O passarinho Lipinho

Era uma vez, um passarinho chamado Lipinho, conhecido por todos os animais da floresta pelo seu lindo canto, e considerado um grande cantor, porque era acostumado a cantar todos os dias. O passarinho Lipinho gostava de brincar com todos os animais, inventando historinhas, e os animais da floresta não se importavam com as suas brincadeiras, porque o passarinho ainda era muito criança. A mãe de Lipinho sempre alertava-o sobre as suas brincadeiras, dizendo que algum dia alguém não iria gostar dessas brincadeiras, pois nem todos os animais da floresta poderiam estar de bom humor. Mas, Lipinho pensava que as suas brincadeiras não eram r**m, porque para ele era uma forma de alegrar os animais da floresta. Como os animais nunca reclamavam de suas brincadeiras, ele continuava brincando sem se preocupar com as consequências que poderia causar para ele mesmo. Um certo dia, Lipinho foi passear na floresta e encontrou um jacaré que estava dormindo na beira do lago, não se conteve, e foi brincar, falando: _Ohhh! seu jacareeé, corre que a onça está vindo! O jacaré ainda continuava dormindo, e Lipinho não desistia de chamar o jacaré: _ Oiiii! Seu jacareeeeé, acorda que a onça está vindo! O jacaré ainda continuava dormindo. Então, Lipinho teve uma ideia de como despertar o jacaré do seu profundo sono: "Vou tirar uma peninha da minha asa e vou colocar no ouvido do jacaré, agora quero ver se ele não acorda! Oh! Bichinho dorminhoco!". Logo em seguida, pegou a sua própria pena e colocou no ouvido do jacaré, e nada dele acordar. Lipinho teve outra imaginação: "Já, que ele não acordou com a peninha, vou pegar as bombinhas que guardei desde o ano passado, agora quero ver se ele não acorda". Lipinho saiu voando rápido para buscar as bombinhas em sua casa. E, quando retornou ao lago, pegou uma bombinha e colocou próximo ao ouvido do jacaré, em seguida se afastou do local para esperar a bombinha estourar, e não esperou que a bombinha fizesse um imenso barulho. O jacaré acordou assustado dando um pulo bem alto por causa do barulho, e logo Lipinho falou: _ Ôhhh! Seu jacareeeeé, corre que onça quer te pegar! O jacaré ainda no ar, por causa do pulo, deu uma cambalhota e caiu rolando pela terra, correndo desesperado, para dentro da lagoa, sem entender o que estava acontecendo, quando viu o Lipinho morrendo de ri. Neste momento o jacaré falou com a voz tremular: _ Lipinho! Você quase me matou de susto! Que brincadeira sem graça. Lipinho saiu dando gargalhadas. Em seguida, encontrou um burro pelo caminho puxando a carroça com suas compras. Lipinho, observando que o burro estava distraído, não viu a hora de brincar, e falou: _ Oi! Seu burro! Acho que você deixou cair suas compras pelo caminho! Acabei de ver as formiguinhas levando todas as suas compras! Nessa hora, o burro deixou a carroça às pressas, sem reparar que suas compras estavam dentro dela, e correu para ver onde elas tinham caído, e logo se deu conta de que as suas compras não haviam sido caídas no caminho. Depois de ter corrido um quilometro, encontrou uma forminha no caminho, e perguntou: _ Você viu as minhas compras caídas por aqui? Porque, o Lipinho disse que viu vocês pegando as minhas compras que haviam caído no caminho. A forminha, respondeu sem entender a pergunta do burro, que estava nervoso, preocupado e cansado: _ Quais compras? E o burro respondeu: _ Aquelas que caíram na estrada, pois o Lipinho disse que vocês pegaram as minhas compras. A forminha desconfiada, perguntou do burro novamente: _ Por um acaso foi o Lipinho que falou isso? Você pelo menos olhou dentro da carroça, para ver se as suas compras estavam lá! A formiguinha ficou indignada pela história que o Lipinho havia dito. Respondeu o burro: _ Não! Estava distraído e nem pensei nisso na hora! Não acredito que caí nas historinhas do Lipinho de novo!!! Depois de uma boa conversa com a formiguinha, o burro retornou ao local onde tinha deixado sua caroça e viu que suas compras estavam lá dentro da carroça e continuou sua viagem. Nesse dia Lipinho estava impossível, voando por toda a floresta para bagunçar com os animais e, pelo caminho que voava encontrou um tatu caminhando na trilha em direção a sua toca. Lipinho estava voando bem alto, e gritou: _ Olha! Seu tatu! Está vindo uma enchente muito forte, que vai inundar a sua toca! Corre!!! Que todos estão em perigo! O tatu ouvindo isso, saiu correndo todo desesperado, pegando seus filhotes e sua esposa, para salvá-los, e subiu as pressas em um morro bem alto. O pato vendo o desespero do tatu, perguntou: _ Seu tatu! O que está acontecendo? Porque essa pressa toda? O tatu respondeu: _ Estou fugindo de uma enchente! O Pato, respondeu: _ Que enchente? Aonde? Estou vindo do alto e não vi nada de anormal! Não tem enchente nenhuma! O tatu respondeu: _ Não acredito! Que fui enganado! O pato, perguntou: _ Seu Tatu! Foi o Lipinho que falou da enchente? O tatu respondeu: _ Sim!!! Foi ele mesmo! O tatu furioso, começou a descer do morro com toda a sua família, voltando para sua toca. Lipinho não se aguentava de tanto ri das suas brincadeiras, que havia feito com os animais da floresta. Na volta para a sua casa, viu que ela estava pegando fogo e, em seguida correu desesperado para pegar água, mas não conseguiu apagar a chama do fogo imenso, que se alastrava por toda sua casinha. Então pensou: "Vou chamar os animais da floresta, pois tenho certeza que eles vão me ajudar". E, saiu voando muito rápido para pedir ajuda aos animais. Mas ninguém acreditou no que ele estava falando, por ter feito várias brincadeiras com os animais da floresta. Mesmo assim no desespero, continuou buscando ajuda, sem poder fazer nada, e correu para acorda o jacaré, mas o jacaré não deu atenção ao passarinho. Lipinho ficou  desesperado mais ainda, e foi pedir ajuda ao burro, que vendo a aflição do Lipinho, também ignorou-o. Lipinho sem nenhuma ajuda, ficou muito triste e abatido, porque não tinha como salvar sua casa. De repente, percebeu que sua mãe não estava em lugar algum, o que deixou mais desesperado ainda, saindo em busca de sua mãe. Todos animais da floresta falaram que ela tinha ido para casa dormir. E, Lipinho começou a chorar, pela perda de sua mãe. Depois, de muito chorar, resolveu pedir desculpas de todos os animais da floresta, falando para todos, que não ia mais brincar daquele jeito, porque ninguém ajudou ele quando precisou de ajuda. Por isso, Lipinho disse aos animais: _ A partir de hoje, irei apenas cantar em homenagem a minha mãe. Nesse momento todos os animais da floresta se comoveram e o abraçaram. O que Lipinho não sabia, era que o animais da floresta, tinha feito uma brincadeira com ele, colocando fogo em sua casa velha. Pois, sua mãe havia comprado uma outra casa, e tinha saído para arrumar as coisas na casa nova. Os animais, aproveitaram dessa situação para fazer esta brincadeira com Lipinho. E, quando a sua mãe chegou para avisa da surpresa. Avistou seu filho chorando, sem entender, e todos falaram para o Lipinho: _ Surpresaaa!!! Lipinho deu um grito bem forte de felicidade, por ter visto sua mãe viva, e saiu correndo para abraça-la. No outro dia, Lipinho estava na janela de sua nova casa, avistou uma cigarra caminhando no jardim, e falou: Oi!!! Dona cigarra!!! Como vai? A sua mãe logo interrompeu, dizendo: _ Lipinhooo!!! Moral da história: Quem brinca, será brincado; O que pode ser bom pra você, pode ser r**m para o outro; Uma brincadeira impensável, pode ser seu desespero um dia.