Capítulo 08

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Jade Sair do Hospital sem ninguém ver foi bem difícil, mas eu consegui. Aproveitei o momento da troca de plantão que a atenção não estava voltada para os pacientes e conseguir sair. Eu pensei muito antes de tomar essa decisão, e o melhor caminho que encontrei foi sair antes do dia amanhecer e o Yan chegar e querer me levar para a casa dele. Não quero mais ficar na dependência de ninguém, ainda mais de um homem influente como ele. Até porque ele não conhece a minha história e tudo o que vivi e não sei qual ia ser a reação dele quando soubesse. Eu ainda tenho medo de ficar só com um homem, porque as minhas lembranças é do Roger me violentando. Sei que o Yan não é igual a ele, mas ainda assim eu não estou preparada para ficar ao lado de um homem outra vez. Sou muito grata a tudo o que ele me fez, mas eu não podia ficar, porque eu ia ter que dizer não a ele e mentir sobre ter um lugar para ir e com certeza ele iria querer me levar e como eu ia fazer, sendo que não tenho para onde ir. Não posso voltar para casa e viver tudo de novo, de lá eu só quero distância. Sei que se eu aparecer na casa de minha mãe de novo o Roger vai fazer comigo pior do que ele fazia. Principalmente porque eu machuquei ele antes de fugir. Eu não sei o que a vida me reserva daqui para frente, mas eu pretendo buscar algo melhor para a minha vida, sei que não será fácil, mas eu não pretendo desistir. Saio andando pelas ruas sempre atenta a tudo, sei que não é seguro esta andando assim com a roupa do hospital e chinelo, mas eu preciso. Ando bastante e encontro uma igreja, olho e vejo um lugar seguro que eu possa recostar e descansar sem me preocupar com os perigos, amanhã cedo eu busco um lugar para ficar. ♡♡♡♡♥︎♡♡♡♡♥︎♡♡♡♡♥︎♡♡♡♡ Não posso dizer que dormi, mas consegui cochilar um pouco e quando o sol começa a apontar no horizonte eu me levanto e saio. Ando por mais algumas ruas meus pés começam a doer, vejo uma lanchonete aberta e tem algumas mesas do lado de fora. Meu corpo todo dói por causa da caminhada de ontem e dr hoje, da maneira que eu fiquei recostads na parede da igreja. Como ainda está muito cedo acho que não vou ser expulsa por sentar cinco minutos em uma das cadeiras. Me aproximo e vou para uma mesa mais distante e me sento. Parece que estava na melhor poltrona, mesmo sendo uma cadeira bem dura eu não me importava, só precisava de alguns minutos de descanso antes de seguir em busca de algum abrigo para passar essa noite. Fico perdida em meus pensamentos quando me assusto com uma senhora bem na minha frente. __ Aí me desculpe senhora, eu já estou indo embora. __ Bom dia minha filha, me desculpe eu não queria lhe assustar. __ Eu me distrai um pouco, mas eu já estou indo embora. __ Pode descansar, eu não estou aqui para lhe mandar embora. __ Eu não quero arrumar problemas, eu só sentei um pouco para descansar, mas já vou sair. __ Já lhe disse não estou aqui para lhe mandar embora. Deixa eu me apresentar. Meu nome é Eleanor Parker, eu trabalho aqui nessa lanchonete. E você como se chama? __ Jade, eu me chamo Jade. __ É um prazer lhe conhecer Jade. Esta com fome? __ Um pouco, mas não precisa se incomodar. __ Não é incômodo algum. Venha comigo. __ Não senhora não quero lhe arrumar problemas, o dono pode não gostar. __Venha, não se preocupe. Ela tem um sorriso doce, uma voz suave e um jeito gentil e encantador de falar que eu acabo cedendo aos seus pedidos e lhe sigo. Entro e ela me indica uma mesa e eu me sento, ela sai e entra por uma porta que eu acredito que seja a cozinha e alguns minutos depois ela retorna com uma bandeja com algumas frutas, um pão e café e leite. __ Coma minha filha, você está abatida. __ Obrigado. Ontem eu acabei fugindo e não jantei no hospital e andei demais sem comer e sem beber água e receber um café da manhã desse vai me dar forças para ir na minha jornada de encontrar um lugar para ficar hoje. Apesar de tudo que passei com o Roger naquela noite, o destino colocou pessoas boas no meu caminho, o Yan que me salvou e eu serei eternamente grata a ele e agora essa senhora, que mesmo sem me conhecer está me ajudando. Termino de comer e fico aguardando ela voltar, não quero ir embora sem agradecer e vê se eu posso ajudar em alguma coisa para compensar o que ela está fazendo por mim. Não demora muito ela retorna e vem ao meu encontro. __ Está satisfeita minha filha ou quer mais alguma coisa. __ Não!não! está ótimo tudo o que a senhora trouxe. Muito obrigada. __ Não precisa agradecer. __ Tem algo que eu possa fazer para compensar a sua generosidade. __ Tem sim, você pode ficar aqui até o meu horário de ir embora e me acompanhar até a minha casa. __ Tudo bem, eu posso ficar. Ela abre um sorriso enorme com a minha aceitação, eu não tenho para onde ir e quem sabe ela pode deixar que eu fique na casa dela pelo menos por essa noite. Talvez ela precise de alguém para ajudá-la em alguma tarefa de casa. Ela me leva para os fundos da lanchonete onde tem um pequeno depósito. Lá tem uma cama e uma cadeira e eu me sento para descansar até a hora de ir com ela. ♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡ A manhã passou que nem vi, a dona Leonor veio me trazer o almoço e ficou conversando comigo enquanto almoçava também. Eu pude perceber nesse pouco tempo que conversamos que ela é uma mulher triste, por mais que ela busque sorrir, existe uma grande tristeza em seu olhar. Como seu horário de almoço é curto ela voltou e eu fiquei ali esperando seu horário de ir embora. Eu ainda me propus a ajudar na cozinha, mas ela disse que não precisava. As três da tarde ela vem ao meu encontro e me chama para irmos. Saímos e ela me levou até seu carro e seguimos até a sua casa. Não conversamos muito durante o trajeto. Ela colocou uma música e ela foi nossa companheira até a sua casa. Chegamos e ela entra na garagem e descemos. __ Vamos minha filha, entre. Eu acompanho ela e entramos na sua casa. É uma uma casa até grande, a sala está bem arrumada. __ Sente-se minha filha. Eu me sento e não deixo de reparar uma foto na mesa centro, ela com uma moça que se parece muito com ela. __ Sua filha nessa foto? __ Sim, minha garotinha. Ela termina de falar e vejo uma lágrima escorrer por seus olhos e eu fico sem entender e preocupada por te perguntado. __ Me desculpe minha filha, é que a minha Vivian me deixou faz seis meses. Ainda está sendo muito difícil, ela faz tanta falta. Eu tenho me entregado ao trabalho para tentar amenizar um pouco a dor e a solidão dessa casa. __ Eu sinto muito por sua perda sei que não deve ser fácil. __ Não é minha filha, eu quase morri junto. Agora eu não lhe trouxe aqui para falar das minhas dores, quero saber de você, pude ver que você está com a roupa de um hospital. Eu olho para ela e penso se conto ou não a minha história, ela me parece uma mulher de confiança e que quer me ajudar e quem sabe o destino não cruzou meu caminho com o dela e a gente pode juntas superar as nossa dores.
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