Capítulo 02

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Ângela Três anos que a minha vida virou de ponta cabeça, tudo que eu tinha desmoronou diante dos meus olhos. O conto de fadas que eu estava vivendo não teve um final feliz. Fui vítima de uma grande armação que me tirou tudo de melhor que tinha acontecido na minha vida. Vivi quase toda a minha vida em um abrigo para crianças, a minha mãe era usuária de drogas e perdeu a minha guarda, como ela não tinha irmãos e nem parentes que pudesse ficar comigo fui levada para o abrigo. Fiquei de abrigo em abrigo até os meus quinze anos quando o diretor tentou me estuprar e eu fugi e fui buscar viver só. Não foi fácil, mas consegui me virar. Fiquei trabalhando de babá e estudando até completar os meus dezoito anos, depois fui trabalhar de garçonete num dos bares mais badalados daqui da Toscana. Foi nesse trabalho que conheci o Christian, foi amor a primeira vista e ali começamos a nossa história. Vivemos esse romance por três anos, mas sempre com a rejeição da sua irmã e a sua vontade de nos separar. A Laura nunca gostou de mim e sempre disse que eu estava com o Christian por interesse, que eu queria apenas me dar bem na vida já que eu era uma sem nada. Eu podia não ter nada na minha vida, mas sempre lutei por tudo que conquistei e jamais quis me apoiar a ninguém para me dar bem. Eu me apaixonei pelo Christian de verdade. Foi amor a primeira vista e a única coisa que me importava era está ao seu lado, tinha planos para um futuro com ele, casar, ter filhos. Mas, a Laura não aceitava por que queria que ele ficasse com a sua amiga Susan, que era louca por ele, mas ele nunca a quis. Mesmo assim a Laura queria a todo custo juntar os dois e sempre tentou me separar dele até o dia que conseguiu. Eu sempre ficava atenta a tudo, mas naquele maldito dia ela conseguiu me enganar sem eu perceber, estava numa festa na sua casa e para meu azar eu peguei uma bebida e estava batizada e ela armou essa traição, a única coisa que me lembro foi após beber alguns goles a minha vista começou a embaçar e eu fui ficando tonta e só acordei com o Christian berrando no quarto e me mandando embora, olhei para o lado e tinha um cara deitado totalmente nu e eu também estava nua e eu fiquei sem entender nada, não conhecia o cara que estava deitado que acordou e começou a falar como se tivéssemos i********e, aquilo foi a gota d'água. O Christian enlouqueceu e me disse tantas coisas, me humilhou demais e me mandou sair de vez da vida dele. Eu não tinha escolha, os fatos e o que ele viu dizia tudo e as minhas palavras não valeriam nada naquele momento. Eu ainda tentei de todas as formas mostrar-lhe que foi tudo uma armação, fiz um exame para comprovar que fui dopada, mas ele não acreditou e disse que nada mudaria o que ele viu. Deixei de tentar convencê-lo, quando tudo isso aconteceu eu já estava com suspeita que estava grávida, e confirmei duas semanas depois de tudo, mas mais uma vez ele não acreditou e disse que eu queria dar o golpe da barriga nele e ali eu vi que não ia adiantar nada tentar mostrar-lhe que estava errado. Eu já tinha lutado para ser o que eu era, nunca tive ninguém ao meu lado e eu ia continuar lutando e ia criar o meu filho sozinha, no que dependesse de mim ele não ia conhecer essa criança, ela nunca ia saber que tinha um pai. Esse era meu plano. Me mudei da Toscana e fui recomeçar a minha vida e ter o meu bebê longe dele e da família dele. Não tenho o que falar da mãe dele, ela sempre me tratou bem e ficou sentida com a nossa separação. A minha pequena nasceu e foi o dia mais feliz da minha vida, não vou dizer que foi fácil criá-la sozinha até agora, mas eu estava conseguindo. Só que a vida veio e me deu mais uma rasteira, há seis meses comecei a passar m*l sentindo fortes dores e quando fui ao médico eu descobri que estava com um câncer avançado e em estágio terminal e não tinha muito tempo de vida. Me vi perdida, porque a Lilly não podia ficar sozinha no mundo, eu não ia deixar a minha filha crescer num abrigo assim como eu sabendo que ela tinha um pai que podia dar uma família a ela e um lar. Foi aí que eu vi que tinha que procurar o Christian e mostrar que a Lilly era a sua filha, como eu sabia que ele não