Capítulo 01

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Três anos antes Vicente Hoje é um dia muito especial para mim, é uma das poucas coisas que meu pai me manda fazer que não reclamo ou fico bravo, que é ir passar as férias na fazenda, eu amo ir para lá, andar a cavalo, nadar no córrego, sentar em baixo da mangueira e chupar a fruta fresca, essas coisas eu gosto de fazer eu só não tenho vontade de fazer isso como minha profissão como o papai quer, me preparar para ser seu sucessor em todos os assuntos da Fazenda e do laticínio, não é isso que pretendo para minha vida, eu quero muito ser empresário, mas do ramo da tecnologia e não da agropecuária o difícil é fazer meu pai entender isso, mesmo ele dizendo que eu ainda estou novo e que quando crescer mais eu vou aceitar melhor a decisão eu não concordo, tenho quinze anos, mas sei muito bem o que eu quero para o meu futuro, e com certeza a fazenda não está nos meus planos, só não pensei como vou falar isso para ele, mas na hora certa acontecerá. Vou passar trinta dias na fazenda por conta das minhas férias, já que ano que vem vou ter que ir para um Colégio militar e só terei uma semana de férias, ouvi meu pai dizer que tem uns dois meses que trocou de encarregado e que agora achou um funcionário exemplar e que faz tudo do jeito que ele gosta, a família dele também foi morar lá na fazenda, me parece que ele tem três filhos, espero que eles sejam legais, pois o último encarregado tinha filhos que mais pareciam uns diabinhos e faltava colocar fogo na fazenda, estou ansioso para ir espero que esse encarregado tenha algum filho da minha idade assim não ficarei só todo das minhas férias. __Vicente meu filho já arrumou suas coisas? __Sim mãe. __Colocou o repelente, agasalhos? __Já mãe arrumei tudo, não se preocupe se faltar alguma coisa eu aviso e a senhora levar no final de semana. __Tudo bem. Vou morrer de saudade de você meu amor. __Eu também mãe. Ah! Mãe a senhora sabe se esse encarregado novo que o papai contratou tem filhos já grandes? __Tem uma mocinha de treze anos e um casal, um menino de sete e uma menina de quatro. __Ah! Tá. __Por que a pergunta? __Porque eu quero ter alguém para conversar, que não seja um pirralho. __ Tem essa mocinha, muito educada ela e bonita também. Agora anda seu pai já deve está chegando para vocês irem. Termino de colocar tudo dentro da minha mala e desço para esperar meu pai, fico imaginando que dessa vez terei alguém da minha idade para conversar, bom ela é mais jovem um pouco que eu, mas é melhor que um pirralho de sete anos. Não demora muito meu pai chega, coloco minhas coisas dentro do carro, me despeço da mamãe e seguimos rumo à fazenda. ? Gabriela ? Nos mudamos faz dois meses para essa fazenda, pois o Carl arrumou esse emprego que vai ganhar melhor, pedi não, implorei para minha mãe que me deixasse com minha avó em Portland, mas o Carl disse que temos que ir todos e como minha mãe tem medo dele obedeceu e aqui estou eu, ainda bem que assim que terminar o ensino médio vou morar com minha avó, preciso estudar e arrumar um emprego bom para tirar a mamãe e meus dois anjinhos das garras daquele ogro que é o Carl, sei que ele às vezes bate na mamãe, mas como não posso enfrenta-lo sozinha então só cuido dela, em mim ele não toca, até porque a vovó já disse que se ele inventar de tocar um dedo em mim ela faz da vida dele um inferno, eu só não fiquei mais com a vovó por que tenho medo dele fazer mais m*l ainda a mamãe e aos meus pequenos. Ouvi-o dizer hoje que o filho do patrão dele vai vir passar um mês de férias, espero que não seja um garoto chato cheio de manias e que fique fazendo a mamãe ter que fazer só as coisas que ele gosta, eu e minha mãe tomamos conta da casa grande da Fazenda quando o patrão vem, minha mãe cozinha e eu ajudo nos afazeres da casa com a Neide a outra arrumadeira que mora aqui na fazenda, como estou de férias também eu descanso minha mãe muitas coisas. __Gabriela minha filha, já trocou o forro de cama dos quartos? __Já mãe e coloquei os sujos para lavar. __Cadê seus irmãos? __Estão lá fora brincando. __Brincando de quê Gabriela? Você disse para eles não mexer nas coisas do patrão, você sabe como o Carl é, vai que esses meninos quebram alguma coisa, não quero nem pensar. __Calma mãe, eles não vão quebrar nada, eu conversei com os dois, está bom __Assim espero, não quero problemas com o Carl. __Eu sei mãe e se eu puder evitar que aquele monstro toque na senhora eu evito. __Eu ainda vou dá uma vida melhor a vocês meu amor, e um dia vou me livrar dele. __Assim espero mamãe, a senhora devia ter escutado a vovó e largado ele. __É eu devia, mas me apaixonei e ele no começo era um homem bom, depois que as crianças nasceram ele ficou assim. __Mas ainda tá em tempo da senhora se livrar dele é só a gente ir para casa da vovó. __Não é tão fácil assim minha filha. Agora anda vamos terminar de arrumar as coisas antes que o patrão chegue. __Mãe, o senhor Pedro vai ficar aqui o mês inteiro? __Não, só o filho dele. Pelo que o Carl falou ele já quer que o filho fique conhecendo sobre os negócios da família para assumir quando estiver maior. __Ele não é grande não? __Me parece que tem a sua idade, ou é mais velho que você, uma coisa dessas não sei bem te dizer porque o Carl não me deu esses detalhes. __Aff... Não vai deixar o filho nem viver, já quer que comece a ter responsabilidades. __Gente rica é assim minha filha, quanto mais tem mais quer. Enquanto mamãe vai terminar de arrumar as coisas na cozinha eu vou dá uma olhada nos meus anjinhos e depois terminar de arrumar umas coisas na sala. Fico pensando como será esse filho do patrão, espero que ele seja legal e que possamos ser amigos, só espero que o encosto do Carl não atrapalhe com as conversas que os empregados não podem ficar de conversas com os patrões, ainda bem que comigo ele não mexe muito e vou tentar ser amiga desse garoto pelo que a mamãe falou não deve ser fácil ter um pai controlador.
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