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Desencontros

Série Inevitável Livro 2

Um amor de mais de 10 anos pode sobreviver a tantos desencontros?

Victor e Rafaela são completamente diferentes. Ele é tímido, ela é extrovertida. Ele é calmo, ela é efusiva. Ele prefere a paz do campo e o aconchego de um bom livro e ela prefere a noite agitada de uma balada e as constantes atualizações das redes sociais.

Mas depois de encontrarem o amor nos braços um do outro, poderão seguir a vida separados, mesmo que tenham invertido os estilos de vida?

O amor que sentiram juntos, um pelo outro, é capaz de sobreviver a tantos desencontros?

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Prefácio - Capítulo 01 - Capítulo 02 - Capítulo 03
Prefácio PRA SEMPRE Compositores: Thiago Grulha  Eu disse sim, mas não disse agora Eu disse quero, mas em outra hora Deixa eu te conhecer Me diga quem é você O teu olhar me desmonta inteiro E o teu sorriso é o Sol verdadeiro Deixa eu te conhecer Me diga quem é você Quero um amor que resista o tempo Uma verdade pra abraçar pra sempre Caminhada de bons sentimentos Um coração que me entende Eu quero colo, eu quero carinho E o meu carinho eu quero te dar Eu já andei muito tempo sozinho Por favor, deixa eu te encontrar A tua voz não sai da minha mente E o meu desejo é seguir em frente Deixa eu te conhecer Me diga quem é você A nossa história pode ser tão bela Até os anjos vão sonhar com ela Deixa eu te conhecer Me diga quem é você Quero um amor que resista o tempo Uma verdade pra abraçar pra sempre Caminhada de bons sentimentos Um coração que me entende Eu quero colo, eu quero carinho E o meu carinho eu quero te dar Eu já andei muito tempo sozinho Por favor, deixa eu te encontrar Por favor, venha me encontrar O amor quer nos encontrar                                                                                       Capítulo 01                                                                                          ANO 2010 RAFAELA   O primeiro sinal para entrar para aula já tocou, mas eu continuo sentada no balanço da pracinha em frente à escola olhando sol. As árvores balançam com a brisa leve e eu chuto a areia que está se acumulando em meus tênis. Uma criança passa por mim e choraminga para a mãe dela dizendo que quer brincar no balanço e diz algo sobre eu ser muito grande para estar sentada aqui. Eu mostro a língua para ela e continuo olhando para frente.  Eu adoro crianças e realmente tenho 14 anos e sou muito grande para esse balanço, mas o sol aqui está tão lindo! Tão quentinho! Ouço Thais me chamar, mas não me viro. Continuo de olhos fechados sentindo o sol aquecer a minha pele. — Rafa, o que você está fazendo? — Thais para próxima a mim. — Vamos, nós iremos nos atrasar.  Eu respiro fundo mais uma vez, viro o rosto na direção voz de Thais e quando abro meus olhos, eu o vejo. — Olha, Thais, que menino lindo! — aponto com a cabeça para direção do menino, mas Thais, que não é nada discreta, se vira de um lado para o outro. — Onde? — Seus cabelos pretos se agitam quando ela procura a quem eu estou me referindo. — Ali — indico o menino. — Ele está vindo aqui, disfarça... O menino mais lindo que eu já vi se aproxima, para na nossa frente e sorri. Eu sempre digo que o sol é a coisa mais linda que existe, mas depois de ver esse menino, tenho as minhas dúvidas. — Oi... — ele nos cumprimenta, mas minha voz não sai. É como se tudo dentro da minha cabeça tivesse derretido. — Oi, Victor! — Thais pula em seus braços e o abraça pela cintura. Ele dá um passo para trás recuperando o equilíbrio, deposita um beijo em sua cabeça e sorri. — Rafa, esse é o Victor, o meu amigo que te falei. — Thais o solta e o empurra na minha direção. — Victor, essa é a Rafa, a minha amiga que eu também já te falei. — Ela bate palmas como se tivesse realizado o maior feito da humanidade. Ele sorri tímido e quando olha na minha direção sinto o ar sair de meus pulmões e não voltar. Em vez de responder seu oi eu tusso. Tusso muito... Tusso na cara dele. Victor dá um passo para trás e Thais me olha assustada. Ela retira a mochila das costas, pega uma garrafinha de água e me entrega. — Você está bem, amiga? — A preocupação em sua voz só acentua a minha vergonha. Se o chão abrisse um buraco agorinha eu pularia dentro sem pensar. O último sinal para entrarmos para a aula toca, e antes que eu desmaie de vergonha, saio correndo deixando Thais e o garoto mais lindo do mundo para trás.                                                                                   