ia acreditar que ela era sua filha eu fiz o pedido judicial do DNA, assim ele não ia ter dúvidas que sempre falei a verdade. Passei esses três anos buscando uma forma de provar-lhe que tudo não passou de uma armação da irmã dele e eu consegui, na casa dela tinha câmeras e eu consegui as imagens dela colocando algo na bebida que tomei. Pensei várias vezes em mostrar isso ao Christian, mas eu preferi guardar, só resolvi mostrar agora porque eu quero ir em paz e quero que ele saiba que a mãe da filha dele nunca o traiu e nem o enganou. Eu nunca escondi da Lilly que ela tinha um pai, só não revelei o porquê ela não está com a gente, sempre dizia que ele morava longe que um dia íamos conhecê-lo. Eu pretendia fazer isso so quando ela tivesse entendimento para saber toda a verdade, mas as circunstâncias fizeram que eu mudasse de ideia. Eu não tenho muito tempo de vida e não posso deixar a minha filha desamparada, se eu tivesse alguém que eu pudesse deixá-la com certeza não iria incomodar o Christian, mas não tenho e ele é o pai e agora vai ter que assumir esse papel. A Lilly é uma menina linda e esperta, muito falante e inteligente e o meu coração anda a mil com medo de como vai ser a vida dela depois que eu me for, até hoje eu não tive coragem de dizer-lhe que estou doente. Sei que é uma loucura o que fiz que foi optar por não fazer o tratamento com quimioterapia, por que o médico não me deu esperança que iria me curar, o tratamento seria apenas para prolongar um pouco os meus dias de vida, então eu resolvi que ia aproveitar esses momentos sem está presa a um hospital e ia ficar o máximo de tempo possível com ela. Graças a Deus eu tenho uma pessoa muito querida que cuida dela quando preciso ficar no hospital por que não estou livre de passar m*l e em casa não consigo aliviar as dores. A Victória é uma moça ótima, assim como eu ela também fugiu de abrigo e nos conhecemos quando ela tentava comprar um lanche e não tinha o dinheiro completo e eu lhe ajudei e ali ficamos próximas e ela sempre cuida da Lilly para mim. Hoje sai o resultado e eu pedi a Vic para ficar com a Lilly, não vou leva-la, não sei qual vai ser a reação do Christian e eu não quero expor minha pequena antes de conversar com ele. Me arrumo e saio, deixo minha pequena dormindo ainda. __ Vic assim que terminar eu volto. __ Tudo bem Ângela eu não tenho nada marcado para hoje pode ir tranquila que eu fico com a pimentinha. __ Está bem. __ Espero que consiga resolver tudo. __ Eu também Vic. Pego minha bolsa e saio, não demoro muito e estaciono e vou ao local indicado e fico ali aguardando o horário, pouco tempo depois ele chega e nosso encontro depois de três anos acontece e ele está ainda mais charmoso, mas o olhar que ele me dá diz que não está gostando do que vê, claro que não estou na minha melhor fase. Trocamos algumas palavras e claro que ele ainda duvida que eu nunca o trai e que a Lilly é a sua filha. Mas , o DNA vai provar que ele está errado. Fomos chamados e saio na frente e entro e na sala e sento onde é indicado e ele entra logo em seguida, o juiz já chama a nossa atenção e fala algumas palavras antes de abri o resultado. Ele abre o envelope e a hora da verdade chega, eu não tenho dúvidas alguma que a Lilly é filha dele porque eu jamais fiquei com outro homem além dele, e isso é provado quando o Juiz lê o resultado e diz que a Lilly é filha dele. Claro que ele tentou questionar, mas o juiz foi claro com ele e dali já fomos para ele incluir o seu nome na certidão dela, agora ele é oficialmente o pai da Lilly e vai assumir esse papel. Meu coração fica tenso e aliviado ao mesmo tempo, porque quando eu morrer ela não vai ficar desamparada, mas ao mesmo tempo eu penso que minha pequena pode ser rejeitada por ele e sofrer. Mas, pode ser diferente também. Eu vou ter que confiar que ela vai ficar bem. Tudo organizado, me preparo para ir embora e ele me chama e sei que agora vamos ter uma conversa séria e vamos acertar tudo e eu vou revelar a ele minha condição e mostrar porque eu o procurei, porque eu quis que ele assumisse a paternidade da Lilly e espero que ele veja a filha dele como algo bom, o fruto do amor que sentíamos um pelo outro.
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