo conseguíamos ver de longe e precisavamos subir um morro enorme para chegar nele. - Por quê veio ao castelo real Lisa? - Clarice pergunta ofegante. - O príncipe...minha mãe matou os pais dele. - digo me aproximando do portão e Clarice enfia na frente. - ESTÁ MALUCA! SE OS GUARDAS DESCOBRIREM QUE VOCÊ É UMA SCARLET, IRÃO TE m***r NA HORA! - ela me encara com medo. - Acha que não sei disso? Mas algo...está me puxando para cá...este garoto deve está sofrendo lá dentro...precisamos animar ele. - Não irei permitir, alteza! - ela abaixa a cabeça. - Não se esqueça Clarice, valorizo sua amizade...mas posso fazer você desaparecer de Alexandria. - tadinha, mas é a única forma dela deixar eu passar. - Então...ficarei aqui fora. - ela diz se afastando e logo entro para dentro do castelo escondida. - Ei mocinha! - uma concubina aparece e faz eu extremecer toda. - Eu...eu...sou amiga do príncipe! - digo me curvando. - Ah...entendo...ele está no quarto, tente animar ele por favor...o rei não quer comer nada. - ela diz triste. - Rei? - pergunto. - Os pais dele morreram...como ele é filho único, ele será o rei desta nação. - ela diz sorrindo. - Mas...quantos anos ele têm? - pergunto curiosa. - É amiga de vossa majestade, mas não sabe a idade dele? - ela questiona. - Eu...sofro de perda de memória constante. - digo tentando disfarçar. - Quantos anos você tem garotinha? - ela se abaixa me encarando. - Tenho seis anos! - digo. - Vossa majestade tem a mesma idade que a sua. - ela diz sorrindo. - Rei com seis anos...- coitado. - Bom...vou ver vossa majestade! - digo me afastando. Subo as escadas e depois de olhar basicamente duzentos quartos encontro um com a porta fechada, com certeza era o dele. Bato na porta e uma voz bem triste e baixa me responde. - Não estou com fome senhorita Charlie. - Quem disse que sou a Charlie! - entro no quarto e ele se assusta. - Quem é você? - ele me olha surpreso. - Sou...sou apenas uma fada que resolveu passar aqui e ver o príncipe. Afinal sua tristeza se nota há quilômetros! - digo tentando arrancar um sorriso dele. - Não acredito em fadas! Saia! - ele se vira e continua olhando a janela. - Eu entendo como você se sente...- digo me aproximando. - Não, você não entende! - Majestade, tente me escutar... - me aproximo mas ele me interrompe. - EU ODEIO AQUELA MULHER! ODEIO A RAINHA SCARLET! Eu prometi aos meus pais mortos que irei me vingar dela! Vou fazer ela chorar sangue! - ele diz com lágrimas saindo de seu rosto. - Eu...perdi meu pai também! Ele era a coisa mais importante para mim...mais importante que minha própria mãe. - digo ficando ao lado dele e olhando a vista. - Como fez para superar? - ele me olha com atenção pela primeira vez. - Não superei...afinal somos crianças...quando perdemos pessoas que amamos ficamos triste sempre que lembramos deles, meu pai era meu refúgio dos atormentos da minha mãe...o que ela faz é brincar de me transformar em uma princesa. - digo suspirando. - Me diga fada...como faço para esquecer isso tudo e recomeçar? - ele me olha triste. - Encontre algo! Algo que motive você a não desistir! - sorrio. - no começo vai ser difícil, mas sei que depois será tudo uma firmuzura! - digo e ele cai na gargalhada me deixando constrangida. - Formosura! - ele diz sorrindo. - Você disse firmuzura, o correto é formosura. - Como se eu ligasse! Sou apenas uma criança! - digo e sorrimos juntos. - PRINCESA! - Clarice entra dentro do quarto assustada. - OS GUARDAS DA SUA MÃE! ESTÃO INVADINDO O CAS- ela é interrompida quando um guarda entra no quarto. - Vossa Alteza! Ficou maluca! - o guarda me puxa pelos braços e Philip me encara assustado sem entender o que estava acontecendo... Aquela foi a última vez que eu vi ele. Depois disso minha mãe me colocou em vigilância suprema. - Aonde estava com a cabeça Lisa! Se eles a matassem! Eu não sei o que faria! - ela me encara com raiva em seus olhos. - Eu só queria ajudar ele! - digo. - Alteza! Não fale assim com a sua majestade! - Frederick me repreende. - Frederick! Diga ao Jacob que Lisa não irá brincar fora do castelo com ele e com Clarice! Apartir de hoje ela aprenderá a usar uma espada e uma coroa ao mesmo tempo! - Mãe! - digo. - Sim, minha rainha! - Frederick se retira da sala do trono ficando apenas eu e ela. - Sinto tanta saudade do papai...ele sabia o que era amar! Diferente de você! - digo aumentando o tom da minha voz. - Eu não te amo? Se estou fazendo isso, é por que te amo tanto que tenho medo de te perder! - ela me olha séria. - Não! Você não me ama! Só me quer como uma boneca! Que você pode brincar como quiser! Me faz usar saltos, meus pés doem o dia todo, faz eu usar talheres diferentes, faz eu vestir esse tanto de pano! - digo tentando rasgar meu vestido, mas por ser pequena não tinha quase nada de força. - Um dia Lisa você irá entender meu sacrifício. - ela diz. - Matou os pais daquele pequeno garoto! Agora ele se tornou um rei tão jovem! Não tem piedade dele? - pergunto me aproximando. - Eles mataram o seu pai! - ela diz. - Não! O que matou o papai foi o seu orgulho de sempre querer mais! - digo e ela se levanta do trono jogando xícaras de chá no chão. - Nunca mais repita tal barbaridade! - ela me encara com raiva em seus olhos. - Caso contrário esquecerei que é minha filha e perderei o controle que ainda tenho. - ela diz acenando para os guardas me acompanhar, até meu quarto. Aquele dia eu não pensei que as minhas palavras fossem ser tão pesadas como no futuro. Minha vida passou a ser repetitiva, acordava às 6 da manhã para treinar o salto e a tarde o general Cunha me ensinava a manozear uma espada. - Anda! - minha mãe gritava. - Mas mãe minha pernas estão doendo! - digo tentando descansar um pouco. - Postura Scarlet! - ela grita erguendo o meu queixo. - Mãe, esses sapatos estão machucando meus pés...- digo observando crianças dos serviçais brincarem e avisto Jacob e Clarice me encarando tristes. - Eles precisam machucar, para se tornar uma verdadeira rainha para esse povo! Anda! Postura. Me erguo e continuo treinando, depois disso tudo havia os chás da realeza, princesas dizendo que queriam se casar e etc. Eu era a única com 6 anos no meio delas. Todas já eram adolescentes e com o destino feito. - Lisa! Quando crescer vai querer se casar? - uma das princesas me pergunta tomando chá. - Não! Casamento é uma coisa irrelevante! - digo. - Você fala isso agora! Mas quando sua mãe escolher um bom noivo, aí sim quero ver. - ela diz sorrindo. - Não quero que ela escolha nada para mim. - digo abaixando minha cabeça e tomando outra xícara de chá.