VICTOR   Acordo com meu pai me chamando da porta do quarto, viro de lado e coloco o travesseiro sobre a cabeça. Ouço quando ele abre a porta e se aproxima da minha cama. — Acorda, Victor. — Eu continuo sem me mexer, quem sabe assim ele desiste. — Eu vou a Vale Verde — dou um pulo na cama e jogo a coberta para o lado. Meu pai ri. Ele sabe que eu não perco nenhuma oportunidade de ir à cidade. Passo por ele correndo e vou para o banheiro. Estou escovando os dentes quando ouço os seus passos contra o chão de assoalho de madeira. Ele se aproxima do banheiro e me avisa que me aguarda na caminhonete em 10 minutos. Eu respondo com a escova na boca que já estou indo. Cuspo a pasta na pia, lavo a boca e corro me trocar. Em cinco minutos estou dentro do carro ao lado de meu pai. A viagem até Vale Verde é feita ao som de música sertaneja raiz. É o único estilo de música que meu pai escuta. Ele se orgulha de ser um homem do campo, um sertanejo nato. Segundo ele é um homem com H maiúsculo que lida com o campo e o gado. Seu avô era assim, seu pai era assim, ele é assim e sei que ele quer que eu seja assim também, porém não é bem isso que eu quero para o meu futuro. Todas as vezes que falei que quando crescesse iria morar na cidade meu pai me olhou bravo e disse que se eu fizesse isso ele me deserdaria. Quando eu era pequeno não entendia o que ele queria dizer, mas hoje com meus 16 anos, já entendo, então parei de falar, mas meus planos continuam os mesmos. Eu gosto da fazenda, vivi a minha vida toda aqui, mas não me vejo vivendo só aqui e tocando gado igual meu pai. Não desmereço o estilo de vida que ele escolheu. Meu pai é o maior criador de gado do estado e está entre os maiores do Brasil, e graças a isso sempre vivi com conforto. Mas eu quero viver na cidade, conhecer o mundo, apesar de meus pais sempre viajarem, luxo que minha mãe faz questão e a única coisa que a deixa feliz, eu quase nunca os acompanho, sempre estou em período de aulas.  Talvez seja daí que nasceu a minha vontade de conhecer o mundo. Chegamos a cidade pouco antes das 7h. A cidade de Vale Verde não é muito grande e fica localizada entre dois vales montanhosos.  A maioria dos moradores conhecem meu pai e o cumprimentam quando passamos pelas ruas. As casas são simples e a cidade toda foi construída em volta do Parque do Lago, um parque lindo com um lago cheio de cisnes. Com a construção do shopping, estão dizendo que a cidade crescerá e muitas pessoas estão se mudando para cá em busca de oportunidade de emprego.  Meu pai estaciona o carro e vai até a pecuária encomendar a ração especial para o gado e eu atravesso a praça para encontrar Thais na frente da sua escola. Vou convidá-la para passar as férias na fazenda. Thais é filha dos amigos dos meus pais, Marisa e Eduardo, e eu convivo com ela a vida toda. Ela é uma espécie de prima irritante que cresceu na minha casa, bagunçando meus brinquedos e chorando quando eu não deixava ela mexer nos meus carrinhos. Sou dois anos mais velho que ela, então como minha mãe diz sou o “exemplo” que ela tem à seguir. Ao me aproximar da escola vejo Thais atravessar a rua correndo e chamar o nome de alguém. Ela se aproxima do parquinho e eu a vejo...  A menina mais linda do mundo!  Ela está sentada em um balanço pequeno demais para o tamanho dela. Seus cabelos cor de cobre brilham na luz do sol. Thais se aproxima e a chama. Quando ela vai se levantar, olha na minha direção, fala alguma coisa com Thais que se vira de um lado para o outro como se procurasse alguém. A menina olha para frente e abaixa a cabeça dizendo alguma coisa. Eu paro na frente delas e me sinto preso aos seus olhos cor de mel. Thais, quando me vê, pula e se joga em meus braços me abraçando. Eu beijo seus cabelos e Thais sorri nos apresentando. Realmente ela já havia falado de Rafaela para mim, mas ela é muito mais bonita pessoalmente. Quando sorrio e digo oi ela se levanta e tosse. Tosse na minha cara... Tosse muito. Sua pele clara fica vermelha e Thais pega uma garrafinha de água e lhe entrega. Eu não consigo parar de olhá-la. O sinal da escola toca e sem dizer nada ela se vira e sai correndo. — Não é melhor você ir atrás dela? — Aponto para Rafaela que atravessa a rua correndo. — É, eu vou... — Thais se afasta e antes de entrar na escola, olha e acena para mim. Eu ergo o celular indicando que ligarei para ela. Thais concorda com a cabeça e atravessa a porta.                                                                                         ANO 2012                                                                                     CAPÍTULO 03 VICTOR — Ah, Thais! Eu não gosto dessas festas. — Ela me arrasta pela calçada mesmo eu dizendo que não quero ir. — Victor, foi você que me trouxe aqui. — Eu olho sem acreditar no que estou ouvindo. Depois que ganhei o carro de presente de aniversário de 18 anos, Thais tem me feito de motorista com frequência. Eu ergo os braços para o alto e bufo. Entramos na casa que está com a porta escancarada. Óbvio que não há adultos aqui, só um monte de adolescentes empolgados e com muita bebida alcoólica à disposição. Olho para a frente a tempo de desviar de uma cara que vem em minha direção e vomita ao meu lado. Thais ri da minha cara e abraça um grupo de pessoas dando gritinhos animados. Eu olho em volta procurando a saída. Algumas meninas sorriem para mim quando passo pela sala, mas eu nem sei se retribuo. Dentro dessa casa estranha está uma bagunça. A luz pulsando dá ao ambiente um toque ainda mais confuso. Minha vida sempre foi calma e silenciosa. Morar na fazenda me fez ser calmo, gostar do silêncio e de ficar no meu canto. Mas toda vez que venho à cidade Thais me arrasta para uma dessas festas loucas que só ela encontra. Vejo uma porta, que aparentemente leva ao quintal. Preciso sair dessa bagunça. Mas ao passar pela porta percebo que a bagunça no quintal é ainda maior. Há uma cama elástica ao lado da piscina e as pessoas sobem nela e se jogam na água que está cheia de espuma como se fosse uma banheira gigante. Olho para as pessoas na piscina e a vejo em meio a espuma. A menina do balanço de dois anos atrás. A menina que tossiu na minha cara. A menina dona dos olhos cor de mel. Espera.... Ela está se afogando?    RAFAELA Eu passei a tarde toda me arrumando e decidindo que roupa vestir. Thais disse que a festa seria especial, então fui ao cabeleireiro e tive um dia de beleza. Chego na festa e percebo que me arrumei demais. As pessoas ali estão mais para uma mistura de “Fugimos da escola” com “Tarde na piscina”.  Entro na sala procurando por Thais, mas não à encontro. Pego o celular para ligar para ela e um menino embriagado esbarra em mim. Melhor eu ia lá para fora. Saio para a área da piscina e percebo que não há local calmo por aqui.  Um menino para ao lado da piscina com um galão de detergente e o despeja na água, quando começa a fazer espuma ele grita e todos comemoram.  Duvido que o dono dessa casa ficará tão feliz assim. Dou um passo para o lado e vejo que quatro garotos arrastam uma cama elástica para o lado da piscina, sobem nela e pulam dela para a água, gerando mais uma onda de comemorações e gritos. Em instantes uma fila se forma na frente da cama elástica para subir e se jogar na água. Olho em volta e procuro Thais. Só falta ela estar na fila da cama elástica Estou procurando-a na bagunça quando o vejo Victor está parado na porta e os raios de sol do fim de tarde o atingem acentuando a sua beleza. Seus cabelos claros brilham com a luz do sol. Eu fico paralisada olhando-o e não percebo que um menino cambaleia em minha direção e para não cair, me empurra. Eu caio na piscina e me desespero ao perceber que ela é muito funda e eu não sei nadar. Começo a afundar sentindo meus olhos e meu nariz arderem por causa do sabão. Meu pulmão dói pela necessidade do ar e eu me debato tentando chegar à superfície, mas sem sucesso. Engulo muita água e começo a perder as forças. Sinto que alguém me segura e uma mão toca meu rosto. Ouço uma voz chamar meu nome e me esforço para abrir os olhos. Colocam-me no piso frio e sinto uma boca sobre a minha, empurrando ar para dentro do meu corpo. Tusso, cuspindo água. Ouço Thais gritar meu nome e tento abrir os olhos. O sabão da água faz eles arderem e sinto-os como se uma lixa os arranhassem, mas me esforço e vejo Thais desesperada ao meu lado. — Oi, moça! — Viro o rosto na direção da voz que minutos antes falava meu nome e agora fala oi em tom divertido. Quando meus olhos focam, vejo as duas esmeraldas mais lindas ali há um palmo de distância do meu rosto. O dono dos olhos mais lindos do mundo é Victor, e ele continua me segurando em seus braços. Eu tento me levantar, mas quando ele sorri sinto o mundo girar e tudo fica escuro novamente.                                                                                                                         ***   Acordo em um local frio. Antes de abrir os olhos sinto o cheiro de álcool e desinfetante. Ouço um bipe constante e reconheço o lugar onde sempre encontro minha mãe. Estou no hospital. Quando vou abrir os olhos percebo que alguém se aproxima de mim. — Enfermeira, como ela está? — A voz de Thais está preocupada. — Ela está bem, só precisa descansar — diz a voz ao meu lado que eu acredito ser da enfermeira. — E você mocinho, vá para casa e troque essas roupas molhadas. Com quem ela está falando? E quem é esse mocinho? — Obrigada! — Thais agradece a enfermeira e eu percebo que ela se aproxima de mim. Sinto quando segura a minha mão e dá um beijo em minha testa e se afasta. Ouço que ela conversa com alguém fora do quarto e após alguns instantes retorna. — Ok! Já pode parar de fingir que está dormindo. — Eu abro os olhos lentamente e sorrio para minha amiga que está de braços cruzados ao lado da cama. Thais revira os olhos e sorri. — O que foi tudo isso? — ela aponta para quarto a nossa volta. — Aí Thais, ele me beijou! — Coloco a mão sobre os lábios, onde a boca de Victor tocou. — Não, amiga! Ele fez respiração boca a boca. — Thais estoura a minha bolha e me traz de volta a realidade. — Só você mesmo, vir parar em um hospital só para chamar a atenção do Victor. — Thais está com as mãos na cintura me olhando e esperando que eu me explique. Cruzo os braços e sinto a agulha do soro me beliscar. — Meu Deus, você está até com soro no braço. — Eu abaixo a cabeça percebendo que dessa vez, talvez eu tenha passado um pouco dos limites. Mas quando me tiraram da piscina e eu me vi nos braços dele eu me senti a pessoa mais feliz do mundo, e quando percebi que ele tinha colocado a boca na minha, fechei os olhos e fingi um desmaio. — Amiga... — Thais segura a minha mão e se senta na cama ao meu lado. — Se você gosta mesmo do Victor, fala! Conta para ele. Eu olho para as nossas mãos juntas e penso no que Thais está falando. Ela pode ter razão. Se eu disser que o amo, ele vai dizer que também me ama e seremos felizes. — Thais, me ajuda! Eu tenho que sair daqui. — Aperto o botão chamando a enfermeira. — Calma, Rafa — Thais coloca a mão sobre a minha para que eu não tire o soro. — Você ingeriu água com detergente. Precisa ficar aqui por hoje. — Preciso falar com o Victor. — A enfermeira entra no quarto e para ao lado da cama. — Tira o soro do meu braço que eu tenho que ir embora. A enfermeira olha para mim e para Thais. Ela se recusa a tirar soro e ainda coloca um calmante junto para que eu durma. Thais se senta na cadeira ao lado da cama e mesmo eu lutando, meus olhos se fecham e a última imagem que vem a minha cabeça é a de Victor sorrindo.                                                                              ANO 2014                                                                         CAPÍTULO 03 VICTOR — Lógico que pode! — Sinto meu coração dar um tranco quando Thais pergunta se Rafaela pode vir junto com ela passar as férias aqui na fazenda. — Vou falar com a minha mãe para que arrume o quarto para vocês duas.— Obrigada. Até amanhã então, Victor — Thais se despede e desliga. Caminho até o escritório sentindo a animação invadir o meu corpo. Minha mãe está sentada em uma cadeira e não me olha quando eu entro no escritório. — Mãe, uma amiga de Thais virá com ela para passar as férias aqui. — Minha mãe ergue a mão não desvia os olhos do seu livro. Eu já sei! É para eu resolver tudo com Dona Hermínia. Minha mãe, Sra. Suelen, como é chamada pelos empregados, está sempre impecável, tanto nas roupas quanto no seu cabelo. Ela tem uma postura altiva e não sorri com frequência. Se eu pensar bem consigo contar nos dedos as vezes que a vi sorrir nesses meus 20 anos. Ela nunca foi amorosa comigo, deixou sempre essa parte para Dona Hermínia, diz que não tem tempo para ficar com frescuras. Quando era pequeno me sentia deslocado dentro da minha própria casa, mas hoje já não me importo mais. Saio do escritório e encontro Dona Hermínia na cozinha. Informo que Thais virá para a fazenda e digo que ela trará a Rafa junto. Dona Hermínia promete organizar tudo e montar uma cama para Rafa no quarto que Thais sempre ocupa. Viro-me para sair da cozinha e Dona Hermínia entra na minha frente. — Toda essa animação é só porque a Thais chega amanhã? Ou é porque ela vai trazer uma amiga? — Sorrio e Dona Hermínia pisca para mim. É impossível esconder qualquer coisa dela. Dona Hermínia é muito mais que uma empregada da fazenda. Ela é minha mãe postiça, com carinho de vó e o abraço mais acolhedor do mundo. Todas as vezes que meus pais faltaram ou falharam em suas funções como pais, era ela quem estava lá por mim. Ela que cuidava e ia em todas as apresentações da escola. Ela me conhece melhor que ninguém! RAFAELA  ... 

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