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Pie Disputes

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intro-logo
Blurb

Camila Oleja e Agnes Velazco se conheceram na escola, mas elas não puderam seguir com o relacionamento que tinham por conta de suas mães que passaram a serem rivais por conta da competição de tortas.

Camila passou anos o mais longe possível da cidade, voltando apenas quando fosse de extrema necessidade, mas em determinado momento ela precisa voltar para cidade e acaba se encontrando com Agnes Velazco e relembrando a paixão de adolescência pela mulher, como uma i****a e sem saber como, Camila vai parar no lugar mais abominável para si: em uma confeitaria, com especialidade em Tortas.

Camila se vê presa entre aborrecer sua paixão de adolescência e contar que tudo que ela mais odeia no mundo são tortas, que por acaso são a paixão de Agnes e esse nem é problema principal. O que suas mães achariam de uma união de suas entre 'famílias rivais'?

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01 (Epílogo)
(Passado) Lembro bem do dia que conheci Agnes Velazco. Era mês de Setembro, ou seja o início das aulas. Estava bem irritada naquela manhã, o principal motivo era ter que acordar para ir para escola.  Sabe o que dizem sobre não ter pensamentos bons atrair coisas do mesmo tipo? É real! A minha primeira aula era de Física e ninguém tinha noção do quanto eu tinha preguiça dessa matéria infernal!  Entrei na sala e parei na frente para escolher com quem sentar. Precisava de alguém inteligente pois de r**m com Física já me bastava, então a vi encolhida num canto da sala, no fundo da local. Pessoas que sentam no fundo não costumam ser inteligentes, mas ela tem jeito de ser inteligente e é tão bonita...  Agnes Velazco ajeitou o cabelo, que estava fora do lugar, atrás da orelha. Olhou para a frente da sala, mas sem focar em algo ou alguém. Mais alunos entravam na sala, resolvi logo indo sentar no lugar ao lado dela para não perder a oportunidade. — Posso sentar aqui? — parei ao lado do lugar vago e indiquei balançando a cabeça na direção. Ela me olhou e respondeu: — Pode. — Agnes baixou logo a cabeça para mexer no material já espalhado na mesa, ela estava com vergonha. — Obrigada. — Agradeci e sentei, comecei a mexer na minha mochila. Ela não fez nada ou ao menos me olhou durante o tempo que estive ali. Quando eu estava com muita raiva, vestia uma touca e um casaco de moletom, cruzava os braços e não olhava nem para os lados, geralmente funcionava para ninguém me perturbar, mas no dia em questão apesar de estar irritada por acordar cedo, depois de ficar acostumada com o horário nas férias, vesti uma roupa que me fazia parecer acessível. Ninguém se arruma direito para os outros dias, apenas para o primeiro dia de aula, a não ser que a pessoa seja uma dessas garotas que se importam mesmo com o visual ou apenas gostam de aparecer na escola super maquiadas. Não quero ofender ninguém, até mesmo acho incrível a capacidade da pessoa de acordar e conseguir se arrumar para ir ao colégio, eu m*l trocava de roupa de tão h******l que era sair pela manhã.  Seguindo com o assunto de como as pessoas se vestem... Agnes estava linda naquela manhã.  Será que ela é hétero? Deus, permita que não! Olha, um ser tão lindo assim não pode ser. Mesmo que eu não tenha a chance de beijá-la... Eu já quero beijar ela? E nunca nem a vi, senta lá, Camila! Ela é tão bonita que não merece ser hétero. Não que ser hétero seja r**m, na verdade não sei, nunca fui para saber, mas a garota tem um sorriso tão bonito.  Agnes ficou vermelha, estava linda. Ao que parece olhei demais e por isso ela estava corada. Não tinha me dado conta que estava encarando-a até que percebi que estava corada. Quase me estapeei, só que seria pior, uma vergonha a mais logo de cara. — Qual seu nome? — Foi mais um atrevimento da minha parte, um momento de coragem repentina. Eu era bem vergonhosa, só que como já tinha pagado mico encarando-a, perguntar não ia fazer tanta diferença. O que é chuva para quem já está molhado, certo? — Agnes. — Ela respondeu, olhando rapidamente para o meu rosto e desviando o olhar para a frente. — E o seu? — Camila. — Bom dia, classe! — A professora de Física tentou soar animada, mas todos (ou quase todos) já conheciam ela e sabiam o quão chata ela era. Aquela filha da mãe, acho que ela tinha raiva de mim desde o primeiro ano do Ensino Médio. — Para esse ano eu trouxe vários projetos bem bacanas! — O rosto gorducho e branco estava ficando vermelho. — Espero que ela infarte até o final do ano... — O quê? — Agnes perguntou com um ar risonho. Ela virou o rosto e me fez encará-la. — Ela é uma vaca. — Sussurrei, como se não fosse nada demais, porque fiquei com vergonha do que tinha dito, era para ser apenas na minha cabeça. Não queria que Camila pensasse que eu era uma estúpida que falava m*l das pessoas (mesmo que eu fosse um pouco). — Você vai ver isso no decorrer do ano. — Na minha visão ela parece mais um porquinho da Índia do que uma vaca. — Eu ri baixinho tentando não chamar atenção e abaixei a cabeça. — Ei... Para de rir. — Agnes cutucou em meu braço, me fazendo parar de rir aos poucos. ***** — ... eu acredito no ciclo que se repete a cada 33 anos, vocês não precisam acreditar. A professora de Física falava há um tempo, seu tom parecia arrogante, mas eu não sabia se era mesmo ou era o ódio que tinha dela falando mais alto. — Pensando nesse assunto estou querendo em fazer uma cápsula do tempo, mesmo que vocês não acreditem nesse ciclo, escrever o que esperam e saber depois se conseguiram realizar é uma ideia legal... Ela gesticula com seu pé balançando um pouco de um lado para o outro, era até divertido de assistir. — Só que não vamos esperar por 33 anos, porque nesse tempo alguns podem até estar mortos ou sei lá... É muito tempo, enfim. — Ela gesticulou mexendo suas mãos minúsculas. — Nós vamos colocar os papéis com o que quiserem escrever e daqui 16 anos e meio iremos nos encontrar e abrir... O que acham? Acho uma ideia i****a. E acho que não quero voltar aqui depois de quase 17 anos! Só isso que eu acho. — Eu achei a ideia legal. — Agnes falou um pouco animada demais, olhando—me de perfil. — Você vai escrever, não é? — É. Eu vou... Animação total! — Fingi animação, sendo mais irônica do que a pessoa que inventou a ironia. — Você foi irônica?! — Não?! — Falei fazendo minha cara de cínica, com um sorriso à tira colo. — Imagina... — Você é fofa demais para ser...  Lá estava a filha da mãe me desarmando. ***** — Posso ficar com você na hora do intervalo? — Ficar comigo? — Lanchar com você. — Agnes explicou para que eu entendesse porque estava parecendo burra, pela minha lentidão. — Não conheço ninguém nesse colégio. — Ah! — Enfim entendi e soltei uma risadinha para mim mesma, pelo m*l entendido na minha própria cabeça. — Claro que pode, sempre como com minha amiga, garanto que vão se dar bem... Eu nunca entendi porque essa frase saía sem querer: "garanto que vão se dar bem", ninguém tem como saber se o outro vai gostar. Esperava que ela gostasse de Bridget Alanis Soto, porque eu gostava de Agnes até aquele momento. E apesar de não conhecer Agnes, esperava não me decepcionar com ela. — Obrigada! — Agradeceu e me abraçou pelos ombros, meus olhos se arregalaram e olhei para o lado procurando por Bridget Alanis que se sentava sempre nos lugares da frente com o garoto por qual tinha uma queda. Bridget não estava ali para rir de mim, porque isso que ela fazia quando via alguém me abraçar, ela sabia sobre minha aversão sobre abraços sem serem pedidos. Quando queria um carinho ou abraço, eu pediria. Ela se afastou sorrindo e falou:  — Você é legal! Você nem me conhece para dizer isso. Espera até conhecer para ver se concorda com o que disse! — Não sou. — Retruquei, mesmo assim sorri, ela se inclinou e tocou meu braço. Vi um sorriso surgir em seu rosto e senti meu coração disparar um pouco. — Eu vou julgar isso. — Ela falou rebatendo minha negação e explicou porque já tinha notado que eu poderia ser lerda com certa frequência. — Sobre você ser legal. Sorri feito uma i****a, o que eu poderia fazer?! Pessoas bonitas tem esse efeito sobre mim e Agnes Velazco era simplesmente linda.